Junte 1 kg de batata, 1 ovo, 2 colheres de manteiga, 1/2 xicara de leite, sal ao gosto, e fará o purê para acompanhar o jabá, que deverá ter 1 kg de carne seca, e 250 g de catupiry.
Estes são os ingredientes para que se possa preparar um bom prato de jabá, que após os procedimentos, orientados pelas normas da culinária, teremos um bom repasto.
Os amigos devem estar preocupados com o prólogo desse artigo, certamente pensando que mudamos o foco dos esportes para o setor de culinária.
Na realidade, este bom prato regional tem muito com a sociedade brasileira e com os esportes que fazem parte dessa.
A Operação Lava Jato escancarou para todo o Brasil o sistema de propinas entre os políticos e empresários. Nesse caso são jabás mais polpudos, que enriqueceram muita gente, como levou para a cadeia uma boa quantidade de personagens.
O nome jabá como pagamento de propina, ficou conhecido por conta de um suspeito pagamento que as gravadoras faziam às emissoras de rádio e TV para a execução de determinadas músicas. O cantor e compositor Lobão fez várias denuncias sobre o tema.
O jabá corre solto pelo nosso país, que hoje é considerado como o maior jabaleiro do mundo. Tem um ¨jabazinho¨, um ¨médio jabá¨, ou um ¨jabalão¨, como o do Petrolão.
O índice per-capita nesse setor é descomunal. Quantas pessoas são remetidas ao estrelato pelo trabalho dos jabaculeiros.
O futebol brasileiro tem uma grande penetração no segmento jabá.
Quantas vezes ouvimos que os clubes estão pretendendo um atleta, ou um treinador, que são elogiados de forma bem clara como um verdadeiro marketing disfarçado. Nada mais, nada menos do que um jabá embutido.
Quando um dirigente aceita em viajar com tudo pago por terceiros, seja uma entidade ou então uma empresa relacionada aos interesses esportivos, está recebendo um jabá.
Até uma camisa que é entregue ao árbitro do jogo no vestiário, é um pequeno jabá.
E as torcidas organizadas, com seus ingressos doados pelos cartolas, além dos custeios de suas viagens, também fazem parte do sistema jabá.
O interessante dessas facções é que protestam contra os jogadores, contra treinadores, e poupam de todas as formas os dirigentes por conta dos jabás recebidos.
Muitas vezes, principalmente na internet, lemos algumas notas sobre a roupa de madame ¨tal¨, que foi comprada na loja ¨tal¨. Na certa tem um jabá escondido nas entrelinhas.
E assim segue a vida.
Na verdade esse artigo foi criado por conta de algo que tomamos conhecimento e que envolve esse assunto de forma bem latente, e que infelizmente não podemos divulgar.
Quando o começamos através da culinária, foi para mostrarmos o mal que o o jabá faz ao país, desde que ajuda a esconder as mazelas que afligem a nossa sociedade, preferindo por conta de troca de favores jogar para baixo dos diversos tapetes os fatos ruins, e elevar a qualidade de quem não tem.
Os jabaleiros só existem por conta dos que pagam os seus jabás, que são piores do que esses, ao incentivarem a corrupção.
Aliás só existe corrupção por conta dos corruptores.
Comentários
0#3RE: UM JABÁ COM PURÊ —
CLOVIS ARRUDA08-06-2018 14:08
JJ: Um artigo que serve de reflexão, e que só encontro no seu blog, que é dirigido para aqueles que pensam, que está se tornando uma raridade nesse país. Parabéns.
0#2RE: UM JABÁ COM PURÊ —
ANTONIO CORREIA08-06-2018 10:50
JJ: Sou um viciado nesse blog. Junto com o de Claudemir Gomes são os que tem conteúdo intelectual. O amigo escreve para quem pensa, e não para torcedores apaixonados. Vivemos na terra dos jabás. Para tudo um jabá. O maior exemplo vem dos poderes da República, onde tem mais jabaleiros por metro quadrado no mundo.
Pior do que jabás são as charqueadas. Por exemplo, a Rede Golpe ao fornecer R$ bilhões em embutidos de jabás às doze tribos da hegemonia forçada, já não se trata de jabás comuns, mas de troca de equinos e asininos em pé. Entrega-se toneladas de carne de charque de jumentos aos sírio-libaneses e estes, em troca, sustentam á contrapartida em mulas, éguas e cavalos por trinta longos anos. Para facilitar a vida dos charqueantes, temos os marqueteiros imorais que fazem publicidade por cima da carne seca e distribuem mantas de ponta de agulha, também conhecidas como jabaxulecos, mistura de jabá com pixulecos aos proprietários dos haras. Já, os atravessadores de poltros e poneys preferem receber as suas partes em convocações de peões montados na grana. Tem ainda os centuriões lagartixas que recebem as suas toneladas de burros processados em honrarias, madeira para curral e estrume. Nem falarei dos fabricantes de medidas provisórias, porque a liquidação de nossos ativos patrimoniais já não são enquadrados em quadrúpedes equinos, mas estão na categoria de Jabás de Dinossauros. Tem até um advogado espanhol perseguido que foi proibido de falar por ter se tornado um fornecedor especializado em charque da Jabá-Jato ao Frigorífico Zuco Loto, espécie de loteria tucana. Mas, o maior consumo de jabás do planeta Charque são as doze tribos dos cavalos estropiados em mata-burros. A Jabaculêmania é tão intensa que durante as quadrilhas juninos internacionais de junho serão distribuídos aviões lotados de Strogonoff de Jabá à Lagartixas com ovos de serpentes. Haverá farta distribuição de quibes, esfihas e charutinhos de folha de parreiras com notas de cem dólares na trilha dos muares.
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