blogdejjpazevedo

BlogdeJJPAzevedo.com

Escrito por José Joaquim

Eu sou nuvem passageira

Que com o vento se vai

Eu sou como o cristal bonito

Que se quebra quando cai

Esses versos são da música Nuvem Passageira, de autoria de Hermes de Aquino que se encaixa bem na cartolagem brasileira.

A crise que tomou conta do futebol brasileiro tem como ponto de partida o amadorismo dos seus dirigentes, e em muitos casos a falta de uma maior participação na vida dos seus clubes.

Um exemplo bem próximo vem da Ilha do Retiro.

A sociedade mudou os seus conceitos, os clubes que eram parte do seu cotidiano não conseguiram acompanha essas transformações, e foram perdendo as presenças dos seus associados no dia a dia, e isso sem duvidas tem reflexo nas diversas gestões.

O clube sempre foi formador de novas lideranças, que viviam as suas necessidades, os seus diversos objetivos, criando assim uma escola de futuros gestores.

Hoje o cartola é uma nuvem passageira.

Muitas vezes nunca o frequentou e em casos especiais, somente em jogos de futebol. Quando o assumem é por pertencer ao grupo dominante, que se apossou desse por interesses pessoais.

Passa o seu período no comando, retira-se do processo, deixando em vários casos problemas para o seu sucessor.

Como não existe mais o modelo de agregar, de trazer sócios para os seus intramuros, os clubes ficam entregues a dirigentes que se dedicam parcialmente, sem a experiência adequada para os cargos que ocupam, e os resultados são bem claros, quando todos andam com dificuldades.

Um sentimento mais arraigado à camisa de sua identidade, sabendo que poderá fazer o bem para essa é fundamental, caso contrário, ou seja jogar no aleatório é improdutivo e carreador de transtornos.

Existem em algumas vezes bons gestores, mas na maioria esses vão embora, e os que permanecem são os fracos, que para eles tanto faz, tanto fez.

Quantos dirigentes de clubes estão no comando, sem conhecerem de perto as suas dependências? Chegam através do GPS. Assumem e ficam perdidos nos labirintos internos, e trazem para os ajudarem muitas vezes áulicos, que só sabem balançar a cabeça e dizer amém.

Como a cultura do clube empresa não é absorvida em nosso país, a profissionalização é fundamental para que possa se administrar de forma correta, de modo bem profissional na busca de dividendos positivos.

Na realidade tal participação não fica restrita apenas ao futebol como acontece em alguns clubes, e sim em todos os seus setores.

Obvio que não se pode continuar com o modelo existente, que dirigir um clube é um favor, e quando cobrado a resposta é: ¨Não ganho nada com isso¨.

Já que não podemos voltar aos bons tempos, quando os dirigentes começavam como atletas, viviam o dia a dia de suas agremiações, pelo menos deveríamos acabar com o sistema de nuvem passageira, entregando-o a gestores competentes, que poderão dar uma nova dimensão ao processo.

Se continuarmos com os cartolas gastando acima de suas receitas, o futebol brasileiro jamais irá se recuperar, desde que o amadorismo o está matando, e todos ficam observando como se estivessem na Ilha da Fantasia.

Na realidade já tivemos dirigentes (paredros), e hoje temos cartolas.

Comentários   

0 #2 RE: NUVEM PASSAGEIRARUBRO-NEGRO 10-04-2018 11:16
JJ: O nosso Arnaldo Barros se enquadra no artigo Nuvem Passageira. Excelente.
Citar
0 #1 RE: NUVEM PASSAGEIRAANTONIO CORREIA 10-04-2018 10:49
JJ;Seus artigos são ensinamentos. Esse de hoje mostra o que acontece na escolha dos dirigentes dos clubes. O título foi bem colocado. Nuvem Passageira
Citar

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar