Por conta da postagem de ontem recebemos de um dos nossos amigos visitantes uma antiga entrevista com o jornalista Armando Nogueira, já falecido, e que foi uma das maiores referencias do jornalismo esportivo de nosso país quando esse setor ainda existia.
A publicação é do ano de 2010, embora as entrevistas começaram em três encontros, sendo que o primeiro foi em 1999 e o último em 2007, quando o jornalista expressou a preocupação com a presença dessas facções nos estádios.
Entre as respostas dadas aos entrevistadores, Nogueira expressou uma realidade que há doze anos continua repetindo-se, e que está agregado a tais segmentos que tomaram conta do futebol brasileiro, e com um detalhe importante quando transmitiu um pensamento igual ao nosso com relação ao que acontece nos dias de hoje.
¨Antes de mais nada, esse negócio de torcida organizada é uma mistificação. Não é possível organizar o sentimento do torcedor. Então eu começo desclassificando essas falanges, essas gangues. Eles não são torcidas organizadas. Elas nasceram com uma boa intenção, mas na verdade se transformaram em instrumentos de intimidação, em instrumentos de terror à serviços de dirigentes. Quando um dirigente quer queimar um treinador ou um jogador, eles usam a torcida como instrumento de pressão¨, declarou Nogueira.
Uma das suas respostas merece uma grande reflexão entre os dirigentes, quando afirma que as torcidas organizadas promovem uma comercialização dessa atividade, inclusive com um comercio marginal, com a venda de produtos com os símbolos dos clubes.
A focagem do jornalista acertou um alvo que não é observado pela cartolagem brasileira. O comércio marginal concorre com os seus produtos oficiais, e com isso menos recursos em seus caixas.
Pela primeira vez um cartola atentou para esse fato, o presidente do Cruzeiro, em 2014 ingressou com uma ação na Justiça pedindo a proibição do uso da marca do seu clube pelas torcidas organizadas.
No Sport durante a gestão de João Humberto Martorelli, 2015/16, uma posição igual foi tomada, inclusive com a proibição da Torcida Jovem de ingressar no estádio com as suas camisas. No início desse ano foi perdoada de forma estranha pela atual diretoria.
Se discute muito os prejuízos pelas perdas do mando de campo, mas o rombo maior está nessa concorrência predatória entre o comercio paralelo, marginal, como frisou bem o jornalista, e dos clubes, que poderiam incrementar as suas vendas.
Cada boné vendido neste tipo de pirataria, corresponde a menos recursos nos cofres.
Sem duvidas este é o caminho das pedras, e com uma vantagem irá asfixiar as receitas das facções, que irão morrer de inanição.
Armando Nogueira tinha razão.
Comentários
0#2RE: AS TORCIDAS ORGANIZADAS E O COMÉRCIO MARGINAL —
BLOGDEJJ13-02-2019 20:10
Citando CLAUDIO LEITE:
JJ: Armando Nogueira foi um dos melhores jornalistas esportivos do Brasil, e essa colocação sobre as organizadas no tocante a parte comercial dos clubes é perfeita. Gostaria de publicar os seus artigos em minha rede social e peço autorização para isso.
Prezado: Pode usar as postagens na sua rede social. Para nós é importante.
0#1RE: AS TORCIDAS ORGANIZADAS E O COMÉRCIO MARGINAL —
CLAUDIO LEITE13-02-2019 13:55
JJ: Armando Nogueira foi um dos melhores jornalistas esportivos do Brasil, e essa colocação sobre as organizadas no tocante a parte comercial dos clubes é perfeita. Gostaria de publicar os seus artigos em minha rede social e peço autorização para isso.
Comentários
Prezado: Pode usar as postagens na sua rede social. Para nós é importante.
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