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Escrito por José Joaquim

O torcedor sumiu dos estádios brasileiros, e certamente isso é um sinal de alerta mostrando que o sistema não anda bem e precisa ser modificado.

A falta de qualidade das equipes, a overdose de jogos, os horários imorais e ingressos caros, formam um conjunto de fatos que ajudaram a reduzir a presença de sua demanda nos dias de jogos.

O Circo Brasileiro de Futebol (CBF) irá colocar placas nas ruas com a frase: PROCURA-SE O TORCEDOR, com as fotos de Del Nero e seu grupelho.

Os números são preocupantes. A grande mídia passa ao largo do problema, sem um debate maior na busca de soluções para esse. Futebol sem público é uma verdadeira missa sem fiéis.

Quando assistimos alguns programas nas rádios e televisões, ou lemos as mídias digitais e impressas, temos a sensação de que todos ainda estão com a anestesia geral que tomou conta do Brasil nos últimos 13 anos, onde a corrupção agiu de forma geral, e ninguém sabia de nada, e as ruas convivem hoje com 12 milhões de desempregados.

As receitas de jogos são peças importantes nos orçamentos dos clubes, mesmo esses contando com as cotas da televisão.

As estatísticas são bem claras e mostram os vazios dos estádios que abrigam os jogos nas diversas competições. Na Série A, a mais importante competição nacional, a ociosidade nos campos é de 38%, ou seja 62% de assentos disponíveis nos seus 270 jogos.

Na Série B, a gravidade é bem maior, com 273 jogos, sem contarmos os realizados no dia de ontem, a ocupação dos estádios é de 13%, com 87% dos assentos desocupados. Esse percentual é igual na Série C. Ambas perdem para a Série D, que nos 180 jogos, teve uma ocupação de 14%. As médias de público são ridículas.

No Brasileirão, o total de público até o momento é de 3.414.520, com uma média de 14.498 pagantes por jogo, que está muito longe das que encontramos nos maiores centros futebolísticos.

Com relação a Segunda Divisão, mais uma vez a competição se arrasta nesse item. Somou 1.229.345 pagantes, com uma média de 4.520 por partida. Enquanto isso a Terceira Divisão vendeu 574.950 ingressos, com uma média de 3.304 por jogo, e a Quarta Divisão teve a presença de 420.589 pagantes, com uma média por partida de 1.611.  

Somando-se os quatro campeonatos, temos um total de 5.139.413 torcedores nos diversos estádios do Brasil nos 988 jogos realizados, o que representa apenas 44% do público da Bundesliga na temporada de 2015/2016.

Obvio que falta um planejamento mais adequado para que possamos ter uma melhora. O futebol brasileiro é mal conduzido, poucos pensam o seu futuro, e da maneira que o modelo vai sendo mantido, temos a certeza de que esse continuará na nebulosidade, desde que não se discute as causas dessa ausência, na busca de soluções. Os cartolas não gostam de discutir o futebol, mas adoram contratar jogadores.

Vivemos no mundo da lua.

 

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