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Escrito por José Joaquim

Os clubes vivem tradicionalmente na expectativa de resultados e, em especial, na busca de títulos. Para alcançar esses objetivos, realizam investimentos que passam de suas capacidades financeiras, gerando, um movimento de rotação que inviabiliza os seus crescimentos.  

Ou seja, como vem acontecendo em nosso país, por mais que as agremiações consigam aumentar os faturamentos de uma maneira progressiva, quando analisamos os seus balanços a maioria fecha no vermelho, pois os custos cresceram mais do que as suas receitas.

Essa realidade, de quanto mais incrementar as receitas, origina uma contrapartida de gastanças sendo uma verdade latente, e tal fato encontramos na própria vida do país, quando os governos assim procedem, necessitando para estancar essa roda viva no seu dia a dia de uma controladoria que possa planejar o equilíbrio fiscal, isto é gastar menos do que arrecada para que tenha um superávit. Isso é um produto de uma boa gestão, e a linha mestra da economia.

Sobre o assunto de controle de gastos a UEFA começou a aplica-lo na Europa entre os seus filiados a partir de 2013 com o seu ¨Fair Play Financeiro¨, que tem sido um sucesso. Tal modelo não é novidade, desde que nos Estados Unidos em suas Ligas principais já existe esse controle.

Na NBA já foi implantado um teto de gastos para cada clube, que impede a inflação de seus investimentos, e com isso, garantiu as suas boas performances financeiras, e que lhes obriga a ter um planejamento estratégico para  temporada na formação de seu elenco. Caso ultrapassem o teto estabelecido, pagarão impostos à sua Liga, que são distribuídos entre os outros times.

A NFL (National Football League), adota os mesmos procedimentos, e consegue assim dar um equilíbrio de competitividade aos seus participantes. Produto de um esporte que utiliza a igualdade e a justiça para que possa nortear os seus princípios.

Devemos referenciar que essas Ligas são administradas como um negócio, e tem uma grande diferença, que é representada pela negociação coletiva dos direitos de transmissão, cujos valores são distribuídos igualmente entre os participantes.

Enquanto isso em nosso país tropical que já foi abençoado por Deus, todos os anos o Circo do Futebol que administra esse esporte promete uma regulação, entra ano e sai ano nada acontece. Os clubes com poucas exceções ganharam um presente do governo com o Profut, que poderia ter dado um novo rumo ao futebol, mas nada disso aconteceu. Alguns foram alijados do sistema pela falta de pagamento, e a maioria incrementou as suas dividas.

Se existe a aplicação do controle sobre os gastos, se os direitos de Televisão são coletivos e distribuídos de maneira igual, o sistema dá certo, porque não podemos aplica-lo em nosso país, e conseguido assim um maior equilíbrio nas competições?

Ou os brasileiros são mais inteligentes para perderem dinheiro, ou os americanos mais bobos para ganha-lo. Essa é a questão para ser discutida.

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