Não é nenhuma novidade a carência do futebol brasileiro com relação a bons talentos.
O número de jogadores medianos para baixo nos gramados, representa a quase totalidade. Quando aparece um com maior qualidade, de imediato é negociado para o exterior, na maioria das vezes sem mostrar o seu futebol no país.
Atletas que ainda estão nos cueiros, e que poderiam amadurecer mais em nossas competições, mas pelas dificuldades financeiras são vendidos na forma bruta, para serem lapidados no exterior.
O sistema do nosso futebol é igual ao que acontece nas exportações brasileiras. As matérias primas são vendidas, e retornam ao país como produtos acabados, que é um modelo maléfico para qualquer economia.
Na realidade nossas bases possuem pouca base, com raras exceções. São entregues a algumas pessoas que muitas vezes não tem condições profissionais para estarem à frente de um setor tão importante, e com um fato mais grave, a interferência de empresários que são os donos dos futuros atletas, e que forçam as suas negociações.
Os bons trabalhos nesse setor são raros. Alguns clubes já tem uma boa estrutura, mas os resultados não condizem com essas. São poucos os talentos revelados, em um futebol que tanto necessita.
Uma pergunta pertinente que deveria ser feita aos que comandam o futebol brasileiro: O que acontece nas divisões de base no Brasil? Um país de 210 milhões de habitantes, com uma boa história no futebol mundial, e que deveria lidar com excesso e não com a falta de talentos.
Na verdade, nós temos a resposta para essa questão, que é bastante simples: se objetiva os lucros nas negociações, e os nossos futuros jogadores são negociados como gado de engorda.
Outro fato que prejudica a formação é a falta de transparência das agremiações, desde que os seus associados pouco sabem do trabalho que é feito.
Todos gostariam de saber os nomes de todos os jogadores da base, e dos que passaram por ela nos últimos cinco anos; como chegaram ao clube, os custos de suas permanências, a quem pertencem e os percentuais, entre outros itens.
Assim teríamos uma ideia geral, do que acontece, mas sabemos que isso nunca irá acontecer, porque as caixas pretas não serão abertas, pois iriam escancarar as portas da incompetência e, sobretudo, de algumas negociações nebulosas.
Trata-se de um assunto muito sério, e que só entendemos com maior profundidade ao tomarmos conhecimento das seleções de base, com alguns jogadores desconhecidos no país, e que atuam no futebol do exterior.
A carência é tão grande de novos talentos, que o craque da mequetrefe Copa América, foi o veteraníssimo Daniel Alves.