Quatro anos do FIFAGATE e Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero sequer foram investigados pelos órgãos da justiça brasileira.
Somente José Maria Marin está preso por conta da condenação pela Justiça dos Estados Unidos. O Brasil é o paraíso dos valhacoutos.
O futebol brasileiro com o seu sistema medieval, sem transparência, em 48 horas teve dois fatos que estão ligados à corrupção.
Um relacionado aos movimentos financeiros dos jogos comprados pela empresa Roni 7, e o segundo que foi denunciado pela Globo numa reportagem feita pelo programa Fantástico, com relação ao Cruzeiro que foi apontado como responsável por quebrar regras da FIFA e do Governo Federal.
Conversamos com pessoas de Belo Horizonte para nos inteirarmos sobre o assunto, e confirmamos que as noticias traduzem o que vem acontecendo na Toca da Raposa.
Não vamos fazer juízo de valor de quem quer que seja, desde que o processo é ainda investigativo, mas a documentação é muito rica em detalhes e que comprovam a existência de falsificação de documento particular, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Um dos casos que foram apontados pela reportagem é a cessão de direitos econômicos de atletas a um empresário do ramo de equipamentos de proteção individual e locação de veículos, Richard dos Santos Machado, que teria emprestado R$ 2 milhões ao clube, que pagou o empréstimo cedendo percentual de atletas.
No meio desses está o do garoto Estevam Wilian, jogador da base do time celeste. Desde 2015 a FIFA veda a cessão de percentual de atletas a terceiros. E mais, de acordo com a Lei, atletas só podem assinar contratos profissionais a partir de 16 anos. Estevam tem 12 anos de idade.
O que mais estranhamos foi a lista dos atletas que foram entregues ao empresário por um empréstimo de apenas R$ 2 milhões, inclusive dois jogadores do time principal, Raniel (5%) e Murilo (7%). Obvio que colocaram uma vaca no poste.
O Fantástico apresentou ainda cópias de contratos com valores de pagamentos feitos a dirigentes do Cruzeiro, que receberiam além dos salários, gratificações, as famosas premiações por conquistas de títulos. Foram citados pela reportagem os nomes de Itair Machado, atual vice-presidente de futebol, e Sergio Nonato, diretor geral do clube. Os valores chegam a R$ 300 mil.
Pagamentos para torcidas organizadas também foram denunciados, citando a TV Máfia Azul, um braço da torcida organizada homônima, a maior do clube, a China Azul.
Como sempre a resposta da diretoria cruzeirense foi a de culpar a oposição. O mais interessante é que no mês passado três membros do Conselho Fiscal do Cruzeiro não aprovaram o seu balanço, não o assinaram e renunciaram.
Há anos que pregamos por uma revolução no futebol brasileiro, com a abertura das caixas pretas dos clubes, Federações e do Circo, e uma limpeza geral do setor. Nada acontece e tudo continua como dantes.
O que foi divulgado é sem duvida a ponta do Iceberg.
* Fontes: Jornal Hoje em Dia MG e Jornal o Tempo de BH.