A nove dias do início do Campeonato Pernambucano, jornais, rádios e televisões do Recife, só repassam para os torcedores notícias do Trio de Ferro da Capital, Sport, Náutico e Santa Cruz, fato que nos leva a um desconhecimento total do que acontece com outros sete clubes participantes. Muitas são as explicações, os argumentos apresentados, para justificar a falta de foco dos noticiários numa competição que vem sendo ¨enterrada¨ pelas mídias locais.
Falta de uma maior visibilidade, de conhecimento por parte do público consumidor, decreta o fim de qualquer competição, em qualquer lugar do mundo. Isso é regra internacional. Afinal ninguém consome o que não tem conhecimento. Pior: Nenhum investidor aposta num produto que foi empurrado para baixo do tapete.
Evidente que, Sport, Santa Cruz e Náutico são os donos das maiores torcidas, mas sem os outros clubes não se pode promover um campeonato. No máximo teríamos um triangular insosso.
Por serem disputados simultaneamente, Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste, a competição doméstica, que já vinha em queda livre por conta da nacionalização e internacionalização do futebol, foi empanada pela disputa regional. Definitivamente o Pernambucano passou a ser um apêndice, um estorvo.
Consultei os jornais em busca das notícias sobre o América, Central, Vitória, Afogados, Salgueiro, Petrolina e Flamengo de Arcoverde. Nenhuma informação. Mas fiquei sabendo que CR7 vai fazer DNA; que Neymar vai trocar de cabeleireiro; que o clube de Moscou vai investir uma fábula em reforços; que o Liverpool ainda não acertou o passo na Inglaterra. Enfim o foco da imprensa local não está nas coisas nossas.
O equívoco na definição de focos é o que tem levado a imprensa pernambucana a patinar numa crise que tem provocado centenas de demissões nos últimos anos. É preciso enxergar fora da caixa. Os jornais abandonaram os noticiário local e passaram a repetir o noticiário internacional e nacional que a internet oferece com mais velocidade.
Os Estados Unidos é um país tão continente quanto o nosso, e os jornais com exceção das ¨locomotivas¨ que cobrem todo o país, se voltaram para o noticiário local. É justamente isso que falta no Recife, mas os gestores não querem enxergar.
Desculpem por ter dado essa tergiversada, mas é que a falência do Pernambucano também está ligada diretamente ao descaso como a competição vem sendo tratada pela grande mídia.
No final da temporada passada participei de um seminário para discutir o futebol pernambucano. A ideia foi dos treinadores Roberto Fernandes e Dado Cavalcanti. Na mesa que tratou da comunicação, pouco ou quase nada foi discutido sobre o modelo em curso. As filigranas foram mais valorizadas que o conteúdo da obra.
O Pernambucano é disputado pelos grandes clubes do Recife e mais sete coadjuvantes que numa comparação direta com os reais postulantes ao título, são indigentes em busca de uma janela que lhes permitam uma maior visibilidade.
Não é fácil imaginar demanda para um produto que é depreciado em todas as vertentes.
NOTA DO BLOG
Já tínhamos preparado uma postagem do artigo principal de hoje, quando acessamos o blog de Claudemir Gomes com um texto que está de acordo com tudo que pensamos e resolvemos posta-lo.
Claudemir é sem duvida o que nos restou do verdadeiro jornalismo, quando os artigos eram independentes e de alta qualidade.
Na verdade o jornalista está fazendo falta em um meio em que as notícias são produzidas pelo google, e não interpretadas de forma correta.
Enriqueceu o nosso blog.
Comentários
0#4RE: SEM FOCO, SEM VISIBILIDADE, SEM DEMANDA —
PLINIO ANDRADE12-01-2019 13:31
JJ:O artigo representa o que vem acontecendo nas mídias de Pernambuco. São juvenis que não tem a menor noção da realidade. Para eles o que importa são as tatuagens de Neymar e esquecem o mais importante que é a falência d futebol de Pernambuco.
0#3Verdades ditas —
EDUARDO GALDINO DA SILVA12-01-2019 12:16
Claudemir foi corretíssimo na análise. Infelizmente já começamos errando, o que esperar do restante da temporada? O tradicional Pernambucano encontra seu ocaso. Claudemir faz falta num veículo de maior circulação, mas...o que são nossos periódicos hoje?
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