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Escrito por José Joaquim

O Brasil tem vários Brasis em seu território, em especial no futebol.

Existem estados esquecidos por todos e vivendo apenas de sonhos e sobretudo de dificuldades.

Lemos uma matéria de algo que aconteceu, em Roraima, quando o Progresso de volta ao estadual local após cinco anos de ausência, na sua estreia entrou em campo com apenas nove jogadores no seu jogo contra o Náutico, e quando o placar já estava em 2x0 o time começou o cai-cai, e sem número para a continuação da partida o árbitro a deu como encerrada.

Tal fato aconteceu pela falta da regularização dos atletas na entidade local.

Na verdade apareceu em Boa Vista, o cidadão Alexandre Lindner, que apresentou-se com agente de jogadores e fez um contrato com a diretoria do clube para dirigir o setor do futebol em 2018.

Trouxe vários profissionais e nem o dinheiro para registra-los tinha.

Nas conversas com os dirigentes do cube deu o Novo Hamburgo-RS como uma referência, dizendo que tinha sido seu dirigente em 2017 quando esse conquistou o título gaúcho.

Tudo mentira.

Tentou uma fuga mas como o voo foi adiado, os jogadores levaram a policia que o prendeu juntamente com o filho. Foram liberados e desapareceram deixando para o Progresso o encargo de manda-los de volta, fato esse que tornou-se impossível por falta de recursos.

Golpes como esses acontecem sempre em locais mais distantes e com um maior distanciamento dos centros maiores.

Na realidade, mesmo nas regiões mais pobres existem condições para um bom trabalho esportivo, com o aproveitamento de atletas formados em casa, sem a necessidade de contratações de fora, ou de sofrerem constrangimentos como esse.

O basquetebol do Amapá estado também localizado na região Norte, nas décadas de 80 e de 90 serve como exemplo, quando participava das competições nacionais com dignidade, formado pelos locais oriundos das escolas. 

O futebol de Roraima não sai do lugar, e isso se dá por conta da longetividade do presidente da Federação, Zeca Xaud, com o mesmo tempo de poder da sua entidade, 43 anos, e sempre aliado do Circo.

Enquanto o esporte da chuteira agoniza em seu estado, lá estava ele em um hotel do Rio de Janeiro assinando o apoio para o Caboclo ser presidente da entidade maior do futebol brasileiro.

Na verdade o futebol de Roraima agoniza há muitos anos.

O profissionalismo é incipiente.

Uma boa parte dos jogadores trabalham em dias de jogos, desde que os clubes não tem condições para o pagamento de bons salários.

Enquanto isso a Federação de Xaud recebeu em 2016 um pouco mais de R$ 1,3 milhões para as suas despesas sem contar com o pró-labore destinado ao presidente. 

Tais recursos serviriam para a administração do futebol local, que não existe, apenas na brincadeira do cartola.

Uma frase de Xaud sobre o continuísmo exacerbado reflete muito bem a realidade: ¨Estou aqui  até hoje no cargo porque sou honesto e amigo de todos. Transformo o pouco em muito, e por isso eles me escolhem¨.

Este, sem duvida, é o outro lado do futebol nacional.

Merecemos o que temos, e diversos cartolas como esse habitam o mundo esperto do futebol.

Comentários   

0 #2 RE: O OUTRO LADO DO FUTEBOL NACIONALPLINIO ANDRADE 15-03-2018 19:59
JJ: A CBF se contenta em dar as benesses para as Federações, mas não cobra as suas aplicações. Fatos como esses só acontecem por conta do abandono de alguns estados da Região Norte, que abrem as portas para aventureiros. Esse Xaud é um fenômeno. Se agarrar a um cargo por 43 anos é algo que deve ser estudado por um psiquiatra.
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0 #1 RE: O OUTRO LADO DO FUTEBOL NACIONALANTONIO CORREIA 15-03-2018 12:18
JJ: O aproveitamento regional e local para os clubes de um Norte mais distante é fundamental para a sua evolução, e abaria com os procedimentos citados, quando um pretenso agente chega numa cidade carregando vários jogadores para tentar o aleatório. Um dirigente que comanda por 43 anos a entidade faz parte de um futebol que está minado pelos cupins.
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