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Escrito por José Joaquim

No futebol brasileiro mistura-se marketing com propaganda. Alho com bugalho. Sobre o assunto existe um livro bem interessante de autoria de Antônio Afif, profissional de marketing e especialista do setor da área esportiva, que o trata com muita propriedade.

Na realidade são dois segmentos distintos, embora entrelaçados para o objetivo final, a venda de um produto. O marketing é a arte de planejar, o antes, o durante e o depois do processo de vendas, enquanto a propaganda é a forma de estimular o cliente a realizar a compra.

A análise de marketing começa muito antes do momento de uma propaganda intensiva. Essa define quem é a empresa, quem é o cliente, e qual o diferencial do produto. A propaganda, que é uma parte do marketing, a posteriori, é aquela que vai mostrar ao consumidor que o produto existe e vale a pena ser adquirido.

O marketing, na maioria dos clubes de futebol, trabalha de maneira inversa, quando utiliza a propaganda como forma inicial, sem contextualizar o produto que está sendo colocado no mercado, e por conta disso várias iniciativas vão por água abaixo.

O autor mostra em seu livro que existe uma falta de interação entre empresas e consumidores. O patrocínio esportivo é uma fórmula de aproximação entre as partes do processo, na associação com as marcas do clube, e consequentemente, a sua clientela.

O que se observa normalmente que as marcas são estampadas, e a interação entre patrocinador/clube é inexistente, e o retorno se dá apenas pela exposição pelos meios de comunicação. Um outdoor mudo e surdo. O contrato do Corinthians com o BMG foi o primeiro a ter essa necessária interação.

Por outro lado, um clube deve saber exatamente o perfil do seu patrocinador, e que isso irá repercutir sobre a sua imagem. O setor de marketing de uma entidade deveria ser gerido por profissionais da área, que possa entender a importância da imagem, que é sem duvidas o seu maior patrimônio.

Quem investe em um clube precisa ter em mente que o torcedor é publico alvo, e que o poder de consumo desse é movido pela paixão do seu time do coração. Esse é o cliente final dos produtos das empresas patrocinadoras, e para que se chegue a tal objetivo torna-se necessário um bom trabalho de marketing.

Não se pode vender salmão e entregar um bagre.

Hoje a fidelidade do torcedor é o grande mote para a alavancagem de vendas dos produtos dos clubes, e isso é fundamental para um bom trabalho de marketing, que no final através de um bom projeto, mostrando o retorno dos investimentos, as parcerias serão bem sucedidas.

Desfile para apresentação de uniformes é o marketing de nossos clubes, que na realidade é muito pouco dentro de um contexto amplo e global.

Marketing é marketing, propaganda é propaganda. 

Comentários   

0 #1 RE: O BUGALHO COMO ALHO NO FUTEBOLCLAUDIO LEITE 18-02-2019 14:15
JJ: Um artigo que deveria ser estudado pelos clubes, e com relação a algo da maior importância para esses que fazem parte de suas vidas, o marketing e propaganda. Parabéns,
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