Quem me conhece sabe que minha relação com a imprensa foi de amor e ódio. Pouco amor, diga-se de passagem, Kkkk!!! Me irrita ouvir comentários de quem não entende nada sobre futebol. E as mesas redondas estão cheias desses personagens. Para mim, é o mesmo caso de treinadores que nunca chutaram uma bola.
Um debate na TV não é a mesma coisa de uma resenha na pelada. Os torcedores tem uma forma de se expressar, xingam, passam dos limites, invadem o campo, picham muro, mas também te carregam no colo e fazem juras de amor.
Os comentaristas, principalmente os aventureiros, devem se portar de forma diferente. Não posso admitir ler uma matéria em que o jornalista deboche da forma de falar, da língua presa, de Vanderlei Luxemburgo. E é ¨profexô¨ pra cá, ¨profexô¨ para lá, uma falta de respeito e de educação que contamina qualquer relação.
Em 1973, liderei, com Marinho Chagas e Piazza, o que a imprensa batizou de ¨Manifesto de Glasgow¨. Vários jornalistas acompanharam a excursão da seleção brasileira à Europa e as matérias publicadas eram mais de fofoca do que outra coisa- alguns totalmente mentirosas e descabidas. Claudio Coutinho escreveu o manifesto e todos jogadores assinaram. Ficamos um período sem dar entrevistas.
Sou totalmente à favor da liberdade de expressão, mas odeio mentiras e jornalistas que se aproveitam do cargo para atacarem ¨desafetos¨ sem qualquer critério. Os grandes veículos não podem agir como os anônimos das redes sociais e nem cair em arapucas como a que levou o goleiro Sidão a ser eleito o melhor da partida mesmo após ter uma atuação desastrosa. A torcida gritar ¨frangueiro¨ é uma coisa mas a imprensa aderir ao deboche é bem diferente. Imaginam o goleiro Júlio Cesar recebendo o troféu de melhor da partida após a goleada de 7x1 para a Alemanha? E o que o goleiro Muralha sofreu? Chegaram a publicar que a partir de suas falhas nunca mais o chamariam pelo apelido. Se o jornal for de humor, Ok, cada um no seu quadrado.
Não passo a mão na cabeça de ninguém em minhas colunas, falo que determinados jogadores não tem condições de vestir a amarelinha, que a escola gaúcha destruiu o futebol, que os professores de Educação Física não podem tomar o lugar dos ex-jogadores e blá-blá-blá. Todos os temas podem gerar um debate saudável. E é apenas a minha opinião.
O que não gera debate, mas suscita a ira, é ironizar a língua presa do técnico e a estatura de um jogador por exemplo. Criticar que Maxi López está acima do peso é totalmente compreensível porque ele é um ídolo e deva dar o exemplo. São casos e casos, até porque odeio mimimi, mas educação é bom e eu gosto. A impressão que dá ao zapear os canais e ver as mesas redondas é que as emissoras estão em busca de perfis polêmicos, e isso não favorece o debate saudável. Pelo contrário empobrece.
Também não me interessa ver jornalistas desenhando estratégias em quadros. Da mesma forma que prezamos um futebol bonito, audacioso, ofensivo, com a bola rolando, com Sampaoli vem fazendo com o Santos, também gostamos de assistir uma resenha de qualidade, sem bobalhões querendo ser engraçadinhos, mas com trocas de ideias, informações exclusivas e conteúdo relevante. O futebol merece, nós merecemos.
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0#2RE: CRITICAR QUE O MAX LÓPEZ ESTÁ ACIMA DO PESO É TOTALMENTE COMPREENSÍVEL —
JOSE CARLOS DA SILVA17-05-2019 12:30
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