O futebol brasileiro apequenou-se, tornou-se pragmático e apenas de resultados. Os craques sumiram de repente pela falta de espaços para exercerem as suas profissões.
O futebol de raiz foi tragado pelo politicamente correto com as novas arenas sem espaços para aqueles que gostam de assistir os jogos em pé. Raras são as exceções.
As bandeiras sumiram, a torcida única tomou conta, mesmo quando é permitida a sua presença com 10% dos ingressos.
Nos gramados não são mais permitidas provocações. Por exemplo, se durante a partida o jogador do time que estiver à frente do placar arriscar uma jogada mais ousada de firulas, dribles desconcertantes, lambretas, embaixadinhas e brincadeiras com a bola, além da faltas dura que irá receber dos rivais, ele pode ainda ganhar um cartão amarelo da arbitragem. É o modelo politicamente correto.
Sempre estamos referenciando, o que é inevitável pensar o que seria de craques como Pelé, Garrincha e tantos outros nesses tempos modernos, em que o respeito aos adversários é confundido com o jogo morno, onde os atletas não podem demonstrar a sua habilidade com a bola nos pés.
A resultante desse processo que foi implantado está nos gramados, com jogos medíocres, jogadores com pouca habilidade e maltratando a bola. O futebol de raiz, foi substituído pelo da ¨Nutella¨, e é o que estamos acompanhando em nosso dia a dia.
No último sábado ao observarmos torcedores do Botafogo ao lado dos palmeirenses, retornamos ao nosso passado, quando íamos aos estádios e assistíamos os jogos no meio da torcida rival. Saia desse inteiro. Se fosse hoje estaríamos no hospital ou no necrotério.
Nos lembramos de uma música do inesquecível Raul Seixas, com o titulo ¨Capim Guiné¨, que é a cara e corpo do futebol brasileiro.
Plantei um sitio no sertão de Piritiba
Dois pés de guataíba, caju, manga, e cajá
Peguei na enxada como pega um catingueiro
Fiz aceiro botei fogo, ¨Vá ver como é que tá
Tem abacate, jenipapo e bananeira
milho verde, macaxeira, como diz no Ceará
Cebola, coentro, andú, feijão de corda
Vinte porco na engorda, até um gado no curral
Com muita raça, fiz tudo aqui sozinho
Nem um pé de passarinho veio a terra para semear
Agora veja compadre a safadeza,
Começou a malvadeza, todo bicho vem prá cá
Num planto capim prá boi abanar o rabo
Eu tô virado do Diabo, eu ¨tô retado cum você¨
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de viado que viu caxinguelê
Sussuarana só faz perversidade
Pardal foi pra cidade
Peruá minha saqué (que, que)
Dona Raposa só vive na mardade
Me faça a caridade, se vire dê no pé.
O compositor acertou em cheio.
Comentários
0#4RE: ¨CAPIM GUINɨ —
CARLOS ALFREDO27-05-2019 21:41
JJ: Só o amigo poderia juntar Raul Seixas com o atual futebol brasileiro. Os jogos de hoje são chatos, sem qualidade técnica. Assistir um jogo hoje é um sofrimento.
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