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Escrito por José Joaquim

Há um bom tempo que chamávamos a atenção para uma geração de ouro da Bélgica.

Acompanhamos a sua seleção desde a Copa de 2014 quando chegou ao Brasil sendo considerada como uma das favoritas e fracassou, como também na Eurocopa de 2016.

Os seus principais jogadores são estrelas no futebol europeu.

Hoje amadurecidos, esses terão a prova final de um vestibular que poderá leva-los ao titulo mundial.

A seleção belga é dona de uma individualidade forte com excelente jogadores, mas trabalha com o coletivo que tem sido importante na atual Copa do Mundo. O grupo marcou 43 gols em 10 partidas das eliminatórias.

A equipe tem um 10 canhoto, algo raro no futebol, Hazard, que pensa o jogo e é a parte mais importante de uma máquina que mostrou em seus jogos a capacidade de jogar um futebol bonito, sem retrancas e simulações.

Para que se tenha uma ideia de sua importância, lidera o número de finalizações (11), e 2 assistências.

A principal força do time belga é o meio de campo de alto nível, com Hazard, De Bruyne e Mertens que comanda o modelo vertical de jogo com saídas bem rápidas.

Nessa Copa a seleção da Bélgica marcou 12 gols.

O homem de área é Lukalu, um atacante com cheiro de gol, marcou quatro na competição, e  apesar da sua estrutura física avantajada, tem habilidade e o corta luz que protagonizou o gol da vitória contra o Japão, foi uma demonstração que conhece bem o modo de jogar no basquetebol.

Foi uma típica jogada de um pivô, que abre espaço para o ala fazer uma cesta.

Todo esse sistema estará a prova no dia de hoje, quando poderá ter mais um fracasso, ou então consolidar afinal uma geração de ouro que foi formatada nos últimos dez anos.

Essa partida contra o Circo deveria ser a final da Copa do Mundo, e não uma quarta que irá deixar pelo caminho um bom time.

Na verdade se a qualidade dessa seleção for colocada em prática, certamente aquele favoritismo no Brasil em 2014, poderá acontecer na Rússia.

Para quem gosta do esporte da chuteira, perdendo ou ganhando a Bélgica é a melhor referencia. O seu futebol tem tudo aquilo que gostamos, a alegria de jogar para frente e fazer gols.

Essa tem uma média de 19 finalizações por partida.

O seu destino está nas mão dos Deuses do Futebol e do VAR inimigo. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A ALMA CONTRA UMA GERAÇÃO DE OURO

* O jogo que inicia as quartas de final da Copinha do Mundo tem todos os ingredientes para muitas emoções.

A alma, a vibração do Uruguai, irá confrontar-se com uma geração de ouro com uma boa parte dessa formada no Centro de Formação de Clairefontaine, que é dirigido hoje pelo brasileiro Francisco Filho.

Sete dos atletas titulares foram preparados nesse local.

A seleção do Uruguai ainda tenta curar a lesão de Cavani, que é a sua maior referencia. Ontem o atleta treinou em separado, e ainda não foi confirmada a sua escala.

A ausência desse profissional será um duro golpe para a Celeste, como foi a de James Rodrigues para a Colômbia.

A sua defesa levou um gol, e tem como ponto alto, a zaga do Atlético de Madrid, Diego Godin e Jose Gimenez.

A dupla de área que poderá ser desfeita, tem Cavani e Luis Suarez, é a responsável pelos gols uruguaios. 

Do lado francês, a seleção deixou muitas duvidas na primeira fase. Em nenhum dos três jogos conseguiu mostrar a cara de sua geração dourada.

O encontro contra a Argentina pelas oitavas de final, transformou o panorama por conta de uma vitória de 4x3, com um futebol de alta velocidade, com destaque para Kylian Mbappé, jovem de 19 anos que foi autor de dois gols.

O seu meio de campo é excelente, e consegue dar o apoio tanto à defesa como para ataque.

Na realidade essa partida envolve duas seleções que estão crescendo na competição e que sonham chegar mais alto. Será um bom jogo.

O melhor de tudo é que essa Copinha está encerrando, e que tudo voltará ao normal em nosso país, em que a sua população adora um feriado.

NOTA 2- O QUE FEZ O SPORT NO PERÍODO DE COPA?

* Enquanto os clubes da Série A estão complementando o seu elenco para a fase do pós Copa, o Sport dormiu em berço esplendido, e cuidou apenas de uma pequena desova.

Aliás deveriam dizer qual foi o gênio que contratou Felipe Rodrigues, que nada mostrou quando vestiu a camisa do rubro-negro.

Vai embora e não deixará nenhuma saudade.

O zagueiro Oswaldo Henriquez que entrou na desova tinha contrato até o final desse ano. Embora tenha jogado como titular por um bom tempo, jamais firmou-se na posição.

Que seja feliz.

Como o clube tem um trabalho de formação capenga, os jovens que são alçados ao profissional tem sérios problemas de fundamentos, e esse é o caso de Fabiano que vai para o Guarani de Campinas por empréstimo.

Foi muito mal aproveitado.

Na verdade não está errado o enxugamento da folha salarial, principalmente para um clube que tem sérios problemas financeiros, mas é obvio que o elenco atual não terá uma boa continuidade na competição.

A única contratação foi de Jean, que apesar dos 23 anos já vestiu várias camisas de times pequenos.

O meio de campo do time da Ilha do Retiro é fraco, precisa de um meia de qualidade que pense o jogo, assim como o ataque que não tem um homem de referencia.

Se a diretoria do clube estiver pensando que o Sport irá repetir o que fez nessas 12 partidas, vamos dar um conselho para tirar o cavalinho da chuva, senão esse irá morrer de resfriado.

Enquanto isso, o presidente do clube participa no voo da alegria no mundo da Rússia, mas parece que está no mundo da lua.

NOTA 3- AUMENTAR O TAMANHO DO GRAMADO É A SALVAÇÃO

* Quantos jogos de qualidade foram vistos nessa Copinha do Mundo de Putin?

São contados nos dedos.

Esse torneio está sendo um mal exemplo para o que resta do futebol, ao incentivar as retrancas, e em especial as bolas paradas.

Os gols provenientes da troca de passes desapareceram e tornaram-se uma raridade.

Na última terça- feira em um jogo da Serie B, assistimos a feitura de um gol do Goías contra o Avaí, que saiu do seu campo de defesa até a área do adversário trocando passes, e no final com direito a drible no goleiro.

Isso é o que chamamos de futebol de raiz que já aconteceu em nosso país.

O sucesso da Copa é jogar a bola para o alto no sistema bumba-meu-boi, e colocar um muro de concreto frente às defesas.

O professor Neymar, a paixão dos ufanistas, está dando aulas em sua escolinha e a matéria mais importante é a que trata dos modelos de simulações. Muitas seleções inscreveram os seus atletas. 

A da Inglaterra já está diplomada, desde que no seu jogo contra a Colômbia deu um show de simulações sob às vistas generosas do árbitro da terra de Donald Trump.

As partidas que estão sendo realizadas na Copinha são espremidas mostrando que o campo de jogo ficou pequeno, e não tem espaços sobrando para os jogadores bons de bola.

Só tem uma saída, a de aumentar o tamanho do gramado voltando para as antigas dimensões de 110x75 metros, abrindo assim novos espaços.

Se esse vírus que contaminou a Copinha penetrar com força nos eventos nacionais, o nosso futebol que já é péssimo será  enterrado.

Uma herança maldita.

NOTA 4- NEYMAR DE FORA DA SELEÇÃO DAS OITAVAS

* A mais importante revista esportiva da França, France Football, publicou a sua seleção das oitavas de final, e deixou Neymar de fora para tristeza dos seus ¨parças¨ e da Marquezine.

Dois jogadores brasileiros foram escolhidos, Willian e Paulinho. Na verdade as escolhas foram boas.

O jogador do Chelsea foi o melhor em campo, mas as influências externas escolheram o brasileiro do Paris Saint Germain.

Uruguai e França foram as que colocaram mais jogadores na seleção.

Os uruguaios com Godin, Cavani e Bentancur, e os franceses com Pavard, Kanté e Mbappé.

Dois jogadores eliminados, mas que foram destaques em seus jogos, foram escolhidos: Schmeichel, goleiro da Dinamarca, e Mina zagueiro da Colômbia.

A lista foi completada por Hazard que deveria também ser escolhido como craque dessa fase.

A seleçao foi montada da seguinte forma: Schmeichel, Pavard, Mina, Godin, Kanté, Bentancur, Paulinho e Wiliian, Harzard, Mbappé e Cavani.

Uma boa e seleta escolha.

NOTA 5- UMA VERGONHA BRASILEIRA

* O Brasil é um país que perdeu a vergonha há muito tempo.

Os fatos comprovam, inclusive com um ministro no dia de ontem sendo afastado do seu Ministério (Trabalho) pela Justiça.

O motivo de tal fato: as suspeitas de corrupção.

O mais grotesco se dá com a paralização dos serviços públicos da maior relevância por conta de um jogo da seleção.

As dificuldades para a marcação de exames especiais como os de ultrassom e diversos procedimentos de tal porte, tem uma lista de espera de alguns meses.

O cidadão ou cidadã, consegue marcar, e no dia do exame o hospital está fechado para que os funcionários, inclusive os médicos possam assistir uma partida de futebol que no contexto geral não vale nada.

O mais grave é que esses serão remarcados para dias muitas vezes bem distantes, como se a doença fosse esperar.

Isso aconteceu pelo Brasil afora e irá repetir-se no dia de hoje.

Um profissional jamais deveria sucumbir perante esse chamamento, desde que o povo com mais necessidades está bem acima de um time de futebol. Uma questão de saúde.

Não assistir um jogo para esses tem a aparência do fim do mundo.

Fim do mundo é sem duvida deixar um paciente sair de casa para um atendimento que foi marcado, e encontrar um cartaz de papelão com os dizeres: ¨FECHADO PARA A COPA¨.

Deixar de assistir uma Copa não mata ninguém.

É uma vergonha.

NOTA 6- BOLA QUADRADA

* A pena do jornalista Alan Neto, do jornal ¨O POVO¨, do Ceará é mais afiada de que um punhal.

Na edição que foi publicada no dia de ontem, a sua coluna tratou de ex-jogadores como comentaristas dos canais de televisão.

O texto é de uma ironia fina e vale a pena mostra-lo aos nossos visitantes:

Inventaram de jogador tornar-se comentarista.

Nada contra.

Exceções à regra são mínimas, quase nenhuma.

Bola quadrada quando falam.

- Júnior ainda é o melhor deles. Deveria estar no lugar de Casa Grande, que só bodeja. Você acaso entende o que ele diz?

- Fenômeno, um balseiro, deve ter sido invenção do chato Galvão. Fala baixo, nem no último volume se entende.

- Não seja por isso. Rei Pelé foi péssimo analista. Romário durou pouco com a sua língua pregada.

Restou também o Roger, tão insosso como pudim de isopor.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O VERDADEIRO FUTEBOL BRASILEIRO 

* O futebol brasileiro não é aquele que as  nossas mídias ufanistas mostram quando estão emocionadas com uma seleção que não tem nada com esse esporte no Brasil.

Na verdade essa pertence ao Circo do Futebol.

Alguns números que foram publicados pelo jornalista Jorge Nicola nos chamaram a atenção e que mostraram a cara real do nosso futebol.

O Corinthians, um gigante do setor, dono da segunda maior torcida do país, todos os meses apresenta um déficit de R$ 10 milhões.

O mais grave é que necessita de pelo menos R$ 30 milhões para equilibrar o caixa, mas encontra dificuldades para empréstimos por falta de garantias, e sobretudo por não apresentar capacidade de pagamento.

O alvinegro entrou na gangorra das antecipações de receitas.

Da Rede Globo já tomou os recursos de alguns anos adiante. A emissora autoriza uma instituição  financeira a emprestar os valores das cotas, com a cobrança de taxas e juros.

O clube negociou os direitos econômicos do jogador Maycon com o Skakhtar Donetsk, com pagamento  parcelado. As parcelas já foram trocadas em um banco.

Por outro lado, o Corinthians tem deixado de pagar os mais diversos compromissos, como direitos de imagem, luvas, comissões e até impostos. O FGTS fica atrasado por dois meses, e quando está para completar o terceiro, o clube paga um para garantir os direitos econômicos dos atletas.

São números que mostram uma grave situação de uma agremiação que tem forte demanda. Esse modelo desastrado de gestão, atinge outros clubes do país que vivem o mesmo problema.

Enquanto esses definham, o Circo engorda os seus cofres.

Isso é sem duvida uma inversão de valores.

NOTA 2- O COTIDIANO DO NOSSO FUTEBOL

* A Copinha do Mundo tem escondido muitas mazelas que acontecem no futebol do Brasil.

O seu cotidiano não se resume apenas em treinamentos, entrevistas coletivas do nada para o nada, que na sua maioria fazem o Aurélio a pular da sua cova. Acontecem coisas

O Fluminense está se tornando uma das Linhas cariocas, com tiros entre a policia e traficantes, sobrando para o lado bom que não tem nada com isso.

O Brasil precisa de um pulso forte para domar esse sistema corrupto e violento que tomou conta de todos os segmentos, inclusive nos esportes.

A continuidade de uma reunião do Conselho Deliberativo do tricolor carioca, que tinha sido interrompida por conta de uma invasão da torcida organizada, voltou ter uma nova cena de vandalismo da parte dos mesmos torcedores, que não conseguiram entrar na sede, desde que a diretoria colocou dezenas de seguranças.

Assim mesmo diversas pedras foram lançadas contra a sua sede, o patrimônio ficou danificado, e na rua Álvaro Chaves no entorno da sede, a guerra campal ente policia e bandidos uniformizados teve de tudo, balas de borracha, fogo nas lixeiras, gás pimenta entre outras coisas.

A reunião foi interrompida por conta do cheiro do gás pimenta que tomou conta do salão, mas teve a sua continuidade.

O Conselho quer o impeachment do presidente. Aliás isso já virou moda em nossos clubes.

Na verdade os moradores dessa área, que era uma das mais calmas do Rio de Janeiro, não suportam mais essas invasões. 

Essa é a realidade do ¨fantástico futebol brasileiro¨, tão cantado em prosa se verso por nossas mídias.

Até quando iremos suportar fatos como esses que estão destruindo o nosso futebol?

NOTA 3- TRANSFERÊNCIAS INVESTIGADAS 

* O titulo dessa nota é sobre algo que jamais iria acontecer no Brasil, desde que não existem investigações no seu futebol.

Aqui quem investiga está sendo investigado.

O fato ocorreu em Portugal, quando no dia de ontem o Ministério das Finanças comunicou no seu relatório anual de combate à fraude e evasão fiscal, a instauração de noventa processos para investigar contratações e transferências suspeitas. 

A administração fiscal desse país está apertando o controle tributário de negócios com jogadores e treinadores de futebol.

As suspeitas recaem nos esquemas utilizados nas transferências de atletas com as respectivas comissões de intermediação e os direitos de imagem, através de operações simuladas, como a existência de sociedades para ocultar rendimentos alvo do IRS.

A intenção do Fisco é de saber se essas foram feitas de forma legal.

Desde 2016 o Ministério das Finanças acompanha os negócios do futebol nacional, analisando as setes maiores sociedades anônimas.

No Brasil nada disso acontece, os clubes como não são Sociedades Anônimas como em Portugal, recebem pouca fiscalização, e muitas das transações efetuadas, em especial as comissões que são pagas aos agentes são jabutis em cima de uma árvore.

Para que se tenha uma ideia exata sobre as taxas de agenciamento, o Santos que vive uma crise financeira gigantesca, pagou nos três anos da gestão de Modesto Roma, R$ 25 milhões de comissões.

É uma farra e folia.

NOTA 4- GUARDIOLA TEM JUÍZO

* A Argentina ainda não resolveu a saída de Jorge Sampaoli do cargo de treinador de sua seleção. A multa contratual é milionária.

Esse deveria ter vergonha na cara e fazer um acordo com a AFA para que seja concretizada a rescisão.

Depois da mequetrefe campanha portenha deveria devolver o que já recebeu, e não o valor previsto no contrato.

No futebol ninguém abre mão de nada.

No meio de vários nomes que estão sendo cotados para o comando da seleção, o jornal argentino TN Deportivo cravou que a AFA já fez uma proposta milionária à Pep Guardiola, para que esse seja o novo técnico do seu time.

Segundo o periódico a proposta foi de um contrato de quatro anos, com um salário anual de US$ 12 milhões de dólares.

Vamos e venhamos é sem duvida uma boa bolada, mas o treinador do City tem juízo e hoje conta com um salário acima dessa proposta.

Assumir um cargo como esse é um encargo terrível. O torcedor argentino tem por sua seleção uma paixão bem maior do que a relação que tem com o seu clube, o inverso do que acontece no Brasil, onde esse prefere a sua agremiação.

Esse peso certamente influencia em um trabalho como esse.

Pep Guardiola renovou o seu contrato recentemente, e o Manchester City está contratando uma sua indicação solicitada na temporada passada, a do argelino Rivad Mahrez, do Leicester.

Uma boa perua do TN Deportivo.

NOTA 5- MESMO COM A COPA O CINEMA DÁ UM SHOW

* O Brasil continua sendo a Pátria do Cinema.

No final da semana passada, entre a quinta-feira e domingo o filme ¨Os Incriveis 2¨ na sua estreia, levou aos cinemas 1,49 milhões de espectadores.

Foi o mais assistido entre os demais.

A arrecadação foi de R$ 25,2 milhões.

¨Jurassic World- Reino Ameaçado¨, que foi líder nas últimas três semana, continuou com boa bilheteria, e foi assistido por 567 mil espectadores.

As outras estreias do final de semana, ¨Sexy por Acidente¨, e Sicário: dia de soldado¨, levaram as salas apenas 70 mil pagantes.

Um show do cinema.

Escrito por José Joaquim

Por Augusto Mafuz

Se não ocorrer mais episódios relevantes para a virada da Bélgica sobre o Japão, essa Copa do Mundo não vai conseguir desviar-se do caminho que tomou: o de ser uma Copa que fez o futebol como jogo de variações táticas e do talento individual, retroceder 10 anos.

As únicas que tem uma ideia que poderiam, em definitivo torna-se universal já foram embora: a Espanha, levou o mesmo sentido de jogo que só foi possível com aquele time que Casillas, Puyol, Xavi e Xabi Alonso, a Alemanha, porque está renovando o grande time de 2014, foram a Rússia mantendo o jogo que toma conta dos espaços com o passe em sentido vertical.

De resto, se há alguma ideia que marque, até agora não foi exposta.

O Brasil continua caminhando sobre águas. Embora não tenha padronizado em definitivo o seu jogo, não se pode afirmar que tenha alguma nova proposta, ou pelo menos uma ideia.

Matéria cansativa é essa, eu sei. Não gosto, mas o que fazer?

Dizem que a adoção de ex-jogadores como comentaristas, as transmissões dos jogos tornaram-se chatas. Concordo por que aprendi há muito tempo, lendo Nelson Rodrigues, que futebol se analisa com a alma e não com números.

Mas ainda é consolo. Leiam parte do que o notável jornalista Fábio Altman, do site e da revista Veja, escreveu depois de ver o quadro ¨A Volta do Filho Pródigo¨de Rembrandt, no Museu Hermitage.

¨Dói ver o filho de joelhos, de costas, arrependido por ter dilapidado o dinheiro da família tendo as mãos do pai como único consolo. É uma das coisas mais bonitas que o ser humano já fez, algo assim como o drible de Pelé no goleiro uruguaio Mazurkievski, ou o chute de Pelé do meio de campo contra o tcheco Viktor, ou a cabeçada de Pelé para a defesa de Banks, todos os três na Copa de 1970.

Mas o que tem a ver o Rembrandt do Hermitage com a Copa do Mundo da Rússia?

Tudo porque não dá para viver só de gols de pênaltis, de cabelo a miojo ou de VAR. A Volta do Filho Pródigo é necessária.

É uma dessas telas pelas quais, como os gols de Pelé o ¨difícil¨, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé; e fazer um gol como Pelé¨, escreveu Carlos Drummond de Andrade, não há outra igual¨. 

Quando pensamos, que em um dado momento da vida, nossos sentimentos já cansados, estão em repouso, volta Fábio Altman com uma sensibilidade de Rembrandt, Pelé e Carlos Drummond de Andrade, para provocar nossas emoções.

Sobre o autor: Augusto Mafuz é colunista do jornal Tribuna do Paraná, advogado e jornalista há mais de trinta anos conhece o futebol para muito além das quatro linhas. Faz um jornalismo independente. Na verdade é um poeta à serviço do esporte.

Escrito por José Joaquim

Quando presenciamos cenas como as do presidente da República, Michel Temer, comemorando a vitória do time do Circo, ou os gritos de alegria e fogos lançados por uma parte da sociedade, nos lembramos de uma frase do jornalista inglês Terry Eagleton, em um artigo no jornal ¨The Guardian¨, afirmando que o futebol era o ¨ópio do povo¨.

Segundo Eagleton, inventaram o futebol para manter as pessoas felizes.

Na verdade, nem tanto ao mar, nem tanto a terra, mas que esse esporte muitas vezes se transformou em um ópio do povo é muito bem visível, principalmente em países sob o comando de ditadores.

A reação da sociedade brasileira com as vitórias de uma seleção que na verdade não é do Brasil, e sim do Circo do Futebol Brasileiro (CBF), é um produto de uma alienação que tomou conta do país.

Esquecem que os lucros de uma conquista ficarão com a entidade que administra esse esporte em nosso território, ou seja estão permitindo que o sistema seja mantido por mais um longo tempo, que é bom apenas para a cartolagem, mas trágico para os clubes.

O povo quer pão e circo, e o resto é nada mais do que o resto.

A seleção que os ufanistas se esguelam em seus  jogos só tem um atleta que joga no futebol brasileiro, e assim mesmo era reserva que assumiu a titularidade por contusão do dono da vaga.

Por outro lado a Inglaterra com uma seleção formada 100% por atletas que jogam no seu Campeonato, vem fazendo uma excelente Copa, e com chances de disputar a final.

O Brasil hoje é um entreposto que serve para negociações de jogadores, e para alegria dos agentes. Os bons e novos vão embora, e os que estão em decadência voltam. Sabemos que a estrutura financeira do país, não pode concorrer com os grandes centros econômicos, mas apesar disso se tivéssemos gestores competentes a situação interna era bem diferente.

O futebol do Brasil está sendo repetitivo na mediocridade, mas ainda tem vida, mas essa está ligada a aparelhos numa UTI de um hospital do SUS, que é uma das tragédias brasileiras. No país finge-se que se faz futebol, quando na verdade estão trucidando esse esporte.

Qual será o seu futuro quando a maioria dos seus clubes são sazonais, como uma cultura agrícola? Qual a razão de não os tornar perenes durante o calendário esportivo? São perguntas que fazemos e não ouvimos respostas.

Já mostramos varias vezes o modelo britânico de conduzir o futebol, que tem 11 divisões, com a formação de uma cadeia produtiva, tendo uma sempre abaixo da outra, com acesso e descenso. O mais importante é que as ligas menores cobrem zonas geográficas bem reduzidas.

Isso em um país com uma população bem menor do que a nossa, sem a grandeza territorial que temos, mas dão um exemplo que poderia servir de estudo, quando seus clubes tem vida durante uma temporada.

Não é preciso copiar, e sim tirar o que de bom que existe por fora de nossos território. Os gritos de Hexa emanados por uma mídia que vive desse produto, é o ópio vendido aos torcedores que esquecem quais são os maiores beneficiados com essa seleção, cujo elenco ficará na Europa c com uma grande gratificação, e os dirigentes aproveitando-se de uma conquista para se perpetuarem no poder apesar de tudo que aconteceu nesses últimos anos.

O futebol brasileiro é igual a nossa politica, ambos tem vida, mas faltam bons médicos que possam trazê-los de volta à realidade.