Nos primeiros jogos da Copa do Nordeste o destaque foi a ausência do torcedor nos estádios. Fato esse que ocorreu em 2016, e poderá ter a sua continuidade na atual temporada.
Não ficamos surpresos com o fato desde que houve um açodamento para o início da competição, com os clubes ainda em formação, e seria bem obvio que teríamos jogos de qualidade muito duvidosa, e em especial por ser uma competição com poucos participantes da divisão maior do futebol nacional.
Sem contarmos com os jogos de ontem, e com o público de Confiança e Santa Cruz, que até hoje não foi divulgado, a maior participação da torcida foi no jogo do Treze x CRB, com 4.118 pagantes.
Enquanto isso o Globo-RN mesmo jogando contra um clube da Série A Nacional, o Vitória, recebeu apenas 728 testemunhas, o Salgueiro contra o Ceará contou com a presença de 2.199 torcedores, muitos desses do time cearense, e o Náutico em seu jogo contra o Altos-PI, com 1.350 ingressos vendidos.
Nesse jogo foi divulgado um público acima de 2 mil, que não condiz com a realidade, desde que no movimento financeiro entregue à imprensa constam 663 cortesias, que não são pagantes.
O ufanismo comercial com a Copa do Nordeste é bem latente, mas na verdade a competição está mal formatada, tem a ausência de clubes com demanda, que levam torcedores aos estádios.
A distribuição das partidas na tabela, os horários, são fatores que motivam a ausência dos consumidores nos estádios.
Quem irá salvar essa Copa serão os dois clubes da Bahia, Vitória e Bahia, e o Ceará que são bons de públicos.
Por outro lado o Campeonato Pernambuco como era de se esperar começou com os seus estádios vazios, o que demonstra mais uma vez que o torcedor não tem mais o sentimento de amor com relação aos estaduais, que tornaram-se obsoletos e sonolentos.
Esse sofreu o mesmo problema da competição regional, ao começar com os times despreparados para a competição.
Em Arcoverde, com a presença do Sport, os ingressos foram todos vendidos, com 3.000 pagantes.
É triste um estádio com essa capacidade no futebol profissional.
A cidade de Afogados da Ingazeira através do seu time o Afogados não conseguiu incentivar a ida de seus habitantes ao estádio, mesmo enfrentando um rival do interior, o Central, e suas arquibancadas receberam apenas 1.200 testemunhas.
A cidade de Pesqueira que em épocas anteriores abraçava os jogos de futebol, em seu encontro contra o Belo Jardim, só vendeu 487 ingressos, público bem menor do que os de muitas peladas.
O nosso futebol parou no tempo e no espaço, e cometeu um suicídio coletivo ao não acompanhar a globalização.
A Copa do Nordeste é uma excelente fonte de demanda, mas como está sendo administrada irá morrer de inanição, fazendo companhia aos estaduais.
Essa competição terá que ser o carro chefe do início de temporada da região, com duas divisões, e isso já estamos repetindo mais uma vez, e que poderá ajudar a melhorar a competitividade dos clubes.
O maior problema do nosso futebol tem um nome bem simples que se chama de má gestão, cujo sistema vem de cima para baixo, começando pelo Circo e terminando nos clubes.
Uma boa gestão tem que acompanhar as inovações oferecidas pelo mundo, as novas tendências, e o futebol não fica isento de tais fatos, desde que é um produto que tem que ser bem comercializado e bem gerenciado para a obtenção do sucesso.
Estaduais são coisas do passado, e a Copa Regional do presente e do futuro, e por conta disso terá que ser tratada com carinho pela cartolagem.
Comentários
0#7Copa da Conchichina —
Beto Castro20-01-2018 16:17
Uma Copa do Nordeste sem o Fortaleza, o América, o Campinense, o Moto Clube, o River, o Sergipe, o Asa, o Sport, o MAC, o Flamengo-PI, pode ser a Copa Interativa da Conchichina e nunca do Nordeste. Este certame só sairá da UTI com 32 clubes em 8 grupos paralelos de quatro equipes que cobre o mesmo período do atual. 16 iriam para um mata-mata na segunda fase e os clubes deveriam pressionar para o aumento dos recursos ridículos de TV para um mercado de 50 milhões habitantes. Os jogos seriam aos domingos com uma série B às quartas em grupos estaduais com todos os clubes médios e pequenos. O Fundebol pelo ranqueamento resolveria o problema de todos os clubes contemplados. Os títulos estaduais seriam disputados num quadrangular entre os times âncoras e os melhores da Série B para manter a tradição e o próprio ranqueamento estadual. Simples como tomar bala de criancinha. A Brascopa no meio do ano aportaria R$ bilhões em recursos. Eles odeiam o progresso e sofrem de Cromatofobia (pavor a dinheiro). O mais sadio bebe querosene, morcega avião e atira pedra na lua.
0#6RE: ESTÁDIOS VAZIOS —
AN TONIO CORREIA19-01-2018 13:58
JJ: Os comentários postos sobre esse artigo mostram o nível dos que acessam esse excelente site, o qual acompanho há anos. As soluções existem, mas os dirigentes não permitem as mudanças.
ESTÁDIOS VAZIOS - Caro amigo, têm razão os colegas Clóvis, Cláudio e Rubro-negro quando concordam que você dissecou completamente o assunto. Aliás, o escriba mor já vem analisando o tema ao longo dos tempos. Mas, sustentando o seu ponto de vista, realmente chegamos à lamentável conclusão, que os idealizadores da Copa do Nordeste estão perdendo uma ótima oportunidade para sedimentar e dar maior crédito à competição. Clubes ainda inexpressivos, tomam lugares de outros, tidos como grandes da região, possuidores de imensas torcidas. O Sport, por exemplo, não quis participar do torneio por óbvios motivos, devido ao patamar que alcançou. Mas não se pode conceber um campeonato regional sem o Sport, Náutico, Santa, Fortaleza, Ceará, Bahia e Vitória. Jogos em horários compatíveis com a segurança do torcedor, e não nesses absurdos das 7 e 10 da noite. Jogos também, preferencialmente, aos domingos e sábados à tarde. Isso não seria difícil, desde que os presidentes regionais cuidassem de extinguir os estaduais, alçando outra divisão no Nordestão, mais ampla em número, que abarcasse todos os outros bons clubes dos estados menores em projeção. Conseguisse da CBF, como era antes, uma vaga na Sula para o campeão, e colocação do vice nas oitavas da Copa do Brasil. Além, evidentemente , da premiação e dinheiro, o que já vem sendo feito.
Amigo Guilardo: Seu comentário enriqueceu o artigo e agradecemos. O problema é simples de resolver, mas a insistência nos falidos estaduais é algo que mostra o sitema que comanda o nosso futebol.
ESTÁDIOS VAZIOS - Caro amigo, têm razão os colegas Clóvis, Cláudio e Rubro-negro quando concordam que você dissecou completamente o assunto. Aliás, o escriba mor já vem analisando o tema ao longo dos tempos. Mas, sustentando o seu ponto de vista, realmente chegamos à lamentável conclusão, que os idealizadores da Copa do Nordeste estão perdendo uma ótima oportunidade para sedimentar e dar maior crédito à competição. Clubes ainda inexpressivos, tomam lugares de outros, tidos como grandes da região, possuidores de imensas torcidas. O Sport, por exemplo, não quis participar do torneio por óbvios motivos, devido ao patamar que alcançou. Mas não se pode conceber um campeonato regional sem o Sport, Náutico, Santa, Fortaleza, Ceará, Bahia e Vitória. Jogos em horários compatíveis com a segurança do torcedor, e não nesses absurdos das 7 e 10 da noite. Jogos também, preferencialmente, aos domingos e sábados à tarde. Isso não seria difícil, desde que os presidentes regionais cuidassem de extinguir os estaduais, alçando outra divisão no Nordestão, mais ampla em número, que abarcasse todos os outros bons clubes dos estados menores em projeção. Conseguisse da CBF, como era antes, uma vaga na Sula para o campeão, e colocação do vice nas oitavas da Copa do Brasil. Além, evidentemente , da premiação e dinheiro, o que já vem sendo feito.
JJ: A sua independência permite que um assunto como esse possa ser tratado. A Copa do Nordeste é um bom produto que está entregue a amadores, inclusive na televisão. Nesse artigo você acertou em cheio quando afirmou que os dois baianos e o Ceará poderiam sustentar o público. Ontem embora a Fonte Nova estivesse com uma grande ociosidade, pelo menos colocou 11 mil torcedores.
JJ: Existe uma frase que sintetiza o futebol brasileiro e o regional que é o nosso caso. Isso é o que temos. Os times já estão fracos tecnicamente e sem uma boa preparação não poderia ter um outro resultado. Sem a pré-temporada correta, com jogos com pequenos intervalos não se pode esperar algo além disso. O torcedor entende e não vai aos estádios.
Comentários
Amigo Guilardo: Seu comentário enriqueceu o artigo e agradecemos. O problema é simples de resolver, mas a insistência nos falidos estaduais é algo que mostra o sitema que comanda o nosso futebol.
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