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Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro sempre teve uma boa demanda, mas sem a consistência desejada. O mercado é amplo, mas não é aproveitado, e apesar de um crescimento na média de público no Brasileiro de 2019, a ociosidade existente nos estádios ainda foi muito grande, com 49% de espaços vazios.

Na verdade existe a necessidade de mudanças no modelo existente para que o torcedor pelo menos aumente a sua presença nos jogos das diversas competições, e que acredite nessas. O mais importante para qualquer segmento é sem duvida a credibilidade. Quando se perde esse atributo, o fundo do poço se aproxima.

O Circo do Futebol é dirigido pelo mesmo grupo que representa os três ex-presidentes expulsos do sistema por corrupção. Isso provoca um desânimo no consumidor, por não acreditar nos seus gestores.

Um fato recentemente acontecido no país mostrou de forma clara essa desconfiança. Quantas pessoas nos telefonaram ou em diversas conversas falaram sobre a queda do Cruzeiro, achando que Vasco e Palmeiras iriam dar-lhe uma ajuda. 

Sempre respondia de que nenhum dirigente teria coragem de pedir aos seus atletas a abertura de um jogo. A resposta veio dos dois times que venceram os seus jogos e ceifaram a Raposa. Um fato como esse aumenta a credibilidade no setor.

O crédito nas instituições é sem duvida o ponto de partida para que a transfomação seja realizada. Precisamos acreditar no sistema antes que seja tarde.

Os cartolas não podem trabalhar para os seus próprios interesses, e ter no seu clube uma escada para promoção pessoal.

Tem que mudar.

A arbitragem mesmo com o VAR tem que ser profissionalizada, para que os erros grotescos não possam acontecer. O ponto de partida é o da autonomia e uma longa distância da Barra da Tijuca.

Tem que mudar.

Como podemos acreditar em competições em que os regulamentos são alterados ao bel prazer dos cartolas, ferindo os interesses dos torcedores?

Tem que mudar.

Como podemos acreditar em um esporte onde a sua Confederação é milionária, as Federações estaduais ricas e 97% dos clubes rotos e esfarrapados, pedindo esmolas nas ruas da cidade?

Tem que mudar.

Como podemos acreditar em um futebol com a maioria dos clubes falidos, devedores de milhões, com salários atrasados, e que vivem no mundo da fantasia como se nada estivesse acontecendo?

Tem que mudar.

Como podemos acreditar em um esporte onde mais de 400 clubes são sazonais, e mais de 12 mil profissionais são desempregados no terceiro mês do ano?

Tem que mudar. 

Como podemos acreditar em segmentos da imprensa esportiva, que são passivos perante as mazelas que acontecem, sem cobranças, como se tudo estivesse correndo as mil maravilhas. Vivem na Ilha da Fantasia e alhures?

Tem que mudar.

Como podemos acreditar em um esporte que é dominado pelas torcidas organizadas, sustentada por seus clubes, e que agem de maneira violenta, inclusive com mortes.

Tem que mudar.

A falta de crédito derrubou o futebol brasileiro, embora esse possa mudar se os governantes tiverem a coragem de uma intervenção no sistema, para que possamos começar de novo.

Tem que mudar. 

Em nosso mundo atual, tem-se vergonha de sentir vergonha.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- FUTEBOL CEARENSE LIDERA O NORDESTE

* O Nordeste perdeu o CSA mas ganhou o Sport Recife, continuando com os seus quatro representantes.

Desses times, dois são do estado do Ceará, Fortaleza e Ceará, que tiveram um Brasileiro bem diferente, com o tricolor classificando-se para a Sul-Americana, na 9ª posição da tabela, com 53 pontos, e o alvinegro fugindo da Caetana na última rodada, garantindo-se em mais um ano na Série A Nacional.

Dos nove estados da região, apenas três tem representantes, Bahia (Bahia), Sport que veio da Segunda Divisão (PE), e 50% do Ceará. A superioridade do futebol cearense é cristalina.

A presença desses dois times em 2019 quebrou um período de 26 anos sem que isso acontecesse, e na manutenção em 2020, quebrou algo que perdurava há 40 anos.

Além disso o futebol da Terra de Iracema conquistou o título da Copa do Nordeste, através do Fortaleza.

Para fechar com chave e ouro, o tricolor do Pici teve a segunda maior média de público do Brasileiro, perdendo apenas para o Flamengo.

As boas gestões dos clubes cearenses foram as responsáveis pelo crescimento do futebol do estado, que assumiu de vez a liderança nordestina.

Contra fatos não existem argumentos.

NOTA 2- PERNAMBUCO ROLANDO A LADEIRA NO RANKING DAS FEDERAÇÕES DO CIRCO DO FUTEBOL

* Em 2010 Pernambuco era o 6º colocado no Ranking do Circo com relação as Federações filiadas. Permaneceu dessa forma até o ano de 2012.

Em 2013 caiu para o 8º lugar, continuando em 2014. Teve uma subida de um degrau em 2015 (7º), permanecendo assim até o ano de 2019. 

Em 2020 no ranking publicado pela entidade que dirige o futebol brasileiro, teve uma queda de duas casas, passando para o 9º lugar, sendo substituído pela Bahia (7º) e Goiás (8º). O Ceará permaneceu no 10º lugar, espaço que ocupa desde o ano de 2010.

No ranking dos clubes, o Bahia deu um salto do 15º lugar (2018), para o 10º (2019), o Sport permaneceu na 16ª posição, o Vitória na 17ª, Ceará deu um salto do 23º lugar para o 19º, o Fortaleza foi o que teve um crescimento bem maior, saltando da 33ª colocação para a 23ª.

Santa Cruz e Náutico desceram a ladeira. O tricolor caiu do 28º para o 34º e o Náutico, do 36º para o 41º.

Os números mostram a queda de nosso futebol, tanto no ranking das Federações, como no dos clubes.

Um produto das fracas gestões, e em especial da Federação local.

NOTA 3- NA ESPERA DO STJD NO CASO DO CRUZEIRO

* O jornalista Augusto Mafuz, do jornal Tribuna do Paraná, nos lembrou de algo que aconteceu em 2009 e que tem uma similaridade com os fatos que ocorreram no último domingo no Mineirão.

Nesse ano, por ter o time rebaixado no jogo contra o Fluminense, a torcida do Coritiba quebrou cadeiras, arrebentou o alambrado, invadiu o gramado, fez do Couto Pereira uma praça de guerra.

Suspenso por 30 jogos, o Coxa recorreu e reduziu a pena para nove partidas.

E agora, o que o STJD fará com o Cruzeiro?

Dirão que no Couto houve invasão, o que não ocorreu no Mineirão.

Na verdade tal fato não torna menos grave a invasão em razão da intervenção policial, pois o ânimo de pratica-la foi escandaloso.

Agora só resta aguardar, mas certamente a pena deverá ser dura para servir de exemplo, senão a vaca irá para o brejo.

NOTA 4- PARA O EX-PRESIDENTE DO BOTAFOGO O CLUBE NÃO DISPUTARIA COMPETIÇÕES EM 2020

* Ex-presidente e atual membro do Comitê Executivo de Futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro declarou à Rádio Brasil que se pudesse, o clube não disputaria competições em 2020.

Segundo o mandatário, "o desenho para 2020 é pior, o Botafogo é um paciente que está moribundo na UTI, ligado por fios, a máquina está funcionando, e ele não consegue mais se mexer sozinho".

A ideia para o próximo ano é de uma drástica redução na folha salarial, que deverá cair de  R$ 3 milhões para R$ 1 milhão de gasto mensal.

Montenegro ainda avaliou as gestões dos clubes no Brasil, e afirmou que todos "estão quebrados", e que talvez Flamengo e Palmeiras sejam exceções.

Ele pregou responsabilidade e citou o caso do rebaixado Cruzeiro, com folha salarial de R$ 18 milhões, e "passou vexame".

Aliás tudo que foi dito pelo ex-presidente é objeto diário de nosso blog que há anos vem chamando a atenção para a morte do futebol brasileiro, por conta das gestões irresponsáveis.

NOTA 5- O LIVERPOOL É UMA PEDREIRA 

* Ontem o Liverpool deu uma demonstração que hoje tem o melhor time do mundo, ao derrotar o bom time do Red Bull Salzburg por 2x0 jogando fora de casa.

Com essa vitória na Austria os Reds se classificaram para o mata-mata na primeira colocação do seu grupo.

O primeiro tempo do jogo foi equilibrado, com chances perdidas para os dois lados.

Na segunda etapa, o Liverpool mostrou a sua superioridade e com apenas três minutos resolveu o jogo.

Aos 12 minutos, Mané que está jogando uma enormidade, recebeu em velocidade, driblou o goleiro e cruzou para Keita cabecear para o gol vazio.

Um minuto após foi a vez de Salah driblar o goleiro e ampliar o marcador.

Vamos e venhamos, se o Flamengo chegar a uma final no Mundial contra o clube ingles, pelo futebol que esse vem jogando, passando por cima dos adversários, terá dificuldades para alcançar o sucesso.

Hoje o Liverpool é quase imbatível.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A ÚLTIMA RODADA

* A última rodada do Brasileiro que foi realizada no domingo, teve uma boa parcela dos clubes com equipes reservas, e apenas dois jogos que interessavam, Botafogo e Ceará, e Cruzeiro e Palmeiras, na luta contra a degola que ceifou o time Celeste.

O título já estava definido pelo time do Flamengo que perdeu uma invencibilidade de 24 jogos para o Santos de Sampaoli, que jogou água no chopp do rubro-negro.

Na verdade foram os dois melhores times da competição, e dirigidos por treinadores estrangeiros. A 38ª rodada teve um equilíbrio entre mandantes (4 vitórias), visitantes (3) e empates (3).

O público pagante totalizou 249.150 pagantes, para uma média de 24.915 torcedores por jogo.

As redes foram balançadas por 27 vezes, com uma média de 2,70 por partida.

No geral, foram 380 jogos, com 184 vitorias para os mandantes, 98 para os visitantes e 90 empates.

O público total foi de 8.072.054, e a melhor média de público da era dos pontos corridos, com 21.242 pagantes por jogo.

O Flamengo teve o maior público da competição, com 1.045.477 torcedores nos 19 jogos como mandante, seguido pelo Fortaleza que superou os chamados grandes, com uma média de 33.000 torcedores por jogo, em um total de 626.996 pagantes.

Jamais na era dos pontos corridos um time do Nordeste ficou na segunda colocação em público.

NOTA 2- QUAL A RAZÃO DOS DEUSES DO FUTEBOL NÃO AJUDAREM O CRUZEIRO?

* A morte do Cruzeiro já tinha sido decidida por um bom tempo pelos Deuses do Futebol. Durante toda a competição o time Celeste em 38 rodadas somou apenas 36 pontos, e há tempo mostrava que a sua cabeça seria degolada pela Caetana.

Um clube que esteve nas páginas policiais das mídias brasileiras, com dirigentes afastados pela Justiça, seria bem óbvio que estava perdido.

Não foi o acaso que derrubou a Raposa e sim a falta de gestão e a podridão que tomou conta do clube. Só quem acreditava que Papai Noel existe na realidade achava que haveria uma solução e o milagre iria acontecer.

As finanças da Raposa representam o caos que se apossou da gestão Celeste. Com dividas de R$ 600 milhões, e com a gravidade de ter vários processos na FIFA, quatro deles já com decisões firmadas.

Por conta disso, e a imprensa ainda não observou a gravidade que poderá atingir a Toca da Raposa, será a da proibição de contratar jogadores por um ano, e a perda de seis pontos no Campeonato da Série B.

A sua atual folha salarial é de R$ 15 milhões mensais, bem longe de sua capacidade de pagamento, e impossível de ser sustentada no próximo ano por conta da queda das receitas.

Segundo o blog do jornalista Jorge Nicola, os valores pagos para alguns jogadores estão fora da realidade do clube.

Para que se tenha uma ideia, Fred em fim de carreira tem um salário de R$ 1,2 milhão por mês, Pedro Rocha, que pouco jogou, R$ 1 milhão, Rodriguinho (R$ 800 mil), Fábio (R$ 750 mil), Thiago Neves (R$ 700 mil), Dedé (R$ 690 mil), Dodô (R$ 650 mil), Henrique e Robinho (R$ 600 mil) e Edilson (R$ 500 mil).

Sem duvida uma insanidade, e com cara de uma vaca no poste.

NOTA 3- VANDALISMO DA TORCIDA DO CRUZEIRO PODE CHEGAR PERTO DA RENDA DO JOGO

* A administração do Mineirão ainda está analisando os prejuizos causados pelos bandidos organizados vestidos com as camisas do time Celeste.

A previsão é de que os R$ 300 mil arrecadados bruto pelo Cruzeiro na derrota de 2x0 para o Palmeiras, na tarde do último domingo, resultado que rebaixou o time Celeste à Série B do Campeonato Brasileiro, é com certeza menor que o valor que terá de ser pago pela Raposa pelo vandalismo provocado pelos seus torcedores.

Um levantamento provisório mostra que só Tvs dos anéis dos bares são quase 50 quebradas. No setor amarelo, centenas de cadeiras foram danificadas, principalmente na parte superior.

Vários banheiros foram quebrados, sendo que um deles, no amarelo inferior, está totalmente destruído.

Até o final da semana o Mineirão deve ter o valor do prejuízo que será pago pelo Cruzeiro. O certo é que esse será bem maior do que a renda bruta da partida.

Uma pergunta bem simples: Com tantas imagens divulgadas, com os vídeos internos do estádio para serem analisados, os vândalos ficarão sem a punição correta que é a cadeia para todos?

NOTA 4- O ESQUEMA DE DOPING DOS RUSSOS

* O escândalo de doping da Rússia apareceu para a ribalta no mês de dezembro do ano de 2014, num documentário da televisão alemã ARD intitulado: Dossiê secreto do doping: como a Rússia fabrica os seus campeões".

Em 2015, a agencia Mundial Antidopagem (AMA), que no dia de ontem determinou que os russos estão banidos, por quatro anos, de todas as competições de caráter mundial, como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo, iniciou uma investigação.

O trabalho descobriu um complexo de esquema de manipulação de resultados, com ramificações que chegam às autoridades estatais e estas foram algumas das conclusões do relatório de 2015, feito por uma comissão independente da AMA.

- O esquema começou no ano de 2011, sob o nome de "Método de desaparecimento de positivos". Mais de 1.400 testes e amostras foram destruídos pelo laboratório de Moscovo, depois de terem sido notificados pela AMA para as preservarem.

Elementos da agência russa antidopagem, além de ter aceitado propinas, intimidaram agentes responsáveis pelo controle, bem como suas famílias e alertavam os atletas antes da realização dos testes.

Um novo relatório publicado depois dos Jogos Olímpicos de 2012, deu conta que os russos, através de Grigor Rodchenko, diretor do laboratório Moscovo, desenvolveram um "cocktail de esteróides" otimizado para passar  de forma indeletável nas análises e que devia ser absorvido na boca com a ajuda de bebidas alcoólicas.

Por outro lado, a investigação concluiu que o Ministro dos Desportos da Rússia entre 2008 e 2016, Vitaly Mutko, dirigia o esquema de manipulação de amostras de urina.

As investigações foram encerradas, e as penas foram duras, com a proibição do time russo nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, e na Copa do Mundo no Catar em 2022.

Todo castigo é pouco para quem burla a lei.

NOTA 5- VOCÊ É HOJE O QUE SERÁ O MEU AMANHÃ

* O Fluminense mandou um recado para o Cruzeiro com os seguintes dizeres: "VOCÊ É HOJE O QUE SERÁ O MEU AMANHÃ".

O tricolor das Laranjeiras vem realizando nos últimos cinco anos campanhas bem fracas, e com as classificações finais sempre perto da Caetana.

Por questão apenas do destino tem driblado a foice que vem sendo lhe apresentada.

A sua regularidade de uma possível queda, traduz que mais cedo do que se pensa a degola irá afetar o clube.

As estatísticas são bem claras.

2015- 13º,

2016- 13º,

2017- 14º,

2018- 12º e,

2019- 14º.

Além disso, há anos o time não protagoniza nada relevante no futebol brasileiro.

O seu destino já está determinado pelos Deuses do Futebol, que não suportam mais ajuda-lo.

Cedo ou tarde receberá o abraço da Caetana.

São coisas do futebol carioca, que só tem o Flamengo com vida.

Escrito por José Joaquim

Logo após o funeral do futebol que foi realizado no dia de ontem, o tabelião de um Cartório do Rio de Janeiro onde fica a sede do Circo, abriu o testamento que foi deixado pelo defunto.

Na abertura esse agradeceu ao Flamengo e Santos por conseguirem escapar da mediocridade de que tomou conta desse esporte. Fez boas referências aos "Jorges Salvadores", além de destaques para o Athletico-PR e Fortaleza.

A causa de sua morte foi atestada pelos médicos da entidade que dirige o finado futebol, como um choque por conta dos funestos acontecimentos de Belo Horizonte onde os bandidos devastaram o Mineirão e levaram 38 pessoas para os hospitais.

No encerramento do pior Brasileiro dos últimos anos, o testamento sinaliza para diversos clubes falidos, a maioria sazonais, futebol de pouca qualidade, com arbitragens grotescas, jornalismo alheio aos problemas e preocupado apenas com os pensamentos "filosóficos" dos dirigentes, técnicos e jogadores, entidades alienadas, falta de transparência e torcedores perigosos.

A tecnologia através do VAR foi implantada, e como bem situou o defunto, essa foi desmoralizada em dezenas de partidas.

Nos gramados, a maioria dos jogos mostraram uma má vontade dos treinadores para vencerem. A tática 1-10 foi a preferida, e nos vestiários já deixavam bem claro, que o ritual será defesa, defesa, defesa, atacar jamais, a não ser que o adversário permita.

Os jogos foram compostos de chutões, bolas alçadas nas áreas, carrinhos violentos, sangue na cabeça dos jogadores. Quando um time conseguia por um milagre marcar um gol, começava então o sistema do cai-cai, das simulações para ganhar tempo.

A nova moda que foi implantada é a simulação dos goleiros, que podem ser atendidos no gramado e tiram do jogo preciosos minutos.

O defunto citou algo bem interessante no seu testamento, com relação a telepatia adotada pelos treinadores quando seus times estavam vencendo. Ao procederem uma substituição, aquele que seria substituído desabava no gramado para sair na maca ganhando tempo. No final 46% de bola correndo e 54% de bola parada, em um total de 96 minutos de jogo.

De vez em quando as brincadeiras com bombas de gás explodiam nas arquibancadas, ritual que fazia parte do divertimento dos torcedores organizados que tem a proteção da cartolagem.

O testamento concluiu solicitando uma mudança radical no sistema, à partir do Circo do Futebol Brasileiro que é o responsável por toda essa bagunça citada.

A morte do futebol brasileiro já era esperada, desde que há anos esse estava na UTI, e somente os inocentes ainda acreditavam em sua recuperação. 

Escrito por José Joaquim

Fim de feira para um futebol medíocre que foi salvo pelo Flamengo ao apresentar algo novo no setor. A bola no Brasil foi recolhida e os jogos oficiais somente no final de janeiro com os horríveis estaduais que tomam quase quatro meses de datas que poderiam ser utilizadas para abrandar o calendário.

Um torneio deficitário, em decadência, criticado pela grande maioria dos que acompanham o futebol brasileiro. Nada se faz para substituí-los. Seis meses após os seus encerramentos os campeões já estão no esquecimento.  

São centenas de jogos, e quando esses terminam uma pergunta fica no ar: Quantos jogadores foram revelados pelos clubes, em especial os menores? Quantos estão nas prateleiras?

No mundo da agricultura, o celeiro (silo) guarda a produção agrícola, e esse termo era utilizado pelo futebol, quando se apresentava o trabalho de base. No Brasil futebolístico de hoje os antigo celeiros e os modernos silos estão vazios, sem produtos a serem colocados no mercado consumidor.

Em outras épocas, os clubes de menor porte, em especial os do interior, quando de suas participações nos estaduais, apresentavam alguns talentos, sempre aproveitados pelas agremiações de maior porte. O fato produzia uma cadeia financeira, com aporte de recursos para esses clubes, por conta das negociações realizadas, e um custo menor para aqueles que contratavam.

O número de estrangeiros em nossos gramados, mostra que esses estão suprindo a ausência do celeiro, vazio há muitos anos.

Praticamente os clubes menores repetem as mesmas caras todos os anos. Jogadores rodados, de idades avançadas, e que não despertam nenhum interesse para aqueles que sempre tiveram nesse mercado uma boa fonte para matar a sua sede.

Tal fato não é exclusivo de um estado, e sim de todo país, quando o aproveitamento acontece de forma pontual, desde que esses clubes quando não são de empresários, insistem no abandono ao trabalho de formação, que seria produtivo para todos, e para o contexto geral do futebol nacional.

Com exceção de poucos clubes do país, um dos maiores problemas do nosso futebol está centrado na ausência de produção do seu pé de obra. Na realidade, existem talentos, mas o ciclo mudou totalmente de rotação. Antes saiam das peladas das várzeas, hoje saem das escolinhas de empresários, que os conduzem diretamente para o exterior, sem passagem pelos nossos clubes.

Esse sem duvida é o grande buraco, e que não é debatido pelos segmentos interessados, cujos dirigentes assistem com passividade à evasão de atletas, e ao mesmo tempo formando os seus elencos com jogadores medianos.

Na verdade, o futebol brasileiro foi grande quando tinha seus celeiros bem abastecidos. O pulgão apareceu, contaminou a todos, e os talentos desapareceram, causando a pobreza desse esporte no país.

Tudo isso acontece, e a nossa "espetacular" mídia está preocupada com as entrevistas que saem do nada para o nada, afrontando o nosso Aurélio.

Nós merecemos isso.