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Escrito por José Joaquim

Ontem ouvimos uma frase bem interessante relacionada ao futebol do Brasil: "O moderno jogador é pré-fabricado".

Ao analisarmos o seu conteúdo verificamos que essa traduziu de forma correta a nossa realidade, desde que além de jogar bola, o atleta conta com uma assessoria bem diversificada, que vai além do vestir até as mensagens pelas redes sociais.

As suas cuecas são festejadas.

O hiato é tão grande que de repente, um jogador mediano que faz um gol bonito, de imediato se transforma em um craque, desde que o seu marketing já o elegeu e colocou nas cabeças dos jornalistas, que o divulgam para os torcedores.

Em nosso país não temos craques, apenas algumas promessas que estão sendo apresentadas. O último que tínhamos foi Neymar, que se bandeou para a Europa e hoje é um meia boca. Na realidade a força das mídias é tão grande que cria novos costumes e até mesmo quem é craque.

Isso também acontece em outros segmentos. Um cantor lança uma música, a qual faz sucesso, e esse se transforma em celebridade. Hoje se escreve um livro mequetrefe, já é escritor e candidato às Academias de Letras que existem no país.

Quando assistimos aos programas esportivos das diversas emissoras de TV, um gol que é diferenciado, ou uma jogada com qualidade transforma o jogador, que pula do status de mediano para craque.

Na realidade, o craque é "aquele que antevê a jogada". Quando  bola chega aos seus pés, já sabe-se o que e como o que fazer, desde que possui habilidade e boa técnica para executar lances inesperados, incomuns. Quantos jogadores brasileiros na atualidade possuem tais virtudes? Os amigos irão quebrar a cabeça ao procurarem um no palheiro.

Voltando ao tempo, sem contarmos com a era de Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Gerson, Tostão, Dirceu Lopes, Rivelino e tantos outros que existiam em grande quantidade, além de Zico na década de oitenta, a partir de 90, a safra foi sendo reduzida, com destaques para Rivaldo e Romário e nada mais.

Hoje se confunde o craque com o artilheiro que faz gol. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. O craque também faz gol, mas seu cardápio tem algo mais de qualidade.

Craque foi Pelé que continua insubstituível até hoje. Craque é Messi nos últimos anos. O que eles tem em comum? São geniais, criativos, habilidosos, armadores, dribladores e também faziam gols.

Na realidade, a pobreza franciscana que assombra o futebol nacional, criou a necessidade da busca por um craque par que possa alavanca-lo, e assim levar mais torcedores aos estádios, mas não se pode formatar um craque nas agências de marketing, ou nas pranchetas dos jornalistas.

O craque já nasce craque com a bola nos pés, e há um bom tempo poucos estão nascendo em nosso país.   

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