Nunca na história das corporações de mídia no Brasil tivemos tanto enxugamento nos seus quadros jornalísticos, em especial na imprensa escrita, que é a que vem sofrendo mais abalo na sua competição com as redes sociais.
Procedemos diariamente com a leitura de vários jornais brasileiros e internacionais, e não entendemos que o nosso jornalismo ainda não percebeu que para continuar ativo precisa acompanhar as tendências e os sinais do seu próprio público.
Os jornais europeus foram aqueles que mais evoluíram na busca de alternativas para os seus leitores, enquanto no Brasil poucos mudaram nas suas editorias, publicando matérias por todos lidas um dia antes pela internet.
Não somos jornalistas, mas temos a percepção de um leitor que não deseja a repetição da noticia, e sim o aprofundamento sobre a sua repercussão na sociedade. O que vale repetir que João de Deus foi preso no domingo, ou seja um dia após o fato?
Na verdade esse ponto, que chamamos de mote, deveria servir para um debate maior na imprensa em geral e sobretudo na escrita, com uma analise de que existem vários personagens como esse.
Um tema que sempre temos destacado em algumas postagens é o da necessidade de um maior número de colunistas formadores de opinião, com a capacidade de observarem que além das noticias existe um algo maior a ser discutido. São essas interpretações que motivam o debate e prendem o leitor.
O futebol é um setor que sofre mais, desde que os bons articulistas desapareceram e não foram substituídos à altura. Não foi por acaso que os jornais e as revistas esportivas sumiram do Brasil, por conta da ausência do novo em suas matérias que se reportavam a fatos que aconteceram por muito tempo atrás, quando na verdade essas poderiam ser analíticas e sobretudo discutindo temas importantes sobre os diversos segmentos do setor.
A Sports Ilustrated é um bom exemplo nos Estados Unidos. Um outro exemplo existe em Lisboa, Portugal, com três jornais diários sobre esportes, com grande aceitação. Os veículos lusos são procurados nas bancas, e logo cedo estão esgotados. O metrô nos dá uma amostragem com os passageiros lendo as noticias do dia.
Obvio que os jornais não irão morrer, porque existem há muitos séculos, mas a necessidade de mudanças é visível, desde que não poderão continuar com uma linha editorial do repetindo o repetido por muitas vezes, um dia após a sua edição.
A era digital chegou e esse é o caminho que será tomado.
O bom colunismo será a peça de resistência dos veículos impressos brasileiros.