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Escrito por José Joaquim

Quantas vezes ouvimos dizer que a lógica do futebol é não ter lógica, mas se pesquisarmos com detalhes a grande maioria de seus resultados estão de acordo com esse segmento do campo filosófico.

Há anos que mostramos que os esportes estão ficando com os resultados previsíveis  por conta das disparidades financeiras.

O maior exemplo é o percentual de vitórias dos mandantes no Brasileirão, quando as suas chances são bem maiores do que as dos que os visitam. Nos 340 jogos realizados, foram 184 vitórias dos donos da casa (53%), contra 76 dos visitantes (22%). Aquele com um melhor aproveitamento tem mais chances de vitória. Isso se chama lógica. 

O Ibis nunca foi campeão estadual de Pernambuco. Nunca teve capacidade para tal. Dentro da lógica.

Quando uma competição começa, já sabemos quais os clubes que irão disputar a melhor colocação. O exemplo está no atual Brasileirão, com o Palmeiras segurando a Taça, por ter sido entre os medianos o melhor em toda o campeonato. Uma questão de lógica. Os números demonstravam que isso iria acontecer.

Na 34ª rodada que foi encerrada ontem, nos 10 jogos realizados foram sete vitórias dos mandantes, um empate e duas dos visitantes, Ponte Preta 1 x 2 Santos, Grêmio 0 x 3 Sport. 

O Internacional lutou por um empate contra o Palmeiras, mas foi derrotado pelo placar de 1x0, o que era previsível. O Colorado é um péssimo visitante (19,61%), enquanto o alviverde é excelente mandante (79,43%), ou seja era o vencedor em potencial.

O time gaúcho irá completar na próxima rodada seis meses que não ganha fora dos seus domínios. São 17 jogos pelo Brasileirão, 3 pela Copa do Brasil. Nestas 20 partidas perdeu 14. Como poderia ganhar de um time que lidera a competição? Uma questão bem lógica.

Por outro lado, na Bahia, o Vitória virou o jogo contra o Atlético-PR, e fechou o placar em 3x2. Sorte, bom futebol, ou a lógica? O time baiano é fraco, mas como mandante tem um retrospecto de 49,02% de aproveitamento, enquanto o seu adversário tem apenas 13,73% quando joga fora da grama sintética. Dentro de casa esse tem 86,27%. O resultado não foi uma surpresa, os analistas apostavam que iria acontecer.

O interessante é que algumas vitórias dos visitantes também estão dentro da previsibilidade, por conta das diferenças técnicas, ou quando enfrentam times mistos.

Mais um exemplo, a vitória do Coritiba sobre o Atlético-MG. O Coxa tem 60,78% como mandante, e o Galo Mineiro 37,25% como visitante. Existia uma chance maior de vitória do dono da casa.

O jogo São Paulo x Corinthians foi mais uma demonstração de que a lógica prevaleceu. O tricolor paulista embora com uma campanha medíocre tem um aproveitamento no Morumbi de 54,90%, enquanto o alvinegro do Parque São Jorge, quando visita tem apenas 33,33%.

Obvio que em alguns casos o favorito pode ser derrubado, mas no atual futebol brasileiro a diferença de forças está reduzindo tal possibilidade. O líder Palmeiras tem 43 pontos a mais do que o America-MG, último colocado. Para o 10º, Chapecoense, esse abismo é de 24 pontos, com relação ao 4º, Atlético-MG de 10 pontos.

A cada ano, o futebol está ficando mais previsível, e a alegria da maioria dos clubes é uma vaguinha na pré-Libertadores, ou na luta contra o rebaixamento, e isso motiva os torcedores.

Por conta disso esses deveriam fazer os seus projetos com base na lógica, que permite o estudo da dedução, indução e hipótese, e sobretudo o que pode ser verdadeiro ou não. Pensar fora disso é sem dúvida sofrer com um rebaixamento.

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