Os artigos que estamos postando sobre o trabalho de formação em nossos clubes, suscitaram alguns questionamentos sobre o tema, e sempre com a mesma pergunta: O que fazer?
Durante esses anos do blog já comentamos várias vezes sobre o assunto e, em especial, da necessidade da interligação escola/clube no trabalho de formação dos atletas.
No Brasil os procedimentos são feitos de cima para baixo, sempre com objetivos mercantilistas, quando deixam de lado a base no processo de formação, que deveria estar incluído no sistema educacional, como acontece em países mais desenvolvidos, e que contribui para o alcance dos objetivos do desenvolvimento e de educação integral dos jovens.
Cuba, que é um país pobre, com muitos defeitos e entre esses a ausência da democracia, é um bom exemplo para a comprovação dessa integração. Conhecemos o trabalho efetuado na Ilha, e sem duvida é excelente. Por sua vez, a Coréia do Sul um pais democrático também apresenta um sistema de educação que visa a interligação escola/esporte.
Não se pode colocar uma criança em um campo de futebol, correndo atrás de uma bola com uma idade tenra, sem que esteja preparada para tal. Isso acontece em nosso país.
Na escola a criança começa a se motivar para a prática desportiva, com conscientização de que o esporte poderá dar-lhe uma excelente contribuição para o seu futuro. Todas as opções são oferecidas. Trata-se da animação esportiva, que não irá formar praticantes de qualquer modalidade esportiva, contemplando crianças de 6 a 10 anos.
Após esse período, os jovens na faixa dos 11 e 12 anos que já descobriram os esportes fazem uma opção de pelo menos dois segmentos, para que tenham a iniciação esportiva em um grau maior de maturidade, e entre os 13 e 16 anos enfim estarão prontos para o trabalho técnico de formação, quando se fixarão em uma única modalidade.
Nesse momento entra a parceria com um clube, onde irão ter a especialização no esporte escolhido, iniciando o processo que termina no alto nível.
Esse último sistema é o que se chama de categorias de base, que necessita de um apoio logístico, com profissionais de qualidade, que irão trabalhar nos aspectos técnicos, físicos e táticos, com o acompanhamento do trabalho psicológico, nutricional para uma preparação completa.
Trata-se de uma cadeia simples de ser aplicada, mas no Brasil esbarra no açodamento, pela falta de qualidade da escola que não oferece nenhum desses conteúdos, inclusive o educacional.
A integração escola/clube é fundamental para o processo, mas tem a necessidade de um gerenciamento profissional competente, e esse é sem duvidas o maior dos seus problemas.
Enquanto isso não acontece, iremos continuar com atletas mal formatados sendo entregues ao mercado, e que no passar dos anos desaparecem do sistema, sem deixar nada de produtivo, levando consigo enormes frustações.
Comentários
0#2RE: A RELAÇÃO DA ESCOLA COM O CLUBE —
CARLOS ALFREDO14-01-2019 16:19
JJ: Um artigo perfeito. O esporte não pode ser separado da educação. Pernambuco tinha o DED que era um órgão que comandava os esportes e foi uma das melhores épocas de nosso estado.
0#1RE: A RELAÇÃO DA ESCOLA COM O CLUBE —
CARLOS EDUARDO14-01-2019 12:42
JJ: Sempre no Brasil os esportes estavam ligados à educação. Depois criaram uma Secretaria de Esportes que foi substituída pelo Ministério da Educação e os resultados não foram positivos, pelo contrário. Deixaram de lado a formação para atuarem no alto nível. Esse artigo deveria ser lido pelos responsáveis dos dois setores, desde que a escola é a base de tudo.
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