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Escrito por José Joaquim

Os cinco anos da morte de Luciano do Valle nos fez retornar ao túnel do tempo, para mostrarmos alguns conceitos de um profissional com mais de 50 anos de carreira, com relação aos narradores dos jogos de nosso futebol na televisão, que extrapolam o limite da realidade.

Hoje estamos assistindo algumas partidas sem a utilização do som da televisão, para não perdermos o sentido de analise.

Temos em nossos arquivos uma gravação do programa a Bola da Vez da ESPN- Brasil, em que o convidado foi esse narrador, e resolvemos transporta-lo para os nossos visitantes.

Convivemos com Luciano do Valle em nosso estado por um ano, quando pela primeira vez o estadual local foi televisionado, e como dirigíamos o setor da Federação de Futebol, o contato era grande, que sempre terminava em um jantar no pós jogo, e sentimos o seu profissionalismo e competência.

Os jogos eram transmitidos em um segunda-feira, às 20h00, e com uma audiência que marcou época na TV Pernambuco, emissora do governo estadual. Foi um momento histórico de nosso futebol.

O tempo passou e Do Valle continuou com a mesma humildade de sempre, ao afirmar no programa ¨que o narrador não é artista, nem celebridade e sim um jornalista e que tem que se comportar como tal¨.

Seus pensamentos deveriam servir de orientação para os jovens profissionais que ingressaram na carreira por representarem uma realidade que muitos insistem em nega-la.

Para ele ¨tudo passou a ser genial, passou a ser fantástico. Tudo é golaço, e não é bem assim. Ficam procurando ídolos, quando o cara faz uma jogada diferente é elevado ao patamar de craque¨.

Citou algo com respeito a interação com o telespectador, afirmando que na TV não precisa falar tudo, e dava um exemplo bem simples, as vezes a bola está com Ralf. Não precisa falar, desde que esse atleta é conhecido. O telespectador precisa participar analisando o jogo.

Considerou que um lance mais agudo na área, merece uma atenção maior.

Sobre os bordões tão utilizados pelos narradores, ele afirmou que um locutor não precisa de um bordão: ¨O importante é que o jogador faça alguma coisa que chame a atenção. Você apenas leva, e o conduz. É difícil pensar nisso. Tem que estar de frente para o fato¨. Não somos artistas, somos jornalistas¨, declarou.

Na verdade trata-se de algo dito há tempos atrás e que está sendo visto anos após.

Com algumas exceções os narradores estão exagerando nas suas transmissões, de maneira tal que estão mais para locutores de festas de bairros ou de rodeios do que dos jogos de futebol.

Ninguém precisa andar sem roupa nas ruas para ser reconhecido, o bom trabalho sem duvida sempre será aplaudido.

Televisão não é igual ao rádio numa transmissão de futebol, desde que nesse sem a imagem, a criatividade vem do locutor para trazer uma visão da realidade para o ouvinte.

Luciano do Valle deixou uma bagagem cheia de bons exemplos, e não custa nada observa-los.

São coisas do Brasil do futebol.

Comentários   

0 #2 RE: NARRADOR NÃO É ARTISTA E SIM JORNALISTAguilardo 29-04-2019 12:03
NARRADOR NÃO É ARTISTA- Caro amigo. Como o seu artigo é o único que visualizo até o momento em que escrevo, peço licença para abordar um ato ocorrido na partida final do PSG, que nos envergonhou a todos. Mais uma vez o jogador Neymar, orgulho da imprensa do sul, deixou explícita a sua índole tropical agredindo desproporcionalmente um torcedor no estádio, com um soco. Esse rapaz que deveria ser um bom exemplo para a juventude do país, atua de forma absolutamente inconsequente dentro e fora do campo, demonstrando total despreparo para uma atividade verdadeiramente pública. Nos campos, já está muito longe do que foi e deveria ser, jogando de forma bizarra pela nossa seleção, não ganhando nada, fazendo verdadeiros teatros ao ar livre com os seus chiliques e contorcionismos, rebolando pelos gramados fingindo dores insuportáveis. Esse ator canastrão está conseguindo o intento de se tornar antipático dentro e fora do Brasil, a ponto de começar a ficar escanteado no próprio time onde ora atua. Perdeu a importância para outros colegas, equilibrados e honestos na profissão. Agora, nas noitadas regadas às melhores bebidas e mulheres é imbatível. Tudo com o beneplácito do pai, o qual deveria gerir a sua vida direcionando-a para o bem e empatia geral. É lamentável ver um atleta com tanto potencial entregando-se às intempéries da moral.
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0 #1 RE: NARRADOR NÃO É ARTISTA E SIM JORNALISTAJOSE CARLOS DA SILVA 29-04-2019 11:33
Bons tempos esses. Acompanhava o pernambucano pela TV Pernambuco (TV Cultura). Você e Claudemir também, ambos na tv. Que falta fazem.

Luciano é tipo a Dercy Gonçalves, quem viu viu, que não viu perdeu. Difícil ter outro, já que os atuais estão mais para comediantes do que narradores.
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