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Escrito por José Joaquim

Por Amir Somoggi

Durante muito tempo o futebol brasileiro viveu da tese que o amadorismo e a falta de uma boa gestão eram os motivos de nosso baixo desenvolvimento. Assim, a ausência de nossas industrias era resultado desta má administração.

Infelizmente isso não é verdade. Ainda que nosso mercado careça de boa gestão o seu sucateamento é proposital, orquestrado pela CBF e federações estaduais.

A manobra da CBF nas caladas da noite, para garantir uma chapa única para presidente da CBF, com o apoio imediato de 20 federações estaduais é a prova disso.

O sucessor de Jose Maria Marin vai conseguir colocar no seu lugar o seu braço direito no comando da entidade, em chapa única. Temos uma crise de credibilidade brutal, e o silencio de clubes, patrocinadores, e até da imprensa é inaceitável.

As federações e seus estaduais com baixo apelo estão destruindo o futuro (o não futuro) de nosso futebol. As entidades mandam no calendário, nas decisões politicas, na relação com o governo e com o Congresso.

E os clubes assistem a tudo sem nada fazer.

Um silêncio absurdo, como se o futuro do futebol brasileiro, e suas competições não os interessasse.

Os clubes representam hoje 87% do PIB do futebol nacional e simplesmente não se unem para exigir que seus direitos sejam respeitados.

As entidades não tem ideia de como perdem bilhões por ano, por não tomarem as rédeas de suas vidas.

A TV Globo, parceira das federações e da CBF, quer mesmo que o controle das decisões fique com ela e mantém esse status quo. Hoje a emissora gasta R$ 1,5 bilhão por ano com os clubes. 

Num modelo de liga não teria acesso a todo o conteúdo que detém e não explora, participaria das concorrências e gastaria bem mais, algo como R$ 4,5 bilhões por ano.

Com o mercado publicitário em crise e com a queda acentuada dos assinantes de TV paga, por conta da Netiflix, seguramente teria dificuldade para viabilizar seu investimento, tendo que dividir o bolo, como ocorre nos Estados Unido e Europa.

Todos os mercados esportivos do planeta somente evoluíram quando houve a criação de uma liga totalmente profissional, independente e que negocie o conteúdo de forma a ampliar os ganhos dos times. Uma empresa tocada por executivos, que negocia todos os direitos comerciais das competições.

A livre concorrência entre os diferentes grupos de comunicação e a negociação de novos conteúdos como o mobile, streaming e games, somente é benéfica para os mercados.

Nesse ambiente há profundo interesse de todos os envolvidos e uma busca constante de mais receitas, no mercado doméstico e global.

Isso cria novas plataformas e formatos de comercialização das competições, em que as emissoras devem seguir regulações, definidas pelos clubes, como sócios fundadores da liga.

Nesse momento, uma completa utopia.

Os patrocinadores da CBF são também responsáveis. Empresas como Itaú, Vivo, Ambev, Nike e outras marcas gigantes que valem bilhões de reais são na pratica que financiam esse estado de coisas do futebol.

Imaginam que não estão afetando negativamente sua imagem, mas estão e muito.

Os patrocinadores representam 64% das receitas da CBF, um montante de R$ 411 milhões injetados na entidade. Sem o dinheiro dos patrocinadores ela não sobreviveria.

Ninguém poderia ser mais efetivo em um processo de mudança.

A FIFA foi obrigada a mudar exclusivamente por sofrido pressão de patrocinadores. Não se calaram para protegerem as suas marcas, que estavam sendo arranhadas pela gestão de Joseph Blatter.

Infelizmente aqui as marcas preferem o silêncio.

* O autor desse artigo é administrador de empresas formado pela ESPM. especialista em gestão esportiva pela FGV, e pós graduado em marketing pela Universidade de Barcelona.

Comentários   

0 #5 RE: SUCATEAMENTO DO FUTEBOL BRASILEIROCLAITON LIMA 20-03-2018 14:42
JJ: Excelente o artigo de Amir. Muita coisa desse já debatemos com o amigo em seu blog. Uma aula sobre os problemas do futebol.
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0 #4 RE: SUCATEAMENTO DO FUTEBOL BRASILEIROCARLOS EDUARDO 20-03-2018 12:16
JJ: Amir Somoggi é um dos melhores e mais sérios analistas do futebol brasileiro, faz parte de um grupo pequeno e seleto do qual o amigo faz parte, das pessoas que entendem do setor e que são independentes e sérios. O artigo é uma boa aula para que gosta desse esporte.
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0 #3 RE: SUCATEAMENTO DO FUTEBOL BRASILEIROPLINIO ANDRADE 20-03-2018 11:30
JJ: ANTONIO CORREIA JÁ DEFINIU O QUE IRIA ESCEREVER. O ARTIGO ESTÁ CORRETO, INTELIGENTE E SOBRETUDO SÉRIO. MUITO BOM PARA NÓS QUE ACCESAMOS O SEU BLOG QUE É UMA RARIDADE NO MEIO.
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0 #2 RE: SUCATEAMENTO DO FUTEBOL BRASILEIROANTONIO CORREIA 20-03-2018 11:26
JJ: É excelente para nós você trazer artigos como esse para todos nós que visitamos o seu blog. Esse está perfeito e analisa de forma técnica o sucateamento do nosso futebol, e mostra quais são os seus responsáveis.
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0 #1 Turco EnviezadoBeto Castro 20-03-2018 11:23
Ainda bem que o mestre apenas repassa este amontoado de heresias do Branquelo Matusquela. Vai mentir e enviesar assim na
Síria. Primeiro, CBF e Federações não mandam em nada, apenas participam do covil da corrupção do Camelódromo e das Doze Tribos do Capeta. Essa instituição do Edifício sem Nome apenas sanciona como representante dos comebolas e do Baú da Zurica, o erro do engano. O poder efetivo desse tigre de papel são os conspiradores de 1986 da Revista Placar que por décadas eram representados pela excrescência do Clube do Pixu e do Bode Rouco. As doze tribos do pantanal onde se escondem os quadrilheiros chefes da máfia ficam com 98% de todos os recursos do futebol brasileiro que são torrados na depravação da jogatina da ficção do dinheiro pródigo jogado fora. Os capetas da corrupção recebem apenas os seus pixulecos repassados por Zé das Placas sobre contratos leoninos e ilegais acoplados a torneios e patrocínios chupa cabras. Já os centuriões lagartixas esmoleres são assalariados dependentes com as suas sucursais da podridão. Quem fica com o dobro ou triplo do tumores do câncer em metástase são os camelôs do golpe. Não há sucateamento e os certames estaduais são apenas o suporte do sistema federativo que sanciona a corrupção global. O que o autor dessa aleivosia ideológica deseja é impedir qualquer forma de reação dos zumbis mortos vivos ao criar a Primeira Liga dos Doze Depósitos de Resíduos Sólidos que formam do Aterro Sanitário Gigantesco onde a Rede Golpe estaciona os seus camelos famintos. Destruindo o que restou da República Bananeira Fedorenta estaria consolidado o Fim do Brasil Federativo e a inauguração do Califado Turco Unitário. Os clubes que o estudioso se refere não são os 800 clubes brasileiros, mas as doze tribos da Bota Brasileira com um "S" no meio, que segundo o mesmo tem 87% do Pib, o que é uma contradição de tudo que afirmou. Realmente, as Federações perdem bilhões na atual organização de conivência, mas é porque não mandam em nada, apenas servem para manter os cargos, mordomias e sinecuras dos emires vitalícios do Califado. O Pacto da Máfia em desbaratamento é muito engenhoso, sendo uma máquina azeitada de lavar dinheiro sujo. As doze tribos ficam 87% do PIB fictício fantasioso, enquanto as demais quadrilhas arrecadam os 13% restante. Como esse PIB de fachada é apenas 1/3 do total, o camelódromo embolsa os outros 2/3 do PIB não declarado e sustenta eternamente toda a cambada de ladrões. Esta é razão porque os fugitivos anteriores não abrem mão de ter um membro de lealdade canina no comando do covil dos puxa-sacos. Evidentemente, o Mestre dos Sortilégios adoraria essa ideia de uma Liga de Amarrar Dinheiro Lavado, com pontos corridos, cobra de duas cabeças, o engessamento do hospital de trauma do território não existente e os torcedores comprando camisas das Telecoms, provedores de gás, Bancos, Fábrica de Automóveis, Cias. de Seguro e outros intrujões do ganho fácil. A apoteose seria uma Agência Reguladora Pixulecobol com os diretores nomeados como no velho defunto do Clube dos Treze descendentes de Jacó. Essa caravana da miséria dos camelos do deserto não tem qualquer futuro e segue o mesmo destino dos partidários do Califa Temerário Marumita Kassabiano, também conhecidos como os Vampirões dos Manifestoches do Departamento de Justiça de Tio Sam.
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