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Escrito por José Joaquim

O Brasil é um país surreal, e o futebol é ainda mais surrealista.

Tivemos um presidente do Circo do Futebol que não saia do Brasil, não justificava a razão, mas todos conheciam os motivos e fingiam que não sabia. Deu no que deu, foi defenestrado pela FIFA. Uma atitude surreal.

Quando um atleta marca um gol, o seu gesto mostra que o autor foi Deus, como se esse estivesse torcendo por seu clube. Depois todos ficam de joelhos levantando os dedos para o céu. Surreal.

Nas entrevistas, tudo que aconteceu foi em nome de Deus. Não é nada estranho, desde que tivemos um Ministro dos Esportes (hoje Secretaria) um pastor. Surreal. Não conhecia nada sobre o setor.

Quer maior surrealismo no ¨Eu Acredito¨ que foi criado pela torcida do Galo Mineiro e copiado pelo resto do Brasil, como se isso fosse influenciar no resultado da partida. No jogo do último sábado a televisão focou um torcedor com a placa contendo esses dizeres, e logo após veio o empate do ABC. Deu no que deu o Náutico perdeu cinco pontos. 

Uma boa parte dos torcedores vai ao estádio torcer para que seus clubes não sejam rebaixados, e não pela conquista do título, ou de uma melhor classificação. Bem surreal.

Por conta das diferenças dos recursos, alguns clubes entram na Série A do Brasileiro fazendo contas, com os números estatísticos do rebaixamento nas mãos dos cartolas. Surreal.

Um verdadeiro surrealismo esportivo, em que o torcedor sai de casa com um terço nas mãos, uma bíblia se for evangélico, ou ainda se for um ateu comunista com um chaveiro com a foice e o martelo (ave rara), para rezar por um bom resultado do seu clube, com o intuito de não vê-lo rebaixado.

Realmente esse fato é muito difícil de assimilar, pois esses não torcem por vitórias, e sim para que não tenham derrotas. Certa vez, a esposa do jornalista Claudemir Gomes lhe fez uma pergunta sobre esse assunto, desde que não entendia a razão de um torcedor ir a um jogo torcer apenas para que o seu clube não seja levado pela Caetana.

Em nosso Nordeste sofrido, e abandonado pelos Deuses do Futebol, a única alegria vai além do surrealismo, e beira à anarquia, é de ser campeão estadual, em campeonatos obsoletos e jurássicos, que não levam a nada, mas quem não tem filé se contenta com um osso.

Trata-se de uma visão real e surreal do problema, e que infelizmente os cartolas dos clubes menores ainda não perceberam que com um bom planejamento, mesmo com recursos mais baixos poderiam levar os seus clubes a melhores participações, desde que a época atual é de um futebol nivelado pela pobreza franciscana.

Um esporte com fatos surreais, quando se vibra com a manutenção de um clube na divisão maior, e não por um boa colocação.

Nem Jean Paul Sartre poderia explicar.

Comentários   

0 #1 RE: O SURREALISMO NO FUTEBOLANTONIO CORREIA 01-07-2019 14:24
JJ: O artigo está perfeito e retrata uma realidade. Você tem razão na comparação, desde que o futebol brasileiro representa a época do surrealismo.
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