NOTA 1- QUE FUTEBOL É ESSE?

* A 24ª rodada do Brasileiro da Série A começou na noite de ontem, trazendo no seu bojo algo assustador com 21 mudanças de técnicos, ou seja quase uma por rodada realizada.

Já abordamos esse tema por várias vezes, e esse representa a falta de planejamento dos clubes, o que não é novidade.

Eduardo Barroca que não comanda mais o Botafogo, foi o último a dançar nesse baile bizarro.

Dois técnicos foram demitidos por duas vezes, Enderson Moreira e Claudinei Oliveira. Dos vinte times que disputam a Série A, apenas sete continuaram com os seus comandantes.

São eles: Thiago Nunes (Athletico-PR), Rodrigo Santana (Atlético-MG), Roger Machado (Bahia), Fábio Carille (Corinthians), Renato Portaluppi (Grêmio), Odair Helmann (Inter) e Jorge Sampaoli (Santos). Todos suportaram os três meses iniciais.

Óbvio que algo está muito errado no sistema, desde que pelos cálculos das probabilidades é impossível que todos estejam errados.

Tem algo além da linha do Equador. 

NOTA 2- APÓS 40 ANOS DE PROIBIÇÃO AS MULHERES IRANIANAS SÃO ESPERADAS EM JOGO DE FUTEBOL

* O dia 10 de outubro será sem duvida histórico para o mundo e, em especial para as mulheres do Irã, quando essas irão ingressar em um estádio de futebol, no encontro entre a seleção nacional contra o Camboja, no estádio de Azadi, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar de 2022.

Mais de 3,5 mil torcedoras são esperadas no duelo, após a restrição imposta pelo governo em 1979. Os ingressos estão esgotados para um estádio com capacidade de 80 mil espectadores, com um espaço garantido a presença das iranianas, apesar de ser limitada.

Infelizmente essa abertura dos estádios às mulheres surge semanas depois de a jovem iraniana Sahar Khodayari, conhecida como Blue Girl, morrer após se ter colocado fogo no corpo em frente a um tribunal de Teerã, num ato que tomou por ter sido condenada a seis meses de prisão por tentar ir a um jogo.

Os protestos que surgiram após a sua morte acordou a FIFA, que exigiu do Irã garantias de que as mulheres seriam autorizadas a entrar nos estádios.

Nesse primeiro jogo no Irã, com as mulheres nas arquibancadas ainda terão redes para separa-las dos homens.

Um dia que deverá fazer parte da história do futebol mundial.

NOTA 3- UMA SÉRIE ACHATADA

* A 27ª rodada da Série B mostrou algo interessante com relação ao seu G4, desde que os clubes que estavam nesse grupo não venceram seus jogos. Dois empates e duas derrotas.

Os três primeiros colocados ainda estão com uma boa folga, para o 5º colocado. No caso do Sport, a sua diferença para o Paraná (5º) é de 5 pontos, em trinta e três a serem disputados.

O América-MG, na última terça-feira, acabou com a série de quatro vitórias seguidas do líder ao vencê-lo por 2x0. Os rivais tropeçaram, e o Coelho pulou para a 4ª colocação com 41 pontos.

A 4ª vaga do acesso está aberta, à partir do G4 para a 9ª colocação são apenas três pontos, uma vitória e nada mais. A Ponte Preta que se recuperou com o triunfo ante o Londrina, por 3x1, garantiu o 9º lugar com 38 pontos e dez vitórias.

Na verdade há mais quatro clubes que poderão fechar a 28ª rodada na zona do acesso: Paraná, Coritiba, Botafogo-SP e CRB. 

Uma competição totalmente nivelada por baixo e que tudo pode acontecer.

A rodada que foi encerrada na noite de terça-feira teve 5 vitorias dos mandantes, duas dos visitantes e 2 empates.

A Caravana da Miséria esteve presente em vários estádios, com 46.656 torcedores, com uma média pífia de 4.666 pagantes por jogo.

Um novo estudo de probabilidades para o acesso tem os seguintes números: Bragantino- 99,9%, Sport- 75,3% (uma pequena queda), Atlético-GO- 72,2%, América MG- 42,0% (evoluiu muito), Coritiba- 32,4%, Paraná- 28,4%.

Da maneira que a competição se encontra, existe uma boa chance de 58 pontos garantir o acesso. 60 é uma garantia total.

A melhor campanha do returno é a do América-MG. 

NOTA 4- O PATRIMÔNIO DO PARANÁ SE DISSOLVENDO

* O Paraná já foi um clube com o maior patrimônio do país. Aos poucos esse foi encolhendo por conta dos débitos contraídos, e que foram aos leilões judiciais.

O clube acabou de perder mais um patrimônio importante.

O CT Ninho da Gralha, em Quatro Barras, passa a pertencer, a partir de agora, ao empresário e ex-parceiro do clube, Carlos Werner. O acordo já foi homologado pela Justiça do Trabalho, mas o tricolor terá direito a usar o espaço por mais cinco anos sem precisar pagar aluguel ao ex-mecenas.

O empresário cedia os valores para pagamento de dívidas, sobretudo para tentar manter a folha salarial em dia, e nunca aconteceu o reembolso.

Antes, diante das inúmeras dívidas trabalhistas, o Paraná Clube nos últimos anos, teve outros patrimônios sendo desfeitos para os seus pagamentos. As áreas do Tarumã, do supermercado BIG, e a sub-sede do Boqueirão foram a leilão para pagamento de dividas do clube.

Um espelho da realidade do futebol brasileiro.

NOTA 5- PERDENDO O CONTROLE

* O futebol brasileiro está sem controle na relação com as torcidas que são chamadas de organizadas.

A situação a cada dia piora e nada se faz para resolvê-la.

Assistimos o vídeo da invasão do Centro de Treinamento do Vila Nova que foi realizada na última segunda-feira por conta da derrota do time contra o São Bento.

A Policia Militar que estava no local, precisou intervir, mas não conseguiu deter alguns que agrediram os jogadores.

O futebol brasileiro está sendo destruído pelos cartolas e em especial por esses bandidos que vestem camisas de torcedores organizados, que são produtos dos dirigentes que os sustentam.

Lamentável.

NOTA 6- A CULPA É DE TITE

* A entrevista de Neymar é um produto da Era da Imbecilidade que tomou conta do país, em especial no futebol brasileiro.

Com uma arrogância acima do limite o jogador afirmou que sempre foi um dos jogadores que carregaram a Selecirco, e defendeu que os melhores tenham um tratamento diferenciado em relação aos demais atletas do grupo.

Vamos e venhamos, o que Neymar fez por essa Selecirco? Em duas Copas do Mundo foi um fiasco. Óbvio que não carregou nada.

Não existe essa história de privilégios.

Isso somente acontece no Brasil, que tem um técnico que se rebaixa para tê-lo sob o seu comando como fosse a sua salvação para a conquista da Copa do Catar.

Não vai conquista-la, e Neymar mais uma vez não vai jogar. Terá certamente uma "contusão".

Só existiu no futebol brasileiro um único jogador que levou nas costas a Seleção que na época era nacional, e que tinha o nome de Mané Garrincha, quando no Mundial do Chile, após a contusão de Pelé, costurou e bordou e foi o nome da Copa.

Garrincha era humilde e jamais falou sobre isso.

O culpado de tudo isso é o Encantador dos Jornalistas, que se ajoelha para a arrogância de Neymar.

Lamentável.

NOTA 7- O OLÉ NA VILA BELMIRO

* Entre os sete jogos iniciais da 24ª rodada da Série A Nacional, apenas um foi de futebol de verdade, com um baile do Santos contra o Palmeiras, que terminou com seis minutos de festa, colocando o adversário na roda e a torcida santista gritando Olé, Olé!

O primeiro tempo do Peixe foi uma aula de Sampaoli para Mano Menezes. O placar de 2x0 que foi o resultado final mostrou a superioridade do dono da casa. Na segunda fase o domínio santista continuou, embora com um menor volume.

O alviverde teve aquele bom início com Mano Menezes, e voltou à realidade de Felipe Scolari. O seu problema não é de treinador, e sim de jogador. Com a vitória o Santos assumiu a vice-liderança pelo critério técnico.

Nos demais jogos, o time do Botafogo que estava sem ganhar por quatro rodadas, finalmente venceu o Goiás por 3x1, de forma justa.

O CSA conquistou a sua quarta vitória em casa, derrotando o apático Internacional pelo placar de 1x0. Com um elenco simples, Argel Fucks vem fazendo um bom trabalho no time alagoano.

O Grêmio sofreu para ganhar em casa do Ceará, em um jogo insosso, com o placar de 2x1, enquanto em uma partida monótona, Bahia e São Paulo empataram em 0x0.

Finalmente no último encontro, tivemos um autêntico jogo dos desesperados entre Cruzeiro e Fluminense, que teve de tudo, menos futebol.

O placar de 0x0 deixou o time Celeste nos braços da Caetana. Abel Braga escolheu a hora errada para assumir o comando da equipe mineira.