Nada melhor do que uma boa conversa com as pessoas que ainda conseguem pensar em nosso país, cuja cultura está sendo trucidada. No dia de ontem em uma conversa entre amigos, surgiu um tema que nos levou a postar mais um artigo, que está relacionado ao fim dos apelidos no futebol brasileiro.
Na realidade os procedimentos mudaram, o mundo foi globalizado e o que mais importa no dia de hoje é o politicamente correto, onde os apelidos foram extirpados para o atendimento dos marqueteiros.
Quando tínhamos craques em nosso país, eles eram conhecidos como Pelé, Coutinho, Zito, Gerson, Zequinha, Didi, Garrincha, Zico, Canhoteiro, Tostão, Cafú, Almir, Naninho, Bita, Nado, Givanildo, entre tantos outros que povoaram nossos gramados.
Tudo mudou na terra descoberta por Cabral, quando os marqueteiros e os interesses comerciais transformaram os times, contemplando-as com nomes duplos e pomposos. Surgiram, Felipe Melo, Victor Ferraz, Lucas Verissimo, Diego Alves, Filipe Luiz, Bruno Henrique, Fábio Santos, Everto Ribeiro, Roberto Firmino, Thiago Silva e tantos outros nomes de artistas e não de jogadores de futebol.
Tal linha de ação chegou por muitas vezes ao limite da insanidade, quando um jogador do São Paulo, hoje no Grêmio, Paulo Miranda, cujo nome de batismo era Jonatas, mas no processo de formação mudaram-no para atender um marketing positivo. Jonatas assumiu o Paulo Miranda do Marketing.
No sistema educacional infantil, as escolas estão combatendo os apelidos, porque eles podem gerar uma palavra da moda ¨bullying¨. Estão tirando a criatividade. Em nossa geração muitos tinham um apelido, que não era pejorativo, e sim um indicador para diferencia-los. Éramos felizes e não sabíamos.
Será que Pelé se fosse chamado de Edson Arantes, mesmo jogando o seu extraordinário futebol, chegaria ao patamar mais alto com o nome verdadeiro?
Se o atacante Tostão fosse chamado de Eduardo Gonçalves, seria o grande Tostão?
Se Zico fosse chamado de Artur Coimbra, seria assimilado como é até hoje com seu apelido?
Os apelidos criaram as marcas mais fáceis de se assimilar, muito embora os marqueteiros prefiram nomes pomposos. Os três exemplos citados demonstram que esses estão superando o tempo, quando todos continuam sabendo que fazem parte da história do nosso futebol.
Na ocasião da conversa nos lembramos de uma viagem à Malásia, para um Mundial de Basquetebol Feminino com a seleção brasileira, e no hotel quando estávamos com o crachá do Brasil, um hospede asiático citou em sua língua o nome de Pelé, isso após muitos anos que o atleta tinha deixado o futebol.
Será que Edson Arantes seria uma marca tão expressiva como essa?
Que os marqueteiros de plantão nos respondam.
Comentários
0#1RE: SE PELÉ FOSSE EDSON, SERIA PELÉ? —
RUBRO-NEGRO25-08-2019 12:42
JJ: O tema que foi levantado merece um amplo debate. Um excelente artigo. Como sempre.
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