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Escrito por José Joaquim

Já discutimos esse tema que iremos abordar por várias vezes, mas como faz parte do sistema que vem reduzindo o potencial de mercado e da qualidade do futebol, iremos voltar ao assunto.

Uma das coisas que mais aflige o futebol nacional é o da rotatividade dos jogadores, que deu ao esporte uma cara de motel, por contra do entra e sai constante.

Quando assistimos aos jogos dos nossos clubes, muitas vezes não conseguimos mentalizar o nome e mesmo reconhecer alguns atletas que estão no gramado.

Sem duvida essa é uma constatação perigosa, uma vez que afeta um dos pontos mais importantes do esporte, que é o da empatia entre os consumidores com os jogadores dos seus clubes.

Quando acaba uma temporada, com raras exceções, existe uma debandada de profissionais, contemplada com a chegada de outros, e no final os seguidores do futebol ficam em duvidas com a escalação dos times que irão atuar.

A empatia morreu, desde que durante uma ano, dois a três times são contratados.

No futebol europeu já sabemos de cabeça a escala dos times que perduram por vários anos. Um ou dois são negociados, com o mesmo numero de contratações.

Quantas vezes ao assistirmos a uma partida nos deparamos com um alienígena dentro de campo, e ficamos nos questionando sobre a sua origem, de onde veio, e como chegou ao clube?

Quantas vezes vimos nas coletivas os jogadores beijando escudos, levantando polegares, e logo após alguns desses estarão repetindo as cenas programadas em outras plagas?

Na verdade a manutenção por um tempo maior de uma equipe é fundamental para o mercado de consumo do futebol brasileiro.

Os clubes hoje encontram dificuldades de mentalizar nas cabeças dos seus torcedores, os times que estão disputando as competições.

Poucos conhecem os profissionais, e com o agravante, esses também muitas vezes fazem o papel de um funcionário burocrático que ganha para trabalhar, e não nutre um pequeno traço de amor à empresa onde está exercendo a sua profissão.

Sem saudosismo piegas, os consumidores do futebol em épocas anteriores sabiam de cor a escala dos seus times, cujos atletas atuavam uma, duas e até três temporadas juntos, e formavam uma identidade global entre todos os segmentos que envolviam o esporte.

O sistema modificou-se, quando os times passaram a ser semestrais, com dezenas de contratações, inclusive com profissionais que sequer jogavam.

O processo de formação que ajudava na permanência dos jogadores nos clubes por um maior tempo, foi destruído e entregue aos agentes que tem o seu gado apenas para negociações.

O nosso futebol assimilou a rotatividade dos motéis, e começou a apequenar-se.

São fatos concretos, que podem ser avaliados por aqueles que ainda pensam em algo de positivo para o esporte da chuteira em nosso país. 

Comentários   

0 #1 RE: O FUTEBOL E OS MOTÉISANTONIO CORREIA 12-03-2018 12:46
JJ: Você levantou um tema bom para ser debatido e que vem destruindo o futebol brasileiro. Quantas vezes vejo um jogador numa escala que não sabia que esse pertencia ao clube. A rotatividade é perversa.
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