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Escrito por José Joaquim

Existe um debate constante sobre a decadência do futebol brasileiro, que claramente é um fato real, mas todos estão preocupados com a feira do troca-troca, e não estão focando o problema maior que é  do desequilíbrio financeiro que é motivado pela má distribuição de receitas.

A visão dos nossos dirigentes é curta, pois esses não conseguem alcançar algo por demais importante para o crescimento do esporte, que está no que chamamos de equilíbrio competitivo, fazendo com que as forças fiquem mais ou menos equivalentes, e assim possam despertar o interesse dos consumidores, que torcem por uma maior igualdade das competições, para que as incertezas sejam criadas.

O modelo que é adotado pelas maiores Ligas Norte-Americanas é focado nesse equilíbrio.

O torcedor não irá prestigiar um evento que existe a certeza de que o seu clube irá lutar contra o rebaixamento, sequer tem chances de uma vaga na Copa Libertadores.

Os times que ascendem da Série B, são os candidatos mais prováveis para a degola, desde que os recursos disponíveis não dão para que sonhem com uma boa campanha de manutenção.

Fortalecer as diversas equipes é fortalecer a competição, e isso se faz com a distribuição mais isonômica dos recursos.

A distribuição de renda deve ser tratada como assunto estratégico.

Por uma questão de sobrevivência de todos, os maiores terão que abrir mão de algo, para que os menores tenham suas receitas ampliadas de forma justa e que traga o equilíbrio competitivo aos campeonatos.

Na Europa as maiores Ligas utilizam o modelo de 50% do total para cada clube, 25% pelos critérios técnicos, que é o da colocação do ano anterior, e 25% de acordo com a capacidade da demanda dos clubes, e nas participações de seus jogos na televisão.

A dona do futebol brasileiro, Rede Globo, acenou que em 2019 terá mais ou menos um sistema como esse, com a diferença na parcela fixa, que será de 40%.

Por outro lado, no Velho Continente nas suas Ligas, os direitos de transmissão são negociados de forma coletiva, que a cada ano vem rendendo melhores contratos, como aconteceu na renovação da Premier League.

No Brasil, um golpe mortal acabou com o coletivo e passou para o individual, tratado nas escuras de quatro paredes, e as diferenças se tornaram exorbitantes.

Nas principais Ligas dos Estados Unidos, inclusive do futebol (MSL), as receitas são distribuídas de forma igualitária, o que permite equipes de pequenas cidades competirem com igualdade com as das maiores.

Se tais medidas não fossem boas, certamente essas não seriam as maiores do mundo, e com mais rentabilidade financeira.

O equilíbrio financeiro melhora a competitividade de uma competição, motiva a incerteza nos resultados e maximiza as suas rendas.

Para que isso possa realmente acontecer necessitamos de mudanças, e a principal seria a profissionalização do setor, com pessoas que entendam da maximização de receitas e sobretudo entendam que o sistema atual levou o futebol a falência e terá que ser modificado, queiram os interessados pelo caos ou não.

Trata-se de uma questão de sobrevivência.

Comentários   

0 #2 RE: O EQUILÍBRIO COMPETITIVOANTONIO CORREIA 06-01-2018 14:12
JJ: Mais uma vez o blog dá uma aula sobre gerenciamento do futebol. O que o amigo escreveu e foi também analisado por Beto em seu comentário é a pura realidade, e concordo que se não houver uma mudança radical esse esporte no Brasil não irá sair do marasmo. Já escrevi algumas vezes e vou retornar ao solicitar do amigo que separe artigos como esse e publique um livro.
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0 #1 Assunto mais relevanteBeto Castro 06-01-2018 13:09
Como sempre o site na vanguarda trata do mais importante do nosso futebol que define praticamente todas os demais paradigmas. Já dissertei aqui centenas de vezes a razão do quisto maligno implantado pelo monopólio televisivo para a dominação e aparelhamento da instituição aos seus interesses comerciais e do grupo de marginais que a sustentam. Este sistema indigno, imoral e maléfico implantado em 1987 já deu provas cabais de sua imoralidade ética e operacional com a maioria dos seus membros indiciados, acusados, extraditados e julgados culpados. A técnica das orcrims agora é ceder os anéis para não perder os dedos através de um sistema metade imoral - fatiamento do bolo para um grupo de clubes da tal liga primeira dos meliantes. Só existe uma forma justa de divisão dos recursos que atende plenamente todos os membros da comunidade que não pertence a um grupo de marginais oportunistas - o ranqueamento das Federações e clubes - de modo a contemplar todas as divisões do futebol e não 90% para uma série com 10% distribuídos para todas as outras. A distribuição pelo ranqueamento é um sistema de pontuação histórica acumulada ao longo de décadas que premia as entidades federativas pela administração eficaz de seus clubes, certames, estádios, justiça, arbitragens e tudo mais de suas alçadas. Isto beneficia os clubes do interior dos estados líderes, também abandonados à própria sorte e à exclusão sistêmica, como São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul, cujos clubes interioranos foram jogados num aterro sanitário das Capitais. O futebol brasileiro tem que ser organizado vis-à-vis com a sua grandeza territorial, econômica, social e demográfica, a sua constituição e a sua união federal. O resto é papo furado de corruptos, ladrões e de uma imprensa amordaçada pela insegurança trabalhista, venal e cooptada com propinas e pixulecos.
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