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Escrito por José Joaquim

Cinco meses de atividades, desde que um foi exclusivo para a  Copa América, e mais quatro para que o calendário seja cumprido, é o retrato do atual futebol de nosso país.

O Brasileiro ainda não chegou na metade dos seus jogos. Entre uma parte do mês de julho e o início de agosto, alguns clubes jogaram cinco partidas em apenas 13 dias.

Esse contexto aumenta o número de atletas lesionados nos seus Departamentos Médicos.

Foi criado um novo time para disputar uma competição paralela, a dos ¨Lesionados F.C¨. Os treinadores reclamam dos desfalques em seus times, e que não conseguem manter uma boa uniformidade no padrão desejado.

Alguns clubes que disputam várias competições, inflacionam as suas folhas salariais com maior número de jogadores, para compensarem a ausência daqueles que estão entregues aos seus Departamentos Médicos.

A responsabilidade maior está ligada ao calendário insano, impingido pelos apedeutas que dirigem o Circo do Futebol Brasileiro, e que é aceito pelos submissos dirigentes das agremiações. A overdose de jogos é irracional.

O Brasil é um país continental, a distancia entre os estados é grande, tornando-se as viagens exaustivas. Além disso, existe o estresse tanto da viagem, como dos aeroportos, motivando um desgaste físico que leva a possíveis lesões.

Nos campeonatos realizados nas décadas de 70 a 90, com jogos mais espaçados, os times eram mais repetitivos, numa demonstração que o exagero de competições, com atletas atuando por 5 vezes em 13 dias, é insano e transformador dos Departamentos Médicos como o setor mais importante de um clube.

A menor média de lesões por jogo é de 2,5, com clube chegando a 4, o que realmente assusta e retira em muito a sua qualidade, que tem como essência o entrosamento, e esse só acontece com a repetição das equipes.

Existe um trabalho bem interessante que foi elaborado pelo MD da Oslo Sports, Andrei H Engerbreser, proveniente de uma pesquisa realizada na cidade de Oslo, na Noruega, com 500 atletas e publicada no ¨American Journal of Sports Meicine¨, que constatou um aumento significativo de lesões quando se joga duas vezes por semana.

Foi verificado no trabalho que um atleta jogando apenas uma vez por semana, existe a possibilidade de 4,1 lesões/mil horas, enquanto jogando por duas vezes, este número aumenta para 25,6/mil horas. Imagine com três jogos em 7 dias.

Nem tanto ao mar, nem tanto a terra, e como hoje a tecnologia é muito avançada na parte física e fisiológica, 6 jogos por mês seria o ideal, e que evitaria lesões constantes que hoje acontecem.

Não tem nenhum jogo realizado em nosso país, que pelo menos dois lesionados são substituídos.

Um trabalho que foi efetuado pelo fisiologista, Professor Clodoaldo de Cherchi, da Unicamp, mostrou que os prejuízos dos clubes são vultosos com relação ao tempo de afastamento, que obedece em média os seguintes percentuais: 2 semanas- 32%, 3 semanas- 31%, e 1 semana-16,96%. Por outro lado, ficou também caracterizado que as lesões aumentam no segundo semestre.

O produto futebol é mal gerenciado, perdeu a sua qualidade técnica, e por conta da irracionalidade dos cartolas, transformou-se em um grande incentivador de diversas lesões, com a formação de um novo time: ¨Lesionados Futebol Clube¨.

Comentários   

0 #1 RE: LESIONADOS F.C.PLINIO ANDRADE 03-08-2019 11:00
JJ: Sobre esse assunto acabei de ler que em 16 dias o Flamengo tem 7 jogadores lesionados. O artigo focou muito bem o tema.
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