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Escrito por José Joaquim

Uma interessante pergunta nos foi formulada por um amigo e que vamos procurar responde-la.

Foi um questionamento simples. Como em nosso país todos são tratados por "ex" , menos os cartolas dos esportes e, em especial do futebol?

O filósofo Luiz Felipe Pondé tem afirmado que o mundo está ficando brega, e isso se enquadra nos "ex" que tomam conta do solo pátrio.

O "ex" quando é definido em qualquer tipo de mídia dá a impressão que é um desempregado na busca de um trabalho.

Por incrível que pareça, quando se fala de um participante de um pornográfico programa televisivo como BBB, retrata-o como "ex-BBB", como se isso fosse alguma coisa importante.

Temos tantos ex-presidentes, ex-governadores, ex-senadores, ex-deputados, ex-prefeitos, ex-vereadores, que formam um congresso político dos sempre "ex" . Temos até "ex corruptos".

Temos ex-mulher, ex-amante, "ex do ex", ex-médico, ex-dentista, ex-filósofo, "ex-atleta" e tantos outros que circulam no entorno da sociedade.

No futebol existe um verdadeiro fenômeno e muito interessante, desde que praticamente não existe um ex-torcedor de um clube. Na nossa crônica esportiva temos o ex-cronista, ex-repórter, mas não encontramos um ex-rubro-negro, um ex-tricolor e um ex-alvirrubro. Nesse esporte não comporta o "ex".

Tem um velho e chato chavão de que o torcedor troca de mulher, troca de emprego, mas não troca de clube. Por isso não existe "ex". Mas mesmo assim conhecemos alguns que viraram casaca. Só não vamos dar os seus nomes.

O que mais impressiona nesse meio esportivo são os cartolas. Esses nunca são "ex" . Começam na vida esportiva, afirmando que irão ajudar o seu clube ou entidade local.

Apaixonam-se pelo trabalho que realizam, e sempre afirmando que esse é um sacrifício não o deixam. Nos clubes começam numa diretoria, e depois chegam à presidência, e por conta da legislação, depois de dois mandatos terão que deixar o cargo, mas continuam em outro esperando os dois ou quatro anos para que possam voltar.

A vida do cartola é emocionante. Os seus nomes passam a frequentar as mídias e, de repente tornam-se celebridades. Uma viagenzinha aqui, uma outra ali, e vão vivendo uma vida emocionante.

Nas federações passavam até mais de trinta anos, mas a legislação mudou e ficaram limitados a dois mandatos. Mas quando chega o momento da entrega do cargo, para não virarem "ex" , colocam um filho, um irmão, a esposa, para substitui-lo, mas continuam com gabinetes, na mesma vida de então, como um bom cartola.

Por conta da não existência do "ex" nos esportes nos deparamos com os Havelanges, Nuzmans, Marins, Del Neros, e tantos outros que fizeram dos seus cargos um meio de vida. Apesar da corrupção esses ainda continuaram como ex-cartolas.

E assim vamos vivendo essa saga, e o esporte pela falta de "ex" caiu na mesmice, e faltou oxigênio das mudanças, e o resultado é esse que estamos vivenciando.

Descobrimos que existem dois segmentos que não querem ser "ex", os dos aposentados, pois depois disso a morte, e os cartolas que não querem perder as suas boquinhas. Pergunta respondida.

Gostaríamos de saber a opinião dos nossos visitantes.

Comentários   

0 #2 RE: NO BRASIL SÓ NÃO EXISTEM EX-CARTOLASRUBRO-NEGRO 18-10-2019 14:02
JJ: Vou comentar com uma única palavra: Sensacional.
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0 #1 RE: NO BRASIL SÓ NÃO EXISTEM EX-CARTOLASJOSE CARLOS DA SILVA 18-10-2019 13:18
Bom dia JJ

Meu amigo, também nunca vi ex-empresário de futebol. Cartola e empresário deve ser tão prazeroso quanto ser político, tudo em prol dos outros, são os verdadeiros altruístas da sociedade.
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