No dia cinco desse mês de julho, completou-se 36 anos que o Brasil, quando a seleção ainda era do país, perdia para a Itália, na Copa do Mundo de 82, em jogo que valeria uma vaga na semifinal.
Tudo poderia ser normal, se essa não representasse um dos times mais espetaculares do futebol mundial, e que tinha tudo para sagrar-se campeão do torneio.
Os Deuses do Futebol iluminaram Paulo Rossi e esse com três gols destruiu aquilo que seria o futuro do futebol mundial, onde a qualidade e a arte iriam prevalecer definitivamente derrubando o futebol força então vigente, principalmente na Europa.
A seleção de 1982 sob o comando de Telê Santana, encantou a todos desde a sua formação em 1980. Os resultados surpreenderam e lançaram nos campos uma geração de craques, como Zico, Sócrates, Falcão, Cerezzo e tantos outros que deram um brilhantismo diferente nos gramados do mundo.
O time passou bem na primeira fase da Copa com 100% de aproveitamento. Na segunda atropelou a Argentina pelo placar de 3x1. Era uma máquina fazendo futebol. No segundo jogo dessa fase, o time jogava pelo empate com a Itália, devidos aos critérios, mas nesse dia os Deuses estavam ao lado do rival, e Paulo Rossi com seus gols, eliminou-o do torneio.
Tal fato repercutiu de forma negativa para o futebol brasileiro, fazendo que esse tomasse um caminho errado o de estigmatizar uma geração tão importante, para dar lugar a uma outra, que veio substituir o futebol arte pelo futebol resultado.
Os craques minguaram, e deram lugar aos brucutus, e isso não ficou isolado somente em nosso país, e espalhou-se pelo resto do mundo.
Começamos o ciclo de que se deve jogar para não perder, assim como para não ganhar. Os dribles, os toques de bola e o jogo ofensivo desapareceram do Brasil, dando lugar ao defensivismo. Os volantes tomaram conta e as equipes começaram a jogar recuadas, espremidas nas laterais dos campos, em jogos chatos e sem emoção, que continuaram até hoje.
A Copa da Rússia é um exemplo.
O Barcelona imitou o Brasil de 82, e tornou-se em um dos maiores clubes do mundo, com um futebol que encantou a todos, enquanto regredimos, nos fechamos nas defesas, e passamos a ter o slogan ¨quem joga bonito não ganha¨, que foi adotado pelo time de 1994, na conquista da Copa do Mundo desse ano.
Na verdade a derrota em Sarriá, prejudicou a evolução do futebol brasileiro, e hoje o sofrimento de quem assiste um jogo em nossos estádios é latente, por conta de uma pobreza técnica gigantesca.
Uma vitória seria a permanência de um novo modelo, com um futebol de alto nível, e não estaríamos penando.