Clubes na beira da falência, salários atrasados em vários desses, falta de bons jogadores, técnicos sem evolução tática, são os ingredientes do atual futebol brasileiro.
Nada de novo acontece nesse país tropical, onde o esporte que já foi a alegria de seu povo está com a sua espinha dorsal com problemas graves, que está prejudicando a sua locomoção.
Um time de futebol tem uma tríade que foi afetada duramente pelo sistema implantado e que não funciona a contento. A coluna está trincada e os resultados assistimos nos gramados.
A espinha dorsal de um time é formada pelo dirigente, treinador e jogadores, e todos esses três segmentos necessitam com urgência de um ortopedista. A radiografia que foi tirada mostrou um quadro bem grave e se não acontecer uma ação médica o futebol não poderá andar.
No campo de dirigentes não existe o fundamental, a renovação. O modelo é igual ao que foi implantado pelo reino de Portugal para a colonização brasileira através das Capitanias Hereditárias. O capitão-mor chegava com uma carta que lhe garantia terras e todos os direitos de sucessão. Era de pai para filho.
O futebol brasileiro é uma cópia desse sistema implantado no século XVI. O maior exemplo vem do Circo do Futebol que contempla mais de 30 anos o comando de um mesmo grupo. Deu no que deu, a corrupção minou os seus alicerces.
No âmbito estadual, as Federações copiaram o sistema da entidade maior, e estão entregues na sua grande maioria por longos anos a mesma cartolagem.
O segundo componente dessa espinha dorsal que está bem trincado, são os técnicos, que se acomodaram e pela manutenção do emprego adotaram uma nova tática, de não perder, se possível empatar, e de preferência não arriscar para ganhar.
No atual Brasileirinho foram realizados 370 jogos, e são raros os que tiveram uma boa qualidade. A dança das cadeiras bateu um recorde mundial com a mudança de 27 técnicos somente na Série A Nacional.
O terceiro componente do sistema dorsal desse pobre futebol é o jogador. Quando de repente aparece um novo talento, torna-se uma celebridade, o Deus do pedaço, com cabelos diferentes, tatuagens diversas, belos carrões, belas namoradas, e a bola do tamanho de uma de gude.
Já vem da formação. Mal preparados, verdadeiras cópias dos que atuam no time principal, que são celebridades nas mídias, mas com pouca bola nos gramados.
Com uma espinha dorsal como essa analisada, somente o mais famoso ortopedista do mundo, com os equipamentos da mais alta geração poderá conserta-la.
Certamente os nossos visitantes irão nos perguntar pelas mídias esportivas, mas nesse caso é um capítulo à parte desde que essas foram as que mais sentiram o terremoto que tomou conta do esporte da chuteira no Brasil.
Na realidade com tudo isso acontecendo, e os que estão envolvidos no futebol vivendo na Ilha da Fantasia.