O time do Atlético-PR entrou em campo no último sábado para o seu jogo contra o América-MG, com os seus atletas usando uma camisa amarela como meio de apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro.
Tal fato avivou a nossa memória e nos lembramos de vários artigos sobre as camisas dos clubes que deixaram de lado as tradicionais para usarem algo que não refletem as suas identidades.
Uma palavra especial nos fez movimentar mais uma vez a pena para discutirmos esse assunto: ¨Desamor¨ que reflete o desapego de uma nova geração para com as tradições dos seus clubes. Nada mais verdadeira de que essa colocação.
Desde jovem vivenciamos de perto a vida de um clube, ocupando cargos de relevância no Sport Recife, e isso nos aproximou dos rubro-negros mais antigos, que tinham um sentimento de amor para com esse sem interesses pessoais ou promocionais.
O mesmo acontecia nos quadros do Santa Cruz e Náutico.
Uma geração que construiu o patrimônio do clube, com uma das sedes sociais mais modernas do Brasil, utilizando recursos rubro-negros. A seriedade dessas pessoas que hoje sequer são lembradas, ficou registrada na aplicação dos recursos obtidos nas vendas dos títulos de sócios patrimoniais utilizados nas obras que até hoje continuam de pé, apesar das tentativas de destruí-las.
O rubro-negro tinha a Ilha como sua casa, como o alvirrubro tinha essa relação com a sua sede na Rosa e Silva. O Santa Cruz não tinha construído a sede e o estádio.
Marcelino Lopes, Adolfo Teixeira, João Campelo, Milton Bivar, Artur Lopes, Eduardo Cardoso, e tantos outros que dariam para fazer um dicionário, sempre estavam acompanhando as obras.
Depois da inauguração, ocupamos o cargo de Secretário do clube, jovem, com ideias novas, sempre respeitando o que ouvíamos dos mais velhos. Aos sábados, as famílias o frequentavam, visitando-o, e com as crianças brincando no Parque Infantil, quando começavam a sentir o sentimento que esse emanava. O Parque Aquático estava em obras.
Tinham amor ao clube, que foi mudado para o desamor de uma nova geração, que pouco importa-se com o patrimônio, se está depreciado ou não, contanto que contrate um jogador e seus nomes estejam nos jornais.
As camisas são o reflexo desse desamor. Jamais essa geração que citamos iria aceitar que o rubro-negro se tornasse laranja, amarelo, rosa ou azul, o mesmo aconteceria no Náutico e Santa Cruz, mas as atuais estão conseguindo tirar as identidades dos seus clubes, como aconteceu com o Furacão paranaense.
É a geração do desamor, que devia se espelhar nos versos do poeta Vinicius de Moraes, que foram transformados na música ¨Samba Sem Prelúdio.
Esse tema deveria ser discutido de forma bem ampla. O texto mostra que os clubes estão perdendo as suas identidades com relação aos uniformes. A tradição está sendo sobrepujada pelo marketing.
0#1RE: O DESAMOR —
ANTONIO CORREIA30-10-2018 14:32
JJ: Ontem assistimos o jogo entre o Manchester City e Tottenham, e o uniforme do time de Pep Guardiola era totalmente psicodélico, longe das suas cores. No Brasil uma boa parcela dos clubes deixam de lado as suas cores, para atender o marketing. O título da postagem representa a realidade. É um desamor. As tradições estão sendo destruídas.
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