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Escrito por José Joaquim

Clubes de pires nas mãos, alguns falidos, a maioria sazonal. Futebol de pouca qualidade, arbitragens grotescas, jornalismo alheio aos reais problemas e preocupados apenas com as entrevistas filosóficas dos dirigentes, técnicos e jogadores, entidades fora dos eixos, falta de transparência, fechando essa panela de ferro que segue para o fogo, torcedores alienados.

O nome desse prato no menu principal dos restaurantes é ¨Futebol ao Vinagrete¨ que não está tendo muita aceitação, e por isso está em promoção de dois por um.

A tecnologia demorou a ser implantada nos jogos, e quando chegou foi avacalhada pelos árbitros e responsáveis que ficam nas cabines. Os erros são constantes, e no final, um clube que se preparou para uma partida mesmo com o novo sistema foi prejudicado.

Quando observamos os gramados constatamos uma má vontade dos treinadores para vencerem uma partida. A maioria tem a opção tática 10-1, e nos vestiários já deixam bem claro, que o ritual será defesa, defesa, defesa, atacar jamais, a não ser que o adversário permita.

Os atletas antes do apito inicial fazem uma roda no gramado para os últimos ajustes. Tem sempre um orador, que cita Sócrates, Platão, Cicero, Sartre, entre outros, em suas palavras e todos aplaudem. Pela rodinha o resultado já está determinado, 0x0, posto que o outro lado também teve o mesmo procedimento.

Começa o jogo, e o placar sempre em branco. Chutões, bolas alçadas nas áreas, carrinhos  violentos, sangue na cabeça dos jogadores, e o verdadeiro futebol ficou do lado de fora.

Quando um time consegue por um milagre marcar um gol, começa o sistema do cai-cai, das simulações para ganhar tempo. Os goleiros estão na moda com suas contusões de mentirinha, desde que esses podem ser atendidos no próprio gramado e assim consomem do jogo preciosos minutos.

A pancadaria corre solta, e alguns jogadores parecem que estão lutando do que jogando futebol. Pobre bola que é maltradada pelo menos em media por 98 minutos, e no final presta queixa no Tribunal Especial do Torcedor, por conta da Lei Maria da Penha, mas nada acontece com os infratores.

O mais interessante é a telepatia adotada pelos treinadores quando seus times estão vencendo. Ao procederem com uma substituição, aquele que será substituído desaba no gramado para sair na maca e ganhar tempo. No final, 50% de bola rolando, e 50% de bola parada.

Apito final, os torcedores que estavam no estádio em um jogo no horário das 21h30, não reagem, nem protestam. Torcedor de futebol é como a maré, vai e volta de acordo com a lua. No jogo vaia um jogador, e se esse marcar um gol da vitória o elegem presidente.

Não vamos falar de um ingrediente chamado de cartola, porque seria necessário um tratado, por serem personagens difíceis de entender.

Isso que foi apresentado forma o prato ¨Vinagrete ao Futebol.

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