Na entrevista coletiva após o jogo da seleção do Circo, o técnico Tite declarou que foi um bom teste, mesmo com um empate contra um time da terceira divisão do  futebol mundial.

Arnaldo Jabor em um dos seus artigos perguntou qual a razão do Brasil mesmo tendo condições, continua cozinhando em banho maria nosso progresso.

Na verdade existe alguma coisa em nosso país que nos dá arrepios. Isso se encaixa no futebol que entra ano e sai ano, a panela continua em banho maria. Os nossos treinadores criaram uma casta de privilegiados que não permitem o acesso das caras novas. Todos que tentaram foram engolidos pelo sistema.

O futebol brasileiro está ficando chato e banalizado. São tantos jogos, que afugentam os torcedores. O técnico de futebol tornou-se uma figura dogmática, onde a sua palavra e os seus conhecimentos estão acima de tudo e de todos, sobrepujando inclusive as camisas de seus clubes. São os novos professores com PHD em futebol, só que não sabemos em qual universidade conseguiram tal diploma.

Há anos que estamos presos a um mesmo grupo de treinadores. É uma mesmice da mesmice, e raramente algo de novo aparece, e quando acontece são relegados pelas mídias, como Jorge Sampaoli e Fernando Diniz.

Para que se tenha uma ideia real desse fato, o São Paulo contratou um treinador que ainda estava em tratamento pós-operatório do coração. Não existia ninguém de fora desse círculo.  

São intocáveis, recebem salários acima da realidade, como super-executivos, e quando são demitidos levam em recursos metade dos cofres do seu time. Quando falam, os jornalistas ficam embevecidos por tanta genialidade.

O Titês passou a fazer parte de nosso dicionário. Na verdade trocam palavras que representam o ¨obvio ululante¨. ¨Fomos bem porque a nossa tática foi assimilada¨, ou então, ¨não conseguimos a vitória por conta do calor, ou dos buracos do gramado. Alguns não aceitam críticas, e para essas sempre tem uma resposta pronta e muitas vezes agressiva.

Quantos técnicos brasileiros estão dirigindo times nos  maiores centros futebolísticos? Quantos técnicos brasileiros estão no comando de seleções, mesmo na América do Sul? Qual o técnico do Brasil que fez o curso da UEFA? O Circo faz um cursinho mequetrefe, e fornece um diploma aos que o fizeram. Aprenderam o que? Quais foram os mestres?

Enquanto esses se considerarem como semideuses, e que em suas cabeças surgem as táticas milagrosas que irão fazer os resultados, o futebol brasileiro está caminhando para o fundo do poço.

Humildade não diminui a competência, e os bons não o são pela arrogância e sim pelo trabalho, fato esse que está em falta nesse segmento.