As mudanças do futebol brasileiro são palavras levadas pelos ventos. Nos veículos de comunicação o que lemos e ouvimos são os debates sobre as transformações necessárias para melhorar esse esporte no país. Tudo muito bonito, bem escrito, bem falado, mas que não será possível acontecer por conta do atual modelo existente.
Que mudanças serão essas com o mesmo sistema enraizado que vem destruindo o futebol nacional? Mudanças com os atuais dirigentes? Mudanças com o atual calendário esportivo? Mudanças sem uma lei efetiva e real de responsabilidade para os dirigentes? Mudanças sem alterações na distribuição dos recursos?
São apenas elocubrações de quem não deseja mudar.
O pais sediou em 2014 uma Copa do Mundo, não aproveitou nenhum legado. O inverso de tudo que aconteceu com a Alemanha e Estados Unidos.
Acharam que o Profut iria mudar o setor, ao resolver os problemas financeiros. Erraram feio, os débitos continuaram a crescer.
O futebol não é uma brincadeira para amadores, a fim de animar os seus egos. É assunto para profissionais, que tem que ser gerido com planejamento.
Os problemas extra-campo, dos endividamentos, são consequências de uma causa chamada gestão, que em boa parte dos clubes foram temerárias, levando-os ao buraco em que se encontram.
Mudanças não estavam atreladas ao refinanciamento das dívidas dos clubes, e sim nos seus gerenciamentos, das entidades, federações e Confederação, que formam a pirâmide do futebol, e que são dirigidas sem nenhuma visão de administração e de estratégia gerencial.
Precisamos mudar os meios de formação de atletas, tirando-o dos agentes e deixando-o nas mãos de equipes competentes, com boas formações e que possam levar não apenas o futebol, e sim a devida preparação do cidadão através da escola.
Sem profissionais e uma estrutura física adequada que permitam incrementar a formação de atletas, não haverá o resgate da maneira de jogar do futebol brasileiro, e tudo continuará como dantes. Certamente mudar é preciso, mas o como mudar é mais importante, e isso nunca irá acontecer se não forem modificadas as praticas atuais, para que possa aumentar a credibilidade desse esporte.
Com um Circo que foi de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e agora, de Rogério Caboclo, com os dirigentes das federações, dos clubes, pensar em mudar é uma mera ilusão, desde que foram esses que levaram o futebol ao fundo do Grand Canyon.
O maior problema do futebol brasileiro está no ser humano, que por conveniência não aceita transformações.