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Escrito por José Joaquim

No ano de 1986 participamos como convidado do Conselho Nacional dos Desportos (CND) de diversas reuniões da Comissão Nacional dos Esportes, por pertencermos à Comissão Estadual local, que discutia as propostas para o segmento esportivo brasileiro.

No final dos trabalhos, foi entregue um relatório ao presidente da República na época, José Sarney, que ficou engavetado, e sequer foi lido por aqueles que dirigiam o setor no país. Um desperdício.

Toda a comunidade esportiva brasileira foi ouvida em audiências que foram realizadas do Amazonas ao Rio Grande do Sul, e o futebol era o tema mais abordado com sugestões pertinentes para modificações de alguns pontos, que até hoje continuam persistindo.

Há 33 anos atrás já havia a preocupação com a falta de tecnologia, com a lei do impedimento, que depois sofreu uma pequena alteração formulada pela FIFA.

Há 33 anos atrás, o segmento esportivo já criticava o voto unitário nas Confederações e Federações, e pedia eleições diretas nos clubes.

Anos após a entidade do futebol abriu espaço para os times das Séries A e B, mas como esses seriam maioria, mudaram os pesos dos votos fortalecendo as Federações, que continuaram com o poder de decisão no processo eleitoral. Uma vergonha.

Há 33 anos atrás, a Comissão anotou as queixas contra regimentos ilegítimos, dirigentes mal intencionados, jogos deficitários impostos pelas Federações.

Há 33 anos atrás se debatia a ausência de público nos estádios, e pedia-se melhoria nos campos de jogos, competições envolvendo um número expressivo de clubes, que tratasse o Brasil como um todo, e não apenas uma ou duas regiões.

Passaram-se os 33 anos, e quando relemos o relatório emitido pela Comissão Nacional, ficamos convictos que pouco foi feito para mudar a concepção de gestão do futebol brasileiro, que conseguiu nesse tempo maiores recursos, ganhou novos estádios, mas continuou com os mesmo problemas de outrora, com a mesma necessidade de  uma modificação radical, objetivando a necessária separação do joio do trigo para que esse esporte possa caminhar por caminhos livres dos espinhos.

N realidade o que evoluiu foi o sistema de corrupção que afastou três ex-presidentes do comando do Circo.

O interessante é que há 33 anos atrás, encontramos nessas reuniões alguns dirigentes das Federações que continuam no poder até hoje, e que servem para exemplificar a razão de que as mudanças não foram procedidas.

Gostaríamos que nos próximos 33 anos a revolução tenha sido feita, e que tudo seja diferente para as futuras gerações, mas nesse país sem rumo, tudo indica que isso jamais irá acontecer.

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