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Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro apequenou-se, tornou-se pragmático e apenas de resultados. Os craques sumiram de repente pela falta de espaços para exercerem as suas profissões.

O futebol de raiz foi tragado pelo politicamente correto com as novas arenas sem espaços para aqueles que gostam de assistir os jogos em pé. Raras são as exceções.

As bandeiras sumiram, a torcida única tomou conta, mesmo quando é permitida a sua presença com 10% dos ingressos.

Nos gramados não são mais permitidas provocações. Por exemplo, se durante a partida o jogador do time que estiver à frente do placar arriscar uma jogada mais ousada de firulas, dribles desconcertantes, lambretas, embaixadinhas e brincadeiras com a bola, além da faltas dura que irá receber dos rivais, ele pode ainda ganhar um cartão amarelo da arbitragem. É o modelo politicamente correto.

Sempre estamos referenciando, o que é inevitável pensar o que seria de craques como Pelé, Garrincha e tantos outros nesses tempos modernos, em que o respeito aos adversários é confundido com o jogo morno, onde os atletas não podem demonstrar a sua habilidade com a bola nos pés.

A resultante desse processo que foi implantado está nos gramados, com jogos medíocres, jogadores com pouca habilidade e maltratando a bola. O futebol de raiz, foi substituído pelo da ¨Nutella¨, e é o que estamos acompanhando em nosso dia a dia.

No último sábado ao observarmos torcedores do Botafogo ao lado dos palmeirenses, retornamos ao nosso passado, quando íamos aos estádios e assistíamos os jogos no meio da torcida rival. Saia desse inteiro. Se fosse hoje estaríamos no hospital ou no necrotério.

Nos lembramos de uma música do inesquecível Raul Seixas, com o titulo ¨Capim Guiné¨, que é a cara e corpo do futebol brasileiro.

Plantei um sitio no sertão de Piritiba

Dois pés de guataíba, caju, manga, e cajá

Peguei na enxada como pega um catingueiro

Fiz aceiro botei fogo, ¨Vá  ver como é que tá

Tem abacate, jenipapo e bananeira

milho verde, macaxeira,  como diz no Ceará

Cebola, coentro, andú, feijão de corda

Vinte porco na engorda, até um gado no curral

Com muita raça, fiz tudo aqui sozinho

Nem um pé de passarinho veio a terra para semear

Agora veja compadre a safadeza,

Começou a malvadeza, todo bicho vem prá cá

Num planto capim prá boi abanar o rabo

Eu tô virado do Diabo, eu ¨tô retado cum você¨

Tá vendo tudo e fica aí parado

Com cara de viado que viu caxinguelê

Sussuarana só faz perversidade

Pardal foi pra cidade

Peruá minha saqué (que, que)

Dona Raposa só vive na mardade

Me faça a caridade, se vire dê no pé.

O compositor acertou em cheio. 

Comentários   

0 #4 RE: ¨CAPIM GUINɨCARLOS ALFREDO 27-05-2019 21:41
JJ: Só o amigo poderia juntar Raul Seixas com o atual futebol brasileiro. Os jogos de hoje são chatos, sem qualidade técnica. Assistir um jogo hoje é um sofrimento.
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0 #3 RE: ¨CAPIM GUINɨCLOVIS ARRUDA 27-05-2019 21:06
JJ: O futebol de hoje é ridículo. Não tem a menor graça. Uma rodada com 8 jogos e nenhum para ser destacado. Um verdadeiro lixo.
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0 #2 RE: ¨CAPIM GUINɨANTONIO CORREIA 27-05-2019 21:03
JJ: O politicamente correto fez desaparecer as chuteiras pretas. Hoje são psicodélicas. Driblar é um crime de lesa pátria.
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0 #1 RE: ¨CAPIM GUINɨCARLOS EDUARDO 27-05-2019 20:52
JJ: Raul Seixas antecipou o que iria acontecer no futebol brasileiro. O amigo acertou em cheio com esse artigo.
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