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Escrito por José Joaquim

Este é um assunto que já debatemos muitas vezes, e que é muito pouco explorado no futebol de Pernambuco, ou seja o associado do clube, desde que o quadro social de nossas agremiações não consegue se estabilizar. É um sistema do elevador, no sobe e desce. 

Algo está errado no conceito de interação entre o torcedor, futuro sócio e o seu clube, e o que esse lhe pode oferecer como retorno de sua participação no quadro social. É caminho de duas vias, mão e contramão.

Com poucas exceções, não temos mais o sócio paixão, dando lugar ao sócio razão, e sobretudo um cliente em potencial. São milhões de torcedores, além dos sócios que poderão transformar-se em consumidores, bastando para tal campanhas institucionais, para que esses entendam que não basta ir aos estádios, e sim participar da vida do clube, frequentando-o e consumindo os seus produtos, nas suas lojas, como bem destaca a economista Mirian Gasparin.

Amir Somoggi, mestre em gestão esportiva, diretor da Sports Value, e um dos bons especialistas no assunto, tem demonstrado em seus artigos que os clubes erram em relação ao sócio torcedor, que hoje é o grande impulsionador da melhoria de suas receitas.

Não se deve  vislumbrar nesse sócio apenas o pagamento da sua mensalidade, posto que na verdade o ganho principal que essa categoria de associado tem que gerar para o clube não é um valor fixo mensal, mas todo o adicional de consumo em torno dessa relação.

O sócio tem que ser tratado de maneira diferente, pois já é um consumidor e proporciona renda para os clubes. Se esses tiverem, por exemplo 40 mil sócios torcedores, e souber trabalhar com eles poderá gerar para os seus cofres muitos milhões, já que tem o acesso de seus dados, onde moram, quais os seus hábitos e com uma estrutura tecnológica montada para explorar essa relação.

Como lemos muito sobre o tema, tomamos conhecimento que na Europa é realizada uma abordagem ao seguidor de um clube, para estimula-lo a ser um consumidor e consequentemente um seu cliente. O retorno é gigantesco.

Outro fator importante é o da segmentação, desde que todos são clientes em potencial, independente de sua renda, e para tal deverão existir produtos segmentados destinados a atender a todas as classes, inclusive nos estádios, na diversificação dos valores dos ingressos.

Nas lojas do Benfica em Portugal, existem camisas de vários preços, para atender a todos os clientes. É um bom exemplo.

Faltam aos clubes especialistas no setor de arrecadação, que são entregues  a amadores com uma visão limitada das necessidades fundamentais para incrementar a quantidade de associados, e sobretudo transforma-los em clientes fiéis.

As agremiações do Sul e Sudeste estão mais adiantadas nesse setor do que as nossas.

Comentários   

0 #1 RE: O SÓCIO DO CLUBE É UM CLIENTE ANTONIO CORREIA 18-01-2019 10:18
JJ: Para que tudo isso aconteça só depende de uma palavra: profissionalismo. O futebol de Pernambuco é amador até a alma.
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