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Escrito por José Joaquim

O errado e o maléfico, a incompetência e o desleixo, a estupidez e a má fé são próprios da condição humana. A diferença está entre os que se envergonham e os desavergonhados.

No Japão civilizado, a vergonha é o pior castigo para uma pessoa e sua família, mais temida do que as penas da lei. Homens públicos se suicidam por pura vergonha.

Embora seja só meio caminho para não errar de novo, o sentimento de vergonha ajuda a civilizar. Já os que não se envergonham, nem por si nem pelos outros, são determinantes para que as suas sociedades sejam aquelas que mais sofrem com a corrupção, a criminalidade e a violência.

Começamos esse artigo com um texto do professor Elton Simões, após esse analisar pesquisas internacionais sobre as relações entre o sentimento social, familiar e a criminalidade.

O nosso país, infelizmente tornou-se uma dos maiores celeiros de desavergonhados do mundo. A ética desapareceu e o sistema de levar vantagem em tudo tomou conta sob o silêncio profundo de boa parte da sociedade.

A política nos últimos anos apodreceu, políticos foram presos, um ex-presidente da República encontra-se numa cela por conta de chefiar uma quadrilha que tomou conta da nação, e que quase quebrou a Petrobras. O dinheiro púbico foi jogado pelas janelas.

Isso é um lado do Brasil que perdeu a vergonha.

Nos esportes e, em particular no futebol, encontramos um Circo que foi dirigido por três presidentes com mais de trinta anos no poder, um preso e dois afastados por corrupção. Enriqueceram e os clubes ficaram à deriva. A estrutura atual é a mesma, desde que o novo comandante sempre fez parte desse grupo.

Hoje ao lermos o Jornal Folha de São Paulo com relação a empresa Sport Promotion que ganhou uma licitação fraudada pela entidade que administra o futebol para a venda de publicidade, mostrando que essa possui sete empresas com os sócios ocultos distintos entre si registradas no mesmo endereço, a sede da companhia em São Paulo.

O sócio ostensivo sempre é José Francisco Coelho Leal, dono da empresa, que tem uma longa história de parceria com Marco Polo Del Nero. As empesas são legais mas na verdade são vacas em vários postes.

O mais grave é que não aparece uma viva alma, nos clubes e nas mídias para pelo menos solicitarem informações sobre o assunto. Não existe indignação de nenhum setor. Estamos nos acostumando com o que não presta.

Os grandes empresários do futebol se apossam dos atletas desde a sua formação. As procurações são dadas, na maioria com a conivência de alguns dirigentes, e aproveitando-se da situação financeira das famílias.

A seleção do Circo transformou-se num balcão de negócios, um modelo que foi implantado pelo ex-presidente Ricardo Teixeira. O sistema afeta as convocações, e por milhões de dólares jogam com times sem expressão. É a falta de vergonha.

Em alguns jogos pelas diversas competições muitas das arbitragens determinam os resultados finais, principalmente pela falta de uma preparação adequada e  muitas vezes dirigidas. O VAR foi implantado e como tudo que acontece no Brasil está sendo desmoralizado.

As torcidas organizadas, financiadas pelos clubes e seus cartolas trouxeram a violência aos estádios de futebol, e todos fingem que nada acontece. É a falta de vergonha.

Infelizmente, a listagem é vasta e o espaço não comporta, entretanto como a maioria do nosso povo tem vergonha, caberia a esses um movimento contra os desavergonhados que pululam em torno de um esporte fantástico, agregador, e que se chama de futebol.

Só poderemos derruba-los com o tempo, educação e lideranças com vergonha.

O resto é malhar em ferro frio.

Comentários   

0 #3 RE: OS DESAVERGONHADOS ANTONIO CORREIA 17-04-2019 14:02
JJ: Não tenho nada a comentar, apenas dar os parabéns pelo artigo.
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0 #2 RE: OS DESAVERGONHADOS CLEITON LIMA 17-04-2019 13:03
JJ: O seu blog nos salva da mediocridade reinante. O artigo merece ser divulgado m todas ad redes sociais. Parabéns.
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0 #1 RE: OS DESAVERGONHADOS CLOVIS ARRUDA 17-04-2019 13:01
JJ: Parabéns por esse espetacular artigo. Mostrou a cara de um país em que parte da sociedade perdeu a vergonha.
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