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Escrito por José Joaquim

A cartolagem do futebol brasileiro anda de forma lenta como a antiga Maria Fumaça. São uns atrasados.

Depois de tantos anos do Campeonato Brasileiro com vinte clubes e de pontos corridos, só agora despertaram para a a venda dos direitos internacionais da competição.

De forma errada os clubes entregaram ao Circo que se ofereceu para negociar, quando poderiam fazer em seu conjunto.

Os dirigentes são desmemoriados ao esqueceram o que aconteceu com Ricardo Teixeira, Jose Maria Marin e Marco Polo Del Nero, todos afastados do comando da entidade sob suspeitas do recebimento de propinas por conta dos contratos com a TV para as transmissões da Copa do Brasil e Libertadores.

Tem um outro pacote importante para ser negociado que é o da venda das placas estáticas, desde que a Globo no seu novo contrato que começa a vigorar em 2019 abdicou desse direito e entregou-o aos clubes, que repassaram também para o Circo, com exceção do Flamengo e Corinthians que irão negociar de forma individual.

Aliás o individualismo é o maior problema do nosso futebol, que  vive do sistema de cada um por si.

A Premier League é um bom exemplo de internacionalização, e isso é sentido nos países do Leste Europeu, que transmitem os seus jogos pela televisão aberta, e com audiências extraordinárias.

Os telejornais dão um espaço maior para a Premier, do que para os campeonatos locais. Na realidade tal fato só acontece por conta de um profissionalismo que foi adotado em 1992, e cujos resultados estão sendo colhidos, quando hoje tem o mercado mais valorizado do mundo. 

No Brasil a negociação acoplará a venda dos direitos internacionais, assim como das placas que é o bolo da cereja. Poucos países do primeiro mundo dão importância ao Brasileiro. No tocante as placas é um faturamento garantido.

O país que já teve um futebol respeitado, hoje é incipiente e vem sofrendo com a concorrência do europeu que conta com os melhores jogadores do mundo, inclusive os nossos.

O Brasil por conta do amadorismo futebolístico e da esperteza de alguns, ao parar no tempo e no  espaço não soube se adequar aos novos tempos, não se reciclando, hoje recebe uma forte concorrência não apenas da Premier League, como das demais Ligas da Europa.

A maior comprovação é a audiência que tem nas televisões fechadas, e o número de jogos transmitidos por essas, além das camisas dos clubes do Velho Continente que desfilam por nossas cidades.

Já alertamos muitas vezes em nossas postagens, mas os amadores de plantão não conseguem perceber o abismo profundo que está sendo construído, e que irá dificultar o futebol nacional, inclusive para a sua internacionalização. 

A cartolagem tem que deixar de viajar na Maria Fumaça, e pegar o Trem Bala.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- NÁUTICO CARIMBOU O PASSAPORTE

* O futebol é lógico e uma vitória do ABC sobre o Náutico era algo que fazia parte do impossível desde que o time potiguar não tinha ganho um único jogo como visitante, enquanto o alvirrubro só teve uma derrota como mandante, e estava há 8 rodadas invicto.

O resultado final de 2x0 foi merecido, embora o alvinegro de Natal tenha jogado a maior parte da partida com 10 homens. Sustentou o 0x0 durante o primeiro tempo, mas foi liquidado na segunda parte.

Pouco se tem a analisar da partida, que tornou-se de ataque contra defesa, e um futebol sem muito qualidade.

Com essa conquista o time do Náutico assumiu a liderança provisória da competição com 30 pontos, e irá aguardar o resultado do jogo entre o Atlético Acreano e Confiança.

Além disso, ajudou o próprio time de Acre a garantir a sua passagem para a fase posterior, e ao mesmo tempo deixando o Santa Cruz com as chuteiras firmadas no G4, desde que matematicamente esse ainda não tem a garantia da presença nesse grupo, embora virtualmente possa comemorar.

A recuperação do alvirrubro é um dos fenômenos do futebol, quando o inacreditável aconteceu.

Independente dessa liderança, o segundo lugar está praticamente garantido, e com isso o direito de jogar a segunda partida em casa. 

NOTA 2- O ENCONTRO DOS DESESPERADOS

* A Ilha do Retiro será palco na tarde de hoje do encontro entre dois times desesperados.

O maior problema para a torcida do time rubro-negro é sem duvida a síndrome do ressuscitador que faz parte do DNA do Sport.

Como a Chapecoense vive um momento complicado, e como o Leão bondoso gosta de ajudar, poderá dar uma mãozinha para a equipe de Chapecó.

Além da disputa no gramado, outra se dará no banco de reservas, desde que o carrasco com a sua foice estará no estádio esperando Claudinei Oliveira ou Gilson Kleina técnicos dos clubes. Quem perder será degolado.

O clube da Ilha do Retiro completou seis rodadas sem vitorias, e o catarinense completou a quinta.

São irmãos gêmeos na pobreza do futebol.

O Sport é o 13º colocado na tabela, 19 pontos somados, 5 vitórias, 4 empates e 7 derrotas, aproveitamento de 40%.

A Chapecoense ocupa a 16º posição, sentindo o cheiro de enxofre da zona do inferno, com 17 pontos, 3 vitórias, 8 empates e 5 derrotas, aproveitamento de 35%. 

Nos últimos 10 jogos o aproveitamento dos dois contendores está igual, 11 pontos, 36,67%.

Como mandante o time da Ilha do Retiro, somou 12 pontos em sete jogos, com aproveitamento razoável de 57,14%, enquanto o da equipe de Chapecó é trágico como visitante, com apenas 3 pontos em 8 jogos, sem nenhuma vitória.

Na realidade, embora a equipe do Sport não esteja jogando um bom futebol, terá a obrigação de derrotar um adversário que não obteve nenhuma vitória como visitante.

Caso isso não aconteça é melhor fechar as portas.

NOTA 3- VIRTUALMENTE CLASSIFICADO O SANTA CRUZ ENFRENTA O JUAZEIRENSE

* A matemática não permite carimbar o passaporte do Santa Cruz, por conta da pontuação do Globo, mas na verdade nesse domingo até com um resultado negativo no seu jogo contra o Juazeirense como visitante poderá garantir a passagem para a segunda fase, bastando para tal uma vitória ou o empate do Botafogo-PB contra a equipe do Ceará Mirim-RN. 

Na verdade o tricolor tem 99,9% de chances para segurar a sua presença no G4, faltando apenas a sua colocação.

O jogo de hoje é difícil por conta da situação do Juazeirense na zona da degola, além disso o time baiano só tem uma derrota como mandante que aconteceu no seu primeiro jogo.

Nos demais foram 3 vitórias e 4 empates, somando 13 pontos, dos 24 disputados.

O Santa Cruz é o 3º colocado, com 24 pontos, e como visitante somou 10 pontos dos 24 que foram disputados. Um bom visitante.

Temos a convicção de que após essa partida contra o time baiano, o tricolor irá sair com a passagem comprada para a luta do mata-mata.

Por outro lado o lanterna Salgueiro irá receber o Remo que escapou dessa zona perigosa na rodada anterior, em um encontro de vida ou morte para ambos.

A equipe paraense completou três jogos com vitórias que serviram para tira-lo do buraco, e será um adversário perigoso. 

NOTA 4- CHEGA DE NEYMAR 

* Já cansamos de Neymar.

Não aguentamos mais as insuportáveis noticias na divulgação dos movimentos do jogador do Paris Saint Germain.

É algo que incomoda.

Tudo que esse faz é divulgado com uma rapidez de Usain Bolt. O mundo toma conhecimento que Neymar foi ao mictório, que ganhou um prêmio no jogo de Poker, e assim vai seguindo.

O nome desse atleta é repetido no Brasil de uma forma estranha.

Joga fora do país, não tem raiz em nenhum clube nacional, e em toda a hora é festejado por tudo que faz, até ir ao sanitário é tema para uma noticia.

Algo que é impulsionado pelos patrocinadores.

Em tudo isso corre muita grana.

O futebol brasileiro pode viver sem Neymar, e alguns nomes estão aparecendo com força, como Ramires do Grêmio, o garoto Lincoln do Flamengo, e em especial o Angél Romero, do Corinthians que sempre foi menosprezado pelas mídias esportivas, muitas vezes criticado em demasia e que hoje é a sensação do atual futebol.

Em cinco partidas marcou 7 gols, deu chapéu, fez embaixadas para o delírio dos seus torcedores.

Ramires é a alma salvadora do Grêmio com seus gols. Um jogador que evoluiu e que deveria ser festejado pelo jornalismo esportivo como um novo fruto de uma boa colheita.

Por outro lado, Lincoln aos poucos vai levar Vinicius Junior para a lembrança. Com seus poucos 17 anos, é hoje mais um boa promessa do Flamengo.

Na Europa o nome do momento não é Neymar, e sim Mbappé que é a estrela máxima do Paris Saint Germain, e do futebol europeu. O jogador brasileiro dentro do seu clube é a terceira estrela, perdendo para o francês, e para o uruguaio Cavani.

O futuro do futebol nacional está nos pés desses dois jovens jogadores, e de tantos outros que estão surgindo.  O terceiro que é mais antigo, desabrochou o seu futebol, que é Angel Romero.

O Brasil futebolístico pode sobreviver sem Neymar, sem o seu papai, e sem os parças.

NOTA 5- VINTE E TRÊS ANOS APÓS  

* O Ferroviário do Ceará ganhou o seu último titulo há vinte e três anos, e no período passou por momentos difíceis chegando ao fundo do poço, inclusive participando da segunda divisão estadual, e sem divisão nacional.

Foi campeão cearense em 1995 na gestão de Clovis Dias, um desportista que conhecemos na época, e que era do maior nível.

Com o titulo conquistado na noite de ontem frente ao Treze de Campina Grande, mesmo sendo derrotado por 1x0, desde que o placar de 3x0 do jogo de ida garantiu-lhe essa conquista, quebrou um jejum de mais de duas décadas.

Um bom público e com torcedores do Ferrim no estádio Amigão, a partida mais uma vez foi bem movimentada, bem disputada, um verdadeiro futebol de raiz.

O Ferroviário está voltando ao topo dos grandes do estado, com um lugar na Série C, que poderá ser a sua recuperação no mundo do futebol.

Aliás o Ceará teve uma outra conquista brilhante, com a vitória do Fortaleza por 2x1 frente ao Coritiba, fechando o turno da Série B em primeiro lugar.

Uma campanha espetacular, tendo a companhia de outro Nordestino, o CSA de Alagoas que terminou na vice-liderança.

NOTA 6- OS RESERVAS DO GRÊMIO ATROPELARAM O FLAMENGO

* A 17ª rodada da Série A teve o seu inicio com três jogos. O primeiro foi grotesco, uma pelada de péssima qualidade, envolvendo o Botafogo e o Santos.

Os passes errados, os chutões fizeram o espetáculo, que teve um publico de um pouco mais de 6 mil pagantes.

Dois times ruins, e que pelo andar da carruagem irão brigar contra a degola.

O placar de 0x0 fez justiça a mediocridade.

A seguir o Flamengo com seu time titular enfrentou na Arena do Grêmio o time local, que colocou os seus reservas, e mesmo assim massacrou o rubro-negro perdido em campo, derrotando-o por 2x0.

A equipe carioca nos vinte e cinco minutos do primeiro tempo foi melhor do que a gremista, mas sem efetividade e sem chutes ao gol.

Depois veio o domínio do tricolor gaúcho que perdurou até o final da partida. Um resultado justo e que poderá tirar hoje o Flamengo da liderança da competição.

Os pontos conquistados pelo Grêmio foram importantes por terem sido ganhos pelos seus reservas.

O terceiro jogo foi em Itaquera entre Corinthians e Atlético-PR, e que não merece ser analisado por ter sido insosso, com o time do Paraná um pouco melhor, mas no final o resultado de 0x0 foi justo.

Os times não mereciam a vitória.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A TARDE DA CLASSIFICAÇÃO DO NÁUTICO

* Embora já esteja classificado virtualmente, o Náutico necessita de apenas um empate no seu jogo contra o ABC na tarde desse sábado na Arena Pernambuco para comprar a sua passagem com o destino da segunda fase da competição.

O alvirrubro é o vice-líder na tabela de classificação com 27 pontos, com 8 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, 56% de aproveitamento.

O alvinegro potiguar é o 5º, com 21 pontos, 6 vitórias, 3 empates e 7 derrotas, com 44% de aproveitamento.

O Náutico como mandante tem uma campanha espetacular, com 6 vitórias, 1 empate e apenas uma derrota na 4ª rodada. Somou 19 pontos em 14 disputados, com um aproveitamento de 78%.

Por outro lado, o ABC não conseguiu obteve vitória como visitante somando apenas 2 pontos nos 24 disputados, aproveitamento de 8%.

Os números mostram que o time da Rosa e Silva é favorito, e não será nessa partida que o alvinegro de Natal irá mudar a sua performance negativa, principalmente por conta do retrospecto do adversário. 

Dependendo dos resultados de amanhã, essa vitória alvirrubra poderá classificar o Santa Cruz.

NOTA 2- O CAIXEIRO-VIAJANTE E EVERTON FELIPE

* O Caixeiro-Viajante é um personagem importante da história do Brasil. Na época das dificuldades de locomoção, sem estradas, esse muitas vezes em cima do lombo de um burro ingressava pelo interior afora negociando mercadorias, e abastecendo as casas de comércio.

Por incrível que pareça o Sport depois de 80 anos ressuscitou essa profissão, ao tentar negociar o meia atacante Everton Felipe que está ansioso para ser contratado por um clube que pelo menos pague o seu salário em dia.

A primeira visita feita foi a do Flamengo, cuja proposta não foi aceita pelo atacadista, que necessita de dinheiro vivo para pagar os seus fornecedores.

A viagem do caixeiro não foi positiva.

O burro foi substituído pelo avião, e nosso vendedor seguiu para São Paulo para conversar com Leco presidente do tricolor paulista. O clube do Morumbi  fez a sua proposta, mas como era parcelada e as necessidades são grandes, o dono da mercadoria mais uma vez não concordou.

Finalmente o caixeiro-viajante pegou um avião da Azul e foi bater no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, que é o mais bonito do Brasil para apresentar o seu mostruário ao Cruzeiro.

Os compradores ficaram de analisar o assunto.

Enquanto isso Everton Felipe com a cabeça voltada para o Sudeste do Brasil não treina com bola para não machucar as suas perninhas, na espera de uma decisão do grande vendedor. Ele quer ir para junto de Diego Souza o seu mestre nos ¨bons ensinamentos¨.

São coisas do Sport e de sua ¨competente¨ diretoria.

NOTA 3- COMEÇOU A TEMPORADA DE TIMES MISTOS

* Não existe solução para o futebol brasileiro.

Quando o Brasileirinho começou a  esquentar com o publico voltando aos estádios, os times que estão disputando em outros dois torneios estão preparando os seus mistos para atuarem nessa competição.

O Calendário insano é o responsável, mas todos os envolvidos ficam no silêncio dos não inocentes. 

Segundo dados do site sr.goool, entre os participantes do G6 apenas dois clubes não estão envolvidos em outros eventos, o Internacional e Atlético-MG.

O Colorado e o Galo contam com a maratona de jogos dos rivais para se fortaleceram na briga pelo título. Os gaúchos ocupam a 3ª posição enquanto os mineiros estão na quarta.

Flamengo (1º), Grêmio (5º) e Palmeiras (6º), irão jogar em 30 dias 11 partidas, o que dá uma partida a cada 3,6 dias.

O São Paulo (2º) está jogando na Sul-Americana.

Corinthians, Santos e Cruzeiro também serão maratonistas, muito embora não estejam no G6 da tabela.

No resumo da ópera a cada partida um atleta lesionado, desde que a maratona de jogos é intercalada com longas viagens de avião.

São coisas de um futebol estrambelhado.

NOTA 4- O SANATÓRIO GERAL

* Uma noticia de autoria do jornalista Klaus Richmond publicada no jornal Folha de São Paulo de ontem, comprova que o futebol brasileiro é hospede do Sanatório Geral.

O bloco dos Napoleões Retintos sai todos os anos no Carnaval com alas compostas pelos cartolas.

Um dos seus componentes vem do Santos, clube tradicional que abrigou Pelé, o maior jogador da história do futebol, e que hoje apesar das vendas de jogadores, vive com o pires nas mãos.

Segundo a matéria o clube peixeiro terá que pagar nos próximos meses quatro treinadores, incluído o atual.

Sem dúvida é o retrato da falta de um planejamento adequado, e da maneira que a agremiação foi e continua sendo conduzida.

Uma verdadeira aberração administrativa.

Os compromissos são os seguintes:

CUCA- Contratado recentemente, vai ganhar R$ 700 mil por mês,

JAIR VENTURA- Foi mandado embora, mas tem valores atrasados a receber,

LEVIR CULPI- Cobra na Justiça pendencias de R$ 4 milhões e,

DORIVAL JUNIOR- Reclama débitos de R$ 3,5 milhões.

Isso faz parte de um processo que levou o Santos a zona da degola da atual competição. 

NOTA 5- O CIRCO NO MUNDO DA LUA

* No mundo da lua a realidade é bem outra do que a do mundo da Terra.

No satélite terráqueo tudo são flores.

O Circo Brasileiro de Futebol, que é conhecido como CBF vive nesse mundo lunar.

A Nota Oficial sobre a sua seleção que eles chamam de brasileira, que na verdade não é, passou do limite do grotesco. Achar que foi boa a presença desse time na Copa do Mundo é querer que os torcedores acreditem em Papai Noel.

A forma como tratou a performance de Neymar foi ridícula, quando na verdade essa virou um mico com as suas simulações, que foram divulgas no mundo afora.

Vamos e venhamos, o time teve uma participação igual a de 2014, sendo que nessa contou com o placar de 7x1 contra a Alemanha para carregar nas costas. Caiu nas quartas de final.

Nada a se destacar, mas para aqueles que vivem no mundo da Lua e contando com uma imprensa ufanista, tudo vai bem na Casa da Mãe Joana. 

Escrito por José Joaquim

Um problema grave no futebol brasileiro, transforma-se não somente em um sonho para aquele que o deseja praticar, e sim na própria e pura sobrevivência, e promove muitas decepções.

Temos uma vivencia de anos no acompanhamento dos campeonatos das categorias inferiores, e observamos que aquele conceito antigo, em que os pais tinham pavor de verem o filho jogando bola, atualmente não é mais visto como um fator de descaminho para a juventude, e sim como um meio de sobreviverem.

Os jovens que procura as escolinhas de futebol, quer sejam de clubes, como de particulares, traz dentro de si o sentimento e a esperança de toda a família de muitos irmãos e pais pobres.

Essa é a base social desse esporte, que para os pretendentes seria um porto seguro, com um navio ancorado, em que o futuro atleta poderá dar uma melhor vida para seus familiares. O sistema funciona de forma uniforme.

Os garotos saem de casa bem cedo, acomodam-se muitas vezes em precários alojamentos, mas que para esses representam um avanço, posto que em muitas vezes apertados e sem as mínimas condições, e com a sua ausência é um boca a menos para alimentar, e quem sabe, no amanhã estará levando comida para os seus familiares. 

Quantas vezes verificamos a ânsia que os pais acompanham os seus treinamentos, várias promessas são feitas aos santos padroeiros, para que sejam aproveitados.

Quantos bilhetes de recomendação chegam aos clubes encaminhando um futuro atleta? Os políticos adoram fazê-lo, na certeza da conquista de mais votos. Quantas mães e pais levam seus filhos para os treinamentos, com o pensamento voltado para o futuro, com a visão de que esses tornando-se os profissionais, consigam dar-lhes uma melhor situação?  

Hoje eles já chegam com um empresário de lado para influenciar na sua avaliação.

A base da pirâmide social de nosso futebol motiva a falta de preparo intelectual dos atletas, que é notado nas entrevistas após os jogos, no anseio de tornarem-se profissionais, abandonam tudo, casa, família e sobretudo a escola, que é peça fundamental para a sua preparação.

Quantas vezes ficaram pelo meio do caminho, frustrados, sem que tenham chegado aos seus objetivos? Milhares, desde que os contemplados são uma minoria, e mesmo assim apenas em uma pequena parcela irá ter salários dignos que possa recompensa-los por todo o trabalho.

Na verdade se tivéssemos uma educação com escolas providas de praças de jogos, estes certamente teriam na base escolar o primeiro caminho, não o da ilusão de uma escolinha, que de mil participantes no máximo aproveitam cinco, com os demais voltando para casa desiludidos, junto aos seus familiares, que tinham a esperança de melhorar o padrão de suas vidas.

Falta uma orientação básica, inclusive nos próprios centros de formação, onde os jovens deverão ser aconselhados da necessidade da escola, pois muitos não serão captados para o futebol, e assim mesmo quando o são, esse esporte é cruel, quando a maioria de seus participantes encerram as carreiras sem destino.

Sem duvidas os problemas existentes fazem parte do velho manual da Sociologia, e pouco aplicado.

São coisas do Brasil.

Escrito por José Joaquim

Diariamente as noticias sobre clubes brasileiros com problemas com relação as suas finanças tomam conta das nossas mídias.

Salários atrasados, débitos com ex-atletas, agentes, fornecedores, e assim caminha o tal do mundo futebolístico. Existem soluções para tudo, menos para as gestões desastradas.

Não se pode dar uma dimensão gigantesca ao besteirol de Neymar, e deixar de lado algo tão importante para o destino do esporte que é o da governança corporativa, considerada como um bicho papão pelos dirigentes do futebol brasileiro.

Dois clubes entre as centenas no país adotaram o sistema, Flamengo e a Chapecoense, os demais patinam no processo.

O grande volume de recursos que gira em torno do futebol induz a uma necessidade da implantação da governança corporativa em seus clubes, que é nada mais, nada menos, um projeto de estratégia, valores, práticas e em especial para a formatação de um modelo empresarial que possa dar credibilidade, trazendo consigo uma nova visão para aqueles que desejam patrocinar o esporte, que poderão sentir um novo método nas suas gestões.

O limite da visão dos dirigentes brasileiros é curto ao acharem que o problema de gestão ficará resolvido de imediato com a contratação de um executivo para o futebol. Trata-se de um equivoco. O conceito de governança vai muito além desse caminho.

Temos dito e repetido por várias vezes, que faltam pensadores e inteligência a serviço desse esporte, que vive de sofrência por conta do amadorismo gerencial.

Sabemos que os princípios adotados na governança são impessoais, totalmente o inverso do que acontece hoje, e que levam a gestão a ser independente de pessoas, de nomes, que servem para monitora-la, envolvendo o relacionamento entre os dirigentes.

Os clubes tem que ser geridos como uma empresa, com os olhos em seus consumidores, formados pelos sócios e simpatizantes.

Uma mobilização de milhões de reais, como acontece atualmente, necessita de uma estruturação de gestão, mudando-se os processos e sobretudo, deixando-se de lado as interferências nefastas dos interesses pessoais.

A governança corporativa se preocupa com os resultados financeiros do exercício, do limite para os investimentos, acompanhamento dos profissionais dos diversos setores do clube, definição de cargos, das metas a serem alcançadas, e em especial os cuidados com o trato de seus consumidores.

Não temos duvida que a aplicação dessa linha programática, irá tirar os clubes brasileiros do atoleiro em que se encontram, quando contemplam grandes receitas e não sabem como as aplicar.

O planejamento é um eterno inimigo do empirismo, e das medidas aleatórias e açodadas. O trabalho corporativo é feito com os pés no chão, com base nas receitas programadas, desde que com um bom comando fica muito mais fácil de se detectar o que irá acontecer, tanto do lado positivo como negativo, e assim modificar os rumos a serem tomados.

Algo tão simples, mas que é renegado pela cartolagem.