Os anos vão passando, o século XXI está próximo de completar 19 primaveras, e o futebol brasileiro continua estagnado, clubes com problemas financeiros, jogadores sem apego as camisas, jovens talentos fugindo para o exterior, e sem craques nos gramados.
O ano de 2018 que está chegando na reta final foi trágico, com o futebol sendo tragado pela mediocridade em todos os seus segmentos. Isso é o testamento desses quase 19 anos do novo século. O mais grave é que tudo isso acontece, e nada se faz para que a situação seja revertida.
Qualquer estudioso sabe muito bem que todos os problemas que afetam o futebol nacional, além dos péssimos gestores, estão relacionados a falta de uma melhor regulamentação na legislação esportiva que forneça uma segurança aos clubes formadores.
O fim do passe foi sem duvida um avanço, mas o golpe foi dado quando a legislação deixou de proteger o trabalho de base e os clubes que o fazem, ou seja, deu o ponta pé inicial para a atuação dos empresários que passaram a dominar o setor.
O jogador formado poderia ir para um outro clube, desde que o direito de ir e vir faz parte da democracia, mas as cláusulas penais deveriam ser maiores e garantidoras para os clubes de origem.
As ações dos empresários de futebol tem vários tentáculos. São os responsáveis por transferências nacionais, internacionais milionárias e se apossam dos jovens talentos desde a infância. Os jogadores se transformaram em simples mercadorias nas suas mãos, enquanto os clubes são sucateados.
Entidades com problemas são mais frágeis, e o poder do dinheiro atua com intensidade, e hoje são os reféns do poder econômico, que está nas mãos do novo personagem do futebol. Esse é o atual modelo.
Conhecemos de perto alguns fatos que mostram a realidade de tais atuações. Muitas vezes jovens são reprovados pelos clubes nas peneiras e posteriormente se reapresentam na companhia de um empresário, que já é dono do seu passe. Assinam contratos, aparecem no mercado, e no final aqueles que os apresentaram ao mundo do futebol (clubes), recebem uma pequena fatia pela hospedagem.
O jogador que seria uma descoberta no clube foi terceirizado por um agente de plantão. O lucro final muitas vezes é dividido com dirigentes dos clubes, que fazem parte do esquema.
A decadência do futebol brasileiro se deve em muito pela falta de um trabalho de base, que vem sendo feito apenas para atender os empresários, que substituíram os clubes como donos dos atletas, e por conta disso seus ativos despencaram, enquanto os passivos foram incrementados com os gastos do futebol.
Hoje não temos clubes, e sim times de futebol montados por um ano, desmontados no final pelos verdadeiros donos.
Na realidade faltam cabeças pensantes para que possam debater esse tema. Estamos em plena ¨Era da Burrice¨.
Existe uma promiscuidade nessa atual relação, visto que vários interesses estão em jogo. Uma das soluções seria a da criação de um órgão gestor de carreiras, administrado pelo próprio clube, sem a interferência de terceiros, que daria um grande passo para a reestruturação do futebol.
Do jeito que estamos caminhando o futuro é incerto, e a falência do futebol será decretada, enquanto as diversas contas bancárias dos agentes estarão cada vez mais recheadas.
Comentários
0#1RE: GESTÃO DE ATLETAS —
ANTONIO CORREIA03-10-2018 13:21
JJ: O artigo mostra o dia a dia do futebol brasileiro. Nunca tivemos uma penetração tão grande dos agentes nos clubes, chegando a ao ponto de realizarem empréstimos à esses. Quanto a formação tudo que está escrito pertence a realidade de nosso futebol.
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