Enquanto o Brasil atravessava um bom crescimento econômico, os clubes de futebol acompanhavam essa evolução enchendo os seus cofres com recursos, nunca antes visto na história desse esporte.
Sentiram-se como novos ricos, comprando mansões, Ferraris, iates, aviões, entre outras coisas, e deixaram de lado os seus alicerces para que se tornassem o sustentáculo para o futuro.
Hoje correspondem a uma arca perdida no oceano, cheia de furos, na espera do naufrágio.
Vivenciamos um passado não muito remoto quando várias equipes brasileiras enfrentavam os grandes times do mundo. A verdadeira seleção brasileira era respeitada e muitas vezes imbatível. O 7x1 da Alemanha mostra bem essa queda.
Hoje os nossos clubes penam para a obtenção de vitórias contra times sul-americanos. Na verdade tal motivo não está atrelado a melhora desses, e sim da piora do nosso futebol.
Quando o dinheiro era mínimo, o futebol era o máximo, e quando o dinheiro foi o máximo, esse tornou-se mínimo. Uma contradição.
Acompanhamos de perto essa queda livre, e sabemos muito bem que tal fato é um produto da má gestão de todos os setores envolvidos, da falta de um planejamento, da corrupção entranhada no sistema, e isso tornou-se um ciclo vicioso, que delimitou o aparecimento de novos talentos.
Quando esses aparecem a pobreza financeira do futebol nacional torna-se incapaz de segura-los. Vão embora ainda nos cueiros.
Os clubes brasileiros, com raras exceções, estão entre aqueles com os piores modelos de gestão no processo econômico do país.
São administrados com paixão, de forma amadora, faltando-lhes a governança necessária, gestão, eficiência e sobretudo transparência.
O protecionismo governamental foi o fator que criou as maiores condições para a atual decadência, quando protegeu a ineficiência, fechando os olhos para os endividamentos, criando mecanismos para as suas quitações, que na maioria das vezes não são cumpridos.
Timemania, Ato Trabalhista, Refis I e II e finalmente o Profut, fazem parte desse contexto.
Quando passava a mão em suas cabeças, estava criando um modelo de gestão perdulária, com gastanças acima da realidade, sabendo que no final o poder central iria socorrê-los. Foi criado um sistema de parasitagem.
Não precisa ser mestre em economia para saber que protecionismo gera a ineficiência, já que os clubes sabendo que jamais seriam penalizados, continuaram com os mesmos procedimentos, e com isso perdendo a qualidade, apequenando o seu futebol.
Esse somatório, dirigentes amadores e sem preparo, alguns poucos éticos, atletas com pouca bola e considerados craques, técnicos com pouca formação, e o protecionismo, só poderia levar o futebol para o atual patamar, com uma decadência originada por uma má gestão.
O resto é apenas conversa fiada.
Comentários
0#2RE: A MÁ GESTÃO E A DECADÊNCIA DO FUTEBOL BRASILEIRO —
RUBRO-NEGRO20-05-2018 13:33
JJ: Mais um artigo brilhante de quem entende muito bem do sistema. A sua experiência no setor ajuda a produzir uma análise perfeita sobre o assunto. Obvio que uma boa gestão é o ponto de partida para o sucesso, e nesse item o amigo já mostrou sua competência. O futebol brasileiro necessita de bons e sérios gestores.
0#1Nada haver com gestão —
Beto Castro20-05-2018 13:11
Francamente não sei porque o Mestre de todos os sortilégios continua com essa ladainha de falta de gestão. Tudo de ruim que ocorre no futebol brasileiro tem apenas duas origem, a saber: Cobertor Curto aparelhado que obriga aos pobres dirigentes a gastarem mais do que arrecadam para não serem rebaixados e cair em desgraça com os seus torcedores imediatistas e alucinados. Torram o que podem e que não podem com caminhões e caminhões de pernas de pau no desespero para alcançarem à divisão superior ou não desmoralizarem as suas marcas com a degola de 20% dos irresponsáveis. E como isto ocorre? Pela manutenção de um sistema de pontuação que somente contempla os clubes milionários - feito exclusivamente para manter a hegemonia forçada dos ditos grandes donos do futebol corrompido. Portanto, o segundo fator é o sistema carcomido, velhaco, ultrapassado e anacrônico de acesso e descenso que degola 12 clubes por ano, levando os dirigentes do jogo de azar ao fundo do pantanal. Não há gênio da administração que tenha sucesso num sistema velhaco e aparelhado para o fracasso e a bancarrota da maioria e a proteção de apenas doze clubes de quatro cidades. Todo o sistema foi montado para encher as burras dos corruptos em todos os níveis das seis quadrilhas sob comando da Rede Golpe Monopolista. Todos irão falir amontoados numa tuia de jumentos. Subservientes aos comebolas do Chaco e adjacências, os clubes brasileiros em sua maioria são discriminados de participar em torneios continentais que não sejam da patotinha da igrejinha dos doze e seus puxadinhos adesistas. Portanto, o futebol brasileiro somente se recuperará banindo o cobertor curto, os pontos arrumadinhos, o sistema velhaco de acesso e lógico todos os loucos esquizofrênicos e alucinados que os aprovam. O Brasil tem que participar com cerca de 50% do conjunto da América do Sul que é o seu quinhão territorial, demográfico e de PIB. Fora disso é caixão, mortalha, funeral e vela preta para todos os defuntos zumbis andantes da velhacaria. Cai na real homem de Deus. Acorda para Jesus!
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