Um amigo nos provocou com uma pergunta bem pertinente sobre o papel do formador de opinião no futebol. Para ele a paixão pelos seus clubes influenciam nas análises procedidas.
Na verdade o futebol não é um fato isolado, que poderá viver apenas com o talento dos seus jogadores, quando a sua estrutura passa por um processo de ¨cupinizaçaõ¨ que vem minando as suas bases.
O que acontece nesse segmento passa ao largo, e o amigo tem razão, posto que o formador de opinião deixa de lado o senso critico quando a bola começa a rolar, para virar um torcedor apaixonado.
Aliás tal fato se dá nos outros esportes.
Um exemplo dessa alienação foi a manutenção de uma organização perigosa dirigindo o Circo do Futebol por mais de trinta anos, com procedimentos ilegais que todos sabiam, mas não eram objetos de análises e criticas, e só perdeu o seu espaço por conta de um jornalista estrangeiro e pela atuação do FBI.
Ignorar os diversos desmandos, as organização das competições, os procedimentos dos dirigentes é sem duvida um comportamento fora da realidade, e que muitas vezes revela as paixões clubísticas ou interesses pessoais, que não devem acontecer, para que a opinião possa ser livre de tais grilhões.
Com algumas exceções, os programas esportivos produzidos pelas emissoras de televisão, são piores que as torcidas organizadas.
Perdem um longo tempo discutindo o sexo dos anjos, e não percebem a decadência do futebol no seu global.
Tivemos na noite da última terça feira um exemplo real nas análises do jogo São Paulo e Internacional, quando não ouvimos nada que destacasse a mediocridade que aconteceu no gramado. Uma pelada de várzea.
Isso acontece na maioria dos jogos.
Recebemos um vídeo de um desses programas com o apresentador quebrando um televisor por conta da derrota do Corinthians. Algo bizarro e de um humorismo pé de escada.
O formador de opinião não pode ser um assessor de imprensa, e sim um ser livre para que possa emitir as suas análises para um maior entendimento da sociedade que o acompanha.
O acompanhamento aos clubes tornou-se uma banalidade, uma vez que as mazelas não são divulgadas, e os torcedores recebem água de cheiro, no lugar em que muitas vezes abunda a podridão.
O futebol brasileiro implodiu em parte por conta da cartolagem, mas não temos duvida que a falta de uma opinião séria e livre, também influenciou na sua decadência.
A importância do formador de opinião em todos os segmentos da sociedade, é sem duvida de alta relevância, principalmente pelo poder que tem em suas mãos ou vozes de levar aos consumidores o que de real acontece, e o que poderá ser feito para modificar o status quo.
Sem bons profissionais não teremos um esporte de qualidade em especial, o futebol. Esses teriam que assumir a liderança do processo, e as suas contribuições fazem parte de um dos pontos mais importantes para a seriedade do setor.
Infelizmente o mercado de trabalho é bem precário, e a luta pela permanência obriga muitas vezes que os seus olhos sejam vendados. Mamão com açúcar é bom no café da manhã, mas em nossos noticiários essa iguaria não é bem recebida.
Estamos atravessando um dos piores momentos da história de nosso futebol, quando o público misturou-se com o privado, e sem bons formadores de opinião a luta para que o sistema seja modificado certamente ficará mais tortuosa.
Comentários
0#3RE: O FORMADOR DE OPINIÃO E O FUTEBOL BRASILEIRO —
RUBRO-NEGRO07-06-2018 16:26
JJ: Uma análise perfeita do que acontece no Brasil. No futebol é mais grave, com um jornalismo comprometido e longe da realidade. Aguentar esses comentaristas nos jogos é algo que passa do limite, e só tem uma saída, baixar o som.
0#2Quimera da Imprensa Livre —
Beto Castro07-06-2018 14:55
O tema é palpitante, mas impossível de consertar. A imprensa é completamente enviesada e de livre só tem os chifres. Existe o viés político que é o pior de todos pelo seu facciosismo partidário e ideológico, existe o estadual, existe o regional, o clubístico e a inveja profissional e econômica inerente aos seres humanos. Mas, o mais terrível dos vieses é a falta de talento, criatividade e nível de conhecimento. Neste, o despeito e a inveja exercem um papel arrasador. 99% dos seres humanos não lutam por causas nobres, mas pelos seus interesses pessoais e pelas suas vaidades doentias e necessidades mórbidas. Isto quando as ideias e opiniões não são permeadas por desequilíbrios mentais tipo bipolaridade, psicopatia, desvios de conduta, ódio, despeito mórbido, desejo de eliminação do oponente, esquizofrenia, disputas econômicas e lutas de classe. Algum filósofo já afirmou que as doenças das instituições é a soma das psicopatias de seus membros e a necessidade econômica a mãe de todos os conflitos sociais. Então, em meio ao caos econômico e social, nos fingimos de civilizados para sobrevivermos à natural entropia deste sacos de gatos ferozes e agressivos. A lei máxima da humanidade é a Lei Gerson - tirar vantagem sempre, não importam os meios. Civilizada, Dissimulada e politicamente, claro. A guerra é a apoteose da raça humana e a mentira repetida o método mais comum da manipulação premeditada. O equilíbrio ocorre com base nas leis da termodinâmica e na troca e condução do calor resultantes dos choques estatísticos das partículas em conflito. O resto é hipocrisia burguesa ou proletária. Tem uma frase popular que resumo tudo: "Se a Farinha é Pouca - O Meu pirão primeiro". Este é um velho ditado do tempo do cativeiro - https://youtu.be/B_dljfvZ-ME
0#1RE: O FORMADOR DE OPINIÃO E O FUTEBOL BRASILEIRO —
ANTONIO CORREIA07-06-2018 13:22
JJ: O amigo levantou uma tese bem importante com relação ao futebol que é o formador de opinião. Ontem estava assistindo o jogo do Sport e o comentarista dizia coisas que iam do nada para o nada. Comparou o treinador do Atlético com Guadiola, e o do Sport com Klopp. Beirou o ridículo.
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