Os números são os números e não mentem como os humanos.
Os dados sobre o aumento dos sem clubes são reais, e acompanham uma realidade do que acontece no segmento do futebol, a sua falta de credibilidade.
Um dos fatores que influenciaram no aumento dessa apatia é o da perda de identidade dos clubes.
Uma pergunta muito importante que deveria ser feita aos torcedores brasileiros quando da realização das pesquisas, seria fundamental para um debate: Você torce por seu time ou pelas camisa do clube?
A razão de tal questionamento é por conta da confusão formatada por um marketing estrambelhado que muda as cores tradicionais dos uniformes, colocando outras estranhas que perturbam as cabeças dos torcedores, em especial aqueles que começam a procurar uma opção por um clube.
Deveriam separar os uniformes de jogos, com os dos sociais que são vendidos para o dia a dia.
Na realidade o time é passageiro.
No Brasil a média de duração de um atleta não passa de dois anos com a mesma camisa. A maioria fica apenas com os 12 meses. Isso reflete a identidade do clube na escolha de um torcedor.
A camisa com a cor tradicional é fundamental para a conservação da sua paixão, desde que esse não torce por pessoas, e sim pelo rubro-negro, tricolor, alvirrubro, alvinegro, alviverde e tantas outras côres.
Alguns clubes resistem ao chamado dos marqueteiros de plantão, como Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Corinthians, Internacional, que utilizam as suas cores tradicionais na maioria dos jogos.
Qual o direito que um marqueteiro que não conhece as tradições de um clube, ou de uma fornecedora de uniformes, de repente quebrar a sua identidade, e em especial a simbiose entre torcida e agremiação que está representado por sua camisa, para transforma-lo em algo disforme, monstruoso que nada tem a ver com a sua história?
O Sport sempre foi rubro-negro. O torcedor é rubro-negro e como num passe de mágica aparece com uma camisa dourada, ou azul.
As camisas rubro-negras sempre tiveram a sua demanda, e a maior prova disso é que até hoje nos estádios encontramos torcedores usando uniformes da década de 90.
Obvio que poderiam ser modificadas no lay-out, mas jamais em suas cores.
Certa vez ouvimos de Michael Richards, ator norte-americano da famosa série Senfields, algo que sintetiza o que estamos analisando: ¨Ser leal a qualquer time esportivo é difícil de explicar. Os jogadores sempre estão mudando, o time pode mudar para outra cidade, e por isso você está torcendo de verdade para as roupas no fim das contas. Você está de pé, torcendo e gritando para que suas roupas vençam as roupas de outra cidade¨.
Os torcedores adoram um jogador do seu time, mas quando ele vai embora para outro é recebido com vaias. Trata-se de um amor passageiro, o que não acontece com as cores das camisas, que é eterno.
Mataram o bom futebol, afastaram os seguidores, e agora estão matando as identidades dos clubes.
Lamentável.
Comentários
0#2RE: SEM IDENTIDADE —
PEDRO CORDEIRO27-05-2018 12:44
JJ: Sou rubro-negro e tenho constrangimento quando vejo o Sport com a camisa dourada. É descabido.
0#1RE: SEM IDENTIDADE —
ANTONIO CORREIA27-05-2018 12:41
JJ: O artigo reflete algo que passa despercebido por uma grande maioria, com relação aos uniformes do clube e a empatia dos torcedores. São cores estranhas, diferentes do que determina os seus estatutos e nos gramados a impressão que deixam é de que estão tircendo por outro clube.
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