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Escrito por José Joaquim

O futebol de Pernambuco teve seus anos de fartura e de boa qualidade, quando os clubes tinham um bom trabalho de formação, e aproveitavam jogadores da região. Hoje são raros os atletas das bases nos times titulares, e quando esses conseguem tal objetivo, sempre encontram um treinador que fica olhando de viés, dando a preferência aos importados.

Quem esqueceu os seis anos de bonança do Náutico, com o seu time Nordestino que conquistou seis campeonatos, além de uma grande visibilidade nacional? Perdurou de 1963 a 1968, e os seus torcedores ainda tem na cabeça a formação do elenco que está registrado na sua história.

Qual a razão de que hoje os clubes não aproveitam valores locais e regionais, quando as condições são mais propícias e a globalização tornou o mundo plano?

A atuação do alvirrubro motivou o Santa Cruz, que a partir de 1969 conseguiu formatar um super time de jogadores da casa e de estados vizinhos, conquistando cinco título seguidos, só acabando em 1973.  O trabalho começou em 1968, com o aproveitamento da chamada ¨Prata da Casa¨, contando na época com um treinador que era especialista em trabalhar com jovens.

Nesse ano o aproveitamento de profissionais formados em casa e do Nordeste foi de 99%. A equipe titular que jogou todas as partidas só tinha um jogador de fora, Rubem Salim, os demais eram do próprio clube e dos times da região. O trabalho perdurou até 1973, quando o tricolor conquistou o penta campeonato, com um elenco que tinha se tornado permanente.

O Sport Recife, nos primeiros quatro anos da década de 90, também teve uma participação local e regional bem elevada, e conseguiu três campeonatos estaduais, que deu-lhe as condições necessárias de um equilíbrio administrativo e financeiro jamais visto no clube. Isso o levou a conquista de oito títulos em dez anos, e a participação por dez anos do Brasileirão sem rebaixamento. Além disso teve receitas vultosas nas negociações dos atletas da base.

São fatos que deveriam ser analisados, que fazem parte da história do futebol de Pernambuco, e que demonstram que tínhamos na época um bom trabalho de formação, os dirigentes gostavam da antiga Rodoviária que era no Cais de Santa Rita, transferida para o atual TIP, e não tinham paixão pelo Aeroporto Gilberto Freyre, como os de hoje.

Trata-se da confirmação que a região tinha talentos disponíveis, e que esses eram aproveitados pelos clubes, e que foram deixados de lado para cederem os seus lugares aos importados, inclusive internacionais como hoje, que chegam e vão embora de avião sem deixarem saudades e empatia.

Certamente os dirigentes atuais teriam que responder uma pergunta: Como em décadas passadas, com menores receitas, sem uma grande estrutura, os clubes conseguiam fazer esse trabalho, e hoje com a globalização, com melhores meios de comunicação não conseguem?

Com a palavra os modernos e ¨inteligentes¨cartolas.

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