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Escrito por José Joaquim

No último domingo ao observarmos o vazio do estádio Adelmar da Costa Carvalho, pertencente ao Sport Club do Recife, com apenas 12.682 torcedores, ficamos convictos de que o futebol brasileiro perdeu uma geração, e tem que se preparar para mudanças radicais visando um futuro mais promissor.
Um grande período foi jogado fora, o futebol perdeu os seus torcedores, sobretudo os mais jovens que acompanham cada vez menos essa atividade, e com o agravante tornaram-se seguidores dos campeonatos europeus, por conta de suas organizações. Como em 1973 numa Ilha do Retiro sem reformas, o Sport conseguiu levar em dois jogos contra o rival Santa Cruz, 68.090 torcedores, sendo 31.631 no primeiro e 36.459 no segundo? Em 1999 o antigo Clássico das Multidões foi acolhido por 77.682 pagantes, superando o ano de 1993, com 74.280.
Outros grandes públicos aconteceram em outros anos, e o abandono começou a ser sentido na segunda década do Século XXI, quando os torcedores sumiram, apesar do aumento da população.
Como explicar tal fato?
Na realidade o problema não está localizado em nosso estado, é nacional. Existe uma acomodação no sistema que administra o futebol nacional. A entidade maior só pensa nos lucros com a seleção, e pouco se importa com o que acontece em suas competições. Precisamos de uma revolução, de uma Operação Lava Bola, com uma grande investigação em todos os segmentos e com isso, uma varredura geral, e a formação de uma Liga dirigida por pessoas sérias e profissionais.
Nós temos uma pirâmide invertida, quando o Circo e as suas Federações filiadas são maiores do que os clubes, quando isso deveria ser o contrário. O maior campeonato realizado no Brasil tem uma média de público de 14.544 pagantes, menor do que a apresentada pela Championship, a segunda divisão inglesa, com mais de 10 times tendo mais de 20 mil torcedores de média em seus jogos. A taxa atual de ocupação do estádios brasileiros é ridícula com 38%, e uma ociosidade de 62%, enquanto nessa divisão inglesa é de 74%.
O que mais estranha é o conformismo dos que fazem esse esporte em nosso país. Uns por incompetência e outros por esperteza. Na verdade o rio de erros chegou ao seu maior nível, e se não houver uma revolução no setor, organizando um calendário digno, uma melhor distribuição de recursos, um atendimento para todas as divisões, inclusive com a criação de mais uma. e de Ligas Municipais, uma arbitragem profissional que não modifique os resultados dos jogos, certamente os 12.682 torcedores do antigo Clássico das Multidões em breve serão 6 mil.
Trata-se de uma questão de vida ou morte. É pegar ou largar.

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