Quando lemos um livro anotamos algumas frases importantes e que servem para que possamos entender a nossa realidade.
O escritor argentino, Jorge Luiz Borges, em uma de suas obras nos deixou uma frase antológica: ¨Nós escolhemos nossas infelicidades¨.
Quando a trazemos para o mundo real essa representa o nosso dia a dia com relação as nossas escolhas. Se cada um de nós tivesse um minuto de reflexão as atitudes erradas que assumimos poderiam ser evitadas.
Iniciamos esse artigo com esse pensamento para voltarmos a falar sobre o futebol brasileiro, que passa por um momento de baixa, com suas ações sendo recusadas na ¨Bolsa de Valores¨, por causa de um calendário que é imposto por uma entidade sem noção do que escolheu uma infelicidade para o esporte da chuteira.
O reflexo de tal fato está na baixa qualidade dos jogos, a queda na formação de talentos, um ambiente institucional para negócios, clubes com problemas financeiros e estádios vazios.
O Brasil com este panorama teve uma perda de importância relativa ao futebol internacional, e sempre estamos sentindo na negociação de atletas, quando ficamos longe do patamar aplicado no mundo europeu. A imagem do Circo na sociedade é trágica, por conta da corrupção que retirou de cena três ex-presidentes.
Outros fatores negativos poderiam ser relacionados, e que serviram para impactar na queda do futebol nacional, tais como preços dos ingressos, insegurança para os torcedores, a ausência de craques e ídolos, horários dos jogos, péssimas arbitragens, concorrência com outras opções de entretenimento, e especial do futebol europeu, pouca oferta no sistema de locomoção e a ausência de locais para estacionamento. Quando os sócios elegem um presidente para o clube, certamente poderá escolher a sua infelicidade.
Um somatório que se alia às péssimas gestões dos clubes, que é praticamente absoluta em nosso país.
O futebol brasileiro tem que ser resgatado, e o principal ponto de partida é uma varredura no sistema, e sobretudo a implantação do sistema de licenciamento, que não seja igual ao que o Circo está tentando implantar, que alinhe os incentivos e regule a formação, estrutura, finanças, o controle dos prejuízos dos clubes, não apenas salários e tributos, punição esportiva e responsabilização objetiva dos dirigentes.
Junto à essas determinações poderíamos acrescentar alguns outros itens importantes para tal resgate, tais como: a profissionalização dos gestores, reforma do pornográfico calendário despotivo, modelo mais equitativo e transparente na distribuição das cotas de TV, e em especial a criação de um ambiente favorável a investimentos, que só acontecerá com o resgate da credibilidade dos cartolas.
O difícil é de convencê-los para não escolherem as suas infelicidades.