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Escrito por José Joaquim

O nosso telefone quando dá uma sinal de alguma importante noticia logo cedo, já sabemos que alguma operação contra a corrupção está sendo realizada.

A de ontem foi com personagens importantes da vida nacional, que tiveram as prisões temporárias decretadas pelo Ministro do STF, Luís Roberto Barroso.

Aliás tal fato já tornou-se banalidade no país que está dominado pela corrupção.

Por conta disso nos lembramos de uma obra barroca que até hoje se discute o verdadeiro autor, inclusive considerando que esse seja um anônimo, mas na verdade os livros encontrados nas mais diversas bibliotecas do mundo apresentam como responsável o Padre Antônio Vieira.

O título é bem sugestivo: ¨A Arte de Furtar¨, escrita no século XVII, que destaca a variedade de furtos e ladrões, com instruções inclusive para que pudessem ser identificados.

Nos capítulos, o autor fala dos desvios de recursos que existiam na colônia portuguesa, contando com a participação de setores da sua sociedade, principalmente entre aqueles que representavam a corte. 

Nada melhor para um presente aos corruptos que pululam nas terras brasileiras.

Tiramos um pequeno trecho para que os nossos visitantes façam as devidas comparações de algo escrito nos meados do século XVII com o que acontece no século XXI em que vivemos.

CAPITULO II

Como a arte de furtar é muito nobre.

(...)

E para que não engasgue algum escrupuloso nessa proposição, com a máxima de que não há ladrão que seja nobre, pois o tal ofício traz consigo extinção de todos os foros de nobreza, declaro logo que entendo o meu dito, segundo o vejo exercitado em homens tido e havidos pelos melhores do mundo, que no cabo são ladrões, sem que o exercício da arte os deslustre, nem abata um ponto do timbre de sua grandeza. (Vieira-p48/49).

No livro, o Padre Vieira usou uma metodologia das unhas que eram usadas para os roubos com vários modelos: as políticas, disfarçadas, maldosas, sabias, ignorantes, entre outras coisas.

Na verdade a simbologia das unhas bate muito bem com a realidade nacional, e mostra que desde os anos mil e oitocentos essas são cravadas em diversos setores do então Brasil colônia, continuando no Brasil Império e da República até nos dias de hoje.

São as unhas que sonegam, que lavam dinheiro e se apropriam dos recursos públicos.

No esporte nacional a nobre arte de furtar também faz parte do seu contexto, onde existem também um número bem grande de unhas atuando e sorrateiramente enriquecendo às suas custas.

Fatos existem todos os dias, e muitos recursos que deveriam ser aplicados nos esportes, em boa parte são desviados pelas diversas unhas que se locupletam desses, apoiados pela impunidade existente desde o Brasil colônia e que perdura até hoje.

O que falta ao nosso país é um número maior de tesouras para que as unhas sejam cortadas, e assim possa ter um futuro mais digno e decente, bem longe do que nos apresenta o livro objeto de nossa postagem.

Precisamos de uma operação ¨CORTA UNHAS¨.

Comentários   

0 #2 RE: A ARTE DE FURTARANTONIO CORREIA 30-03-2018 11:31
JJ: No feriadão um bom presente para os seus leitores, com esse artigo que é a cara do Brasil do século XXI. Vivemos em um período de muitas unhas que precisam ser cortadas.
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0 #1 País dos podólogosBeto Castro 30-03-2018 11:30
Esse pássaros de rapina do nazi-fascismo hipócrita sempre alegaram que os seus tesoureiros deveriam cortar as unhas dos mais honestos para continuarem roubando livremente. Esses puladores de muro
passeiam no passado recente de 1954 quando mataram Getúlio e em 1964 quando colocaram as tropas nas ruas. Ícaro está vivo e Zé Ramalho assim se expressou aos cortadores das unhas dos outros.

Desamarrem os laços
Façam coisas pela liberdade
Digam versos pela resistência
Pelos caminhos das aventuras
As alturas merecem todas as asas
Homens de plumas
Antes do sol derreter
As unhas desse meu pássaro
Pulem os muros
Fogos e clarões na cidade
Anunciando que o sonho não morreu
E em janelas há gente reclamando
Essa prisão que de fato não morreu
Entre todas janelas
Há grades e terror
Momentos de oração
Há gargalhadas na boca da donzela
Há gritos e temor
Momentos que passeiam no passado
Há mais amigos na porta dos fundos
A esperar... A esperar... As pedras bonitas
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