A Lei de Acesso às informações foi sem duvida uma grande conquista da sociedade, que hoje pode tomar conhecimento das atividades de todos os setores que fazem a República.

No futebol o regime é totalmente diferente, desde que o quesito  transparência é ignorado pelos mais diversos clubes, que se fecham hermeticamente e deixam de lado os seus consumidores com relação as suas finanças.

Pernambuco tem os clubes mais fechados do país, quando o ano está chegando ao seu final e nenhum desses publicou os seus balancetes trimestrais.

Certamente ao esconderem as informações financeiras não estão ferindo nenhuma legislação, pois são privados e com a obrigação de publicarem um balanço anual na última semana de abril, e que pouco servem para quem os analisa, mas a transparência é útil para que todos conheçam o que se passa nos seus intramuros.

Não entendemos como pode se esconder do associado os custos das contratações de jogadores, ou a venda de seus direitos econômicos. Um verdadeiro retrocesso, posto que se fecham para um pequeno grupo de ungidos, e escondem aos que sustentam as suas receitas, de tudo que acontece em seu entorno.

Qual a razão de não sabermos do valor dos contratos? Se isso que estará sendo dispendido terá o retorno, e assim procedermos com uma avaliação concreta se tal fato valeria a pena.

Tudo é sigiloso, os sites só servem para reverenciar os dirigentes ou então colocar fotos de jogadores, com o bizarro ritual do beja-camisa.

Abrindo-se todas as portas para as informações, a credibilidade aumenta e com isso a participação do consumidor. Quando se informa que o jogador "x" foi contratado, além da ficha técnica, deveriam vir informações sobre os valores alocados, tais como pagamento ao clube de origem, participação de empresários, etc.

Tudo isso faz parte do contexto de interesse de todos, sobretudo dos torcedores e sócios de cada agremiação, que gostariam de saber como as suas participações quando pagam as mensalidades ou então consumindo os produtos, estão sendo aplicadas.

Caixa-preta é para avião, quando temos uma grande tragédia, na maioria dos casos só sobra esse equipamento, que serve para elucidar as causas do acidente, mas nos clubes, só servem para esconder algo que não desejam que chegue ao conhecimento da sociedade.

Temos a certeza de que se houvesse transparência, teríamos um ambiente muito mais salutar e com o retorno positivo de todos os consumidores.

Não custa nada a tentar, pois sigilos abrem um precedente perigoso para encobrir os desmandos que porventura estejam acontecendo, ou a incompetência dos dirigentes.