No site da Federação de futebol local encontramos algo que deixou bem claro a falência desse esporte, com um pleito de filiação do Nabuquense Futebol Clube, um time da cidade de Joaquim Nabuco, da Mata Sul de nosso estado.
Nada contra o clube interiorano, mas na realidade a cidade não tem a estrutura adequada para comportar uma equipe profissional.
A municipalização seria o caminho para agremiações como essa, mas os que fazem o futebol brasileiro não entenderam a importância de tal rota.
Filiar um clube não é brincadeira de criança.
Cada vez mais ficamos convictos que o modelo adotado pelo futebol brasileiro exariu-se totalmente e certamente necessita de uma total reestruturação, e que esse é um caso de validade vencida.
As entidades que comandam o futebol do país são apenas cartórios arrecadadores de recursos, e os gastam na maioria das vezes em coisas inúteis e não republicanas.
Se perguntarem hoje a um consumidor do futebol para que servem as administradoras desse esporte no país, a resposta será única: ¨para nada¨.
O esporte necessita de profissionalização, que possa pelo menos deixa-lo competitivo. O que vemos hoje são as entidades ricas, sem terem um time de futebol, e os clubes endividados em sua grande maioria.
Isso é sem duvida um modelo perverso de se gerenciar um setor tão importante para o povo brasileiro.
O que fazer?
A criação de uma Liga Nacional para as suas maiores divisões seria o ponto de partida, mas com a maioria de nossos dirigentes isso poderia representar mais ainda a sua asfixia pois, certamente, não iriam deixa-la nas mãos de profissionais, sobretudo na repartição dos recursos, com os grandes querendo sempre mais, e os menores ficando com as migalhas.
Esse esporte está no mato sem cachorro.
Foi inflado com múltiplas competições ao mesmo tempo, e que vem promovendo a ausência de público nos estádios, e com jogos abaixo da mediocridade.
Os estaduais faleceram há muito tempo mas as entidades estaduais insistem em mantê-los nos aparelhos de uma UTI.
Está chegando o momento de que alguém tenha coragem de desliga-los.
Em Pernambuco, realiza-se o que chamamos de Estadual Fantasma, que ninguém toma conhecimento, com as arquibancadas vazias. Qual o analista independente que pode aprovar esse sistema?
O modelo faliu.
Os clubes, inclusive aqueles que já foram chamados de grandes um dia, são submissos aos jogadores, treinadores e principalmente aos empresários. Tornaram-se depósitos de aluguel para esses.
Os atletas não possuem a menor empatia com seu clube, beijam no escudo quando são contratados, e com pouco tempo já estão tendo o mesmo procedimento com um outro.
Os ¨Magrões¨ não existem mais.
Os jovens de 14 a 16 anos já tem seus donos, que os tratam como gado de engorda, visando outros mercados.
O incrível é a passividade de todos. Calam-se, submetem-se a um sistema como as ovelhas que são guiadas por um cão pastor.
O futebol brasileiro também integrou-se a uma parte da sociedade brasileira, que tomou uma anestesia geral, e até hoje não acordou, dando margem para que muitos corruptos e corruptores continuem agindo apesar da Lava Jato.
Não existe tratamento para o atual modelo, e sim uma ruptura total.
Continuar como estamos é algo que beira a insanidade.
Comentários
0#3RE: UM MODELO FALIDO —
PEDRO CORDEIRO03-03-2018 13:48
JJ: O texto está correto. O modelo adotado é arcaico e medieval. Esse esporte está na idade da pedra, vitima de uma geração que não pensa e se preocupa com a operação de Neymar. O amigo sempre cita a nova Era do país, e tem razão, estamos vivendo o período da imbecilidade.
0#2RE: UM MODELO FALIDO —
CARFLOS ALFREDO03-03-2018 12:46
JJ: Tudo isso é verdadeiro. Não vamos alongar o comentário e sim perguntar aos dirigentes do futebol brasileiro qual a razão de não acontecer uma ruptura nesse esporte que deveria começar com o monopólio da televisão. Esse é o maior culpado. Parabéns pelo artigo, que na verdade faz parte das vozes e penas isoladas nessa podridão.
0#1RE: UM MODELO FALIDO —
ANTONIO CORREIA03-03-2018 11:01
JJ: O artigo mostra de forma clara que o atual modelo do futebol brasileiro faliu. O que acho estranho é a omissão do torcedor e principalmente da imprensa que é aquela que entra muda e sai muda.
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