O estadual local está sendo encerrado no próximo domingo. Qual o seu legado? Qual o jogador que foi revelado? Qual o jogo que poderá ser lembrado pelos torcedores?
Os estádios em toda a competição ficaram ociosos, e melhoraram nas fases finais. Um recado obvio do torcedor que não suporta mais esse purgante.
O futebol de Pernambuco há anos que não tem uma renovação em sua formatação. Entra ano e sai ano os assuntos são os mesmos. Dezenas de contratações são realizadas, sem o retorno adequado às agremiações, numa demonstração da falta de um trabalho de base, que vem cada vez mais decaindo em nossos clubes.
Não existem novos talentos, e sim uma importação totalmente fora dos padrões normais, e que dentro da lógica do esporte corre o risco de não dá certo.
Não temos nenhum clube na maior divisão nacional o que caracteriza a decadência e a falta de um projeto.
Os clubes do interior, cujas perspectivas são pequenas no contexto geral tanto do futebol local, como nacional, repetem todos os anos as mesmas caras, as mesmas contratações. Alguns só jogam três meses e o restante fica hibernando.
Parece que estamos assistindo um show de fim de ano do cantor Roberto Carlos, que também há décadas repete as mesmas músicas, as mesmas figuras, e até as mesmas roupas. Falta de imaginação.
É o nosso futebol.
Os clubes parecem um DVD repetitivo, já que não tem um trabalho de base que possa ascender alguns atletas para as divisões de profissionais, recorrem a repetição de anos anteriores, sem nenhuma renovação e, claro, sem perspectiva futura.
O mais grave é que os mesmos atletas que competem na divisão maior, quando do seu encerramento, meses após estão disputando a Segunda Divisão, numa demonstração de que não formamos nenhum novo talento, não lançamos nenhum jogador no mercado.
Sem investimentos nas bases por parte dos clubes, o nosso futebol irá continuar por longos anos, se não mudar o seu comando, sentado na MESMA PRAÇA, NO MESMO BANCO E NO MESMO JARDIM, e vendo a banda passar sem uma visão do seu futuro.