Assistimos no dia de ontem vários jogos que foram realizados no Brasil e na Europa, e as comparações obviamente não poderiam deixar de acontecer, com uma conclusão final de que vivemos em outro século, estagnado e sem um sinal de que iremos melhorar.
O mais grave é que não ouvimos ou lemos algo que possa acender um debate sobre a pobreza técnica e organizacional do futebol nacional, muito pelo contrário, uma boa parte do jornalismo discute o trivial com pequenos detalhes e deixa de lado uma realidade latente de que o legado da Copa do Mundo não existiu e continuamos na mesma época das Capitanias Hereditárias.
O sistema do futebol remete aos tempos das Capitanias Hereditárias. A Confederação e Federações estaduais são entidades atrasadas, comandadas por donatários ou herdeiros há décadas e o resultado é bem claro e latente. Estão agarrados aos seus ossos e não os largam nem que a vaca tussa.
Os clubes são dirigidos sem transparência. Os sócios e torcedores não sabem o que passa por dentro dos seus muros. O esporte da chuteira que tem milhões de seguidores pertence apenas a um pequeno grupo que está destruindo-o. Não existe democracia onde todos são ouvidos. No futebol poucos mandam, e matam em massa aqueles que formam um conjunto maior.
As instituições brasileiras apodreceram, a corrupção está cada vez mais entranhada, e algo de novo surgiu com a Operação Lava-Jato que vem passando o país a limpo, mas ainda não chegou ao futebol cujo comandante maior não sai do país com medo de ser preso.
Não temos um projeto para o futebol nacional, que realiza um campeonato maior louvado pelo jornalismo pokemon como equilibrado, mas que na verdade é de uma pobreza técnica sem limites que reflete nos gramados, com uma média de público de um pouco mais de 14 mil torcedores.
Um esporte sem calendário, de propriedade de apenas uma emissora de televisão, com receitas distribuídas de forma equivocada não tem futuro, que será substituído por jogos do Continente Europeu que nos mostra algo com boa qualidade e seriedade.